Quatro dicas do mundo do poker para ter sucesso na bolsa de valores

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Embora ainda seja visto por muitas pessoas como um mero jogo de azar em que a sorte é o fator preponderante para o sucesso, o poker é muito mais do que isso. Não à toa é reconhecido como um esporte da mente, justamente pelo fato de estar relacionado à leitura de padrões comportamentais, capacidade de tomada de decisões, cálculo de probabilidades, entre outras.

O mesmo se aplica aos investimentos em ações, contratos futuros, fundos imobiliários e outros títulos negociados diariamente na Bolsa de Valores. Ter uma rentabilidade a partir de seus investimentos exige que a atividade seja feita seguindo alguns preceitos. Muitos ainda encaram o mercado como um “cassino” – apostando seu capital sem nenhum método e perdendo dinheiro na maioria nas vezes. Porém, 100% dos casos de sucesso tanto em um quanto no outro não aparecem da noite pro dia e exigem muito preparo – técnico e emocional.

Neste sentido, poker e mercado de ações caminham lado a lado. Listamos abaixo alguns fundamentos do jogo de cartas mais popular do planeta que podem ajudar o investidor a ter mais consistência e potencializar o lucro com os investimentos.

Foco e tempo para os estudos

Essa é uma realidade que se aplica não apenas ao poker e mercado de ações, mas praticamente qualquer atividade em que se deseja uma consistência. No entanto, quando se fala de jogos, pode não parecer muito óbvio. Afinal, é só esperar as cartas serem lançadas e contar com a sorte, não é mesmo? Negativo. O sucesso do poker exige horas de dedicação em estudos, práticas, entendimento da dinâmica de jogo, estratégias para cada tipo de situação, entre outras áreas do conhecimento.

Para os investimentos, funciona da mesma forma. Na era da internet, existem muitos que vendem o mercado de ações como a possibilidade de ganhos fáceis – mas isso não é verdade. Ter consistência nos investimentos exige muito estudo dos ativos, do comportamento do mercado, de padrões de gráficos, gerenciamento de capitais, etc. Portanto, antes de começar pra valer, faça como qualquer bom jogador de poker – dedique tempo aos estudos, seja por meio de livros, vídeos, podcasts, artigos ou qualquer outra mídia. A boa notícia é que a internet está aí, e muitas vezes sequer é preciso pagar para ter um conteúdo de qualidade.

Atenção às probabilidades

Se você está começando a investir em ações ou qualquer ou outro título, já deve ter ouvido a máxima “rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura”, certo? No poker, a história é parecida. O fato de ter vencido uma mão com par de reis não significa vitória em uma rodada futura com essa mesma combinação.

No mercado de investimentos, a análise de gráficos passados (chamada análise técnica), o uso de indicadores, estar atualizado com as notícias da economia e o domínio de padrões de candlestick são um bom termômetro para indicar pontos de compra ou de venda de um determinado ativo. Porém, é tudo um jogo de probabilidades. O caminho, portanto, é ter uma boa amostragem para que as probabilidades joguem a seu favor, além evitar tomar decisões baseadas em achismo – o famoso “feeling”. Pode dar certo em algumas ocasiões, mas no longo prazo é bastante prejudicial

Gestão de capital e controle de riscos

Há uma coisa que é inerente ao poker profissional e ao mundo dos investimentos: o risco. A partir do momento que escolhe entrar em um torneio ou cash game de poker ou comprar a ação de determinada empresa, você precisa ter em mente que pode ganhar muito (a depender de uma série de fatores, claro), mas também pode perder. A diferença é que tanto em um quanto no outro, os players de alta performance têm todos os riscos calculados. Para eles, perder faz parte do processo e entra no planejamento de forma natural – desde que os ganhos compensem e a conta feche no verde no período que você estabelecer.

A consistência a longo prazo no mercado financeiro requer um bom gerenciamento de riscos e proteção de montante investido, e o mesmo acontece no poker com a gestão da banca, o chamado bankroll. É importante ter uma margem confortável para suas operações, além de compreender termos básicos como o Retorno Sobre Investimento (ROI), custos de operação, investimento em equipamentos e softwares, entre outros. Tudo isso precisa entrar na conta, para que o investidor – assim como o jogador de poker – não tenha surpresas negativas na hora de fazer um balanço.

No caso dos investimentos, todo o planejamento em relação às perdas diz respeito aos stops, ou seja, pontos que você escolhe para zerar a operação caso ela vá no sentido contrário ao que você imaginou no momento da compra ou da venda. Existem basicamente dois tipos de stops: o financeiro e o técnico, sendo o segundo o mais indicado para uma consistência a longo prazo – ou seja, quando seus stops são baseados em análise gráfica e indicadores, e não puramente no quanto de dinheiro você está disposto a perder. De uma forma ou de outra, proteger o capital por meio dos stops é fundamental.

Já no poker, todo esse gerenciamento de risco é aplicável na quantidade de mesas que você pode jogar a depender do tamanho do seu bankroll, por exmeplo. Entrar em um cash game, portanto, exige a prévia análise do potencial de perda e ganho em comparação ao tamanho da sua banca.

Tomada de decisões de forma racional

Não adianta ter uma boa base de estudos, entender todas as probabilidades e gerenciar bem os riscos se chegar na hora de “colocar o time em campo”, seja no poker ou na bolsa, você pecar no aspecto psicológico e deixar o emocional tomar conta do seu operacional. Na prática, isso é um convite para o desastre. A tomada de decisões (muitas vezes, de forma rápida) é habilidade fundamental, e ela será mais assertiva se for feita com base em fundamentos técnicos e racionais.

O equilíbrio emocional é a chave para o sucesso tanto em um como no outro. No poker, existe até um termo para situações em que um jogador, por algum motivo, deixa de tomar decisões de uma forma racional e passa a jogar “com o coração”: é o tilt. Ele pode aparecer em diversas situações do jogo, como por exemplo após perder o pote por conta de um blefe adversário.

Nos investimentos, esse “tilt” se dá de outras formas, sobretudo em operações day trade. Muitos investidores ficam com o emocional abalado após levar um stop enorme e querem recuperar logo na sequência (o chamado trade de vingança). Porém, fazem sem nenhum critério técnico apenas, emocional. Resultado: mais perdas.

Em ambos os casos, o crucial para a consistência é entender que as perdas – por mais dolorosas que possam ser – fazem parte do processo, mas agir de maneira compulsiva sobre elas pode ser ainda mais prejudicial.

Existem outros vários exemplos de como um psicológico fraco pode atrapalhar sua trajetória rumo à consistência. Portanto, tome cuidado e nunca se esqueça de que o mercado financeiro está muito sujeito a aspectos emocionais – e muitas vezes eles determinam quem ganha e quem perde. No poker, idem. Afinal, há motivos para ele ser considerado um esporte da mente…

 

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