NOVA IORQUE
O tráfico de metanfetaminas no Afeganistão e nos países vizinhos está aumentando, segundo o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, Unodc. A agência identificou uma alta de quase 12 vezes na quantidade de apreensões da droga em cinco anos, passando de de 2,5 toneladas em 2017 para 29,7 toneladas em 2021.
Tráfico aumentou após proibições
Em relatório publicado neste domingo, o Unodc sugere que o tráfico de heroína continuou, embora em uma taxa menor, depois que o Talibã voltou ao poder em agosto de 2021 e introduziu uma proibição de drogas em abril de 2022.
O tráfico de metanfetaminas, no entanto, foi intensificado desde a proibição, indicando uma rápida expansão da fabricação da droga e uma possível reformulação dos mercados ilícitos há muito tempo dominados por opiáceos afegãos.
A diretora executiva do Unodc, Ghada Waly, disse que “o aumento do tráfico de metanfetaminas no Afeganistão e na região exige atenção imediata.”
Segundo ela, “ações de coordenação regional para impedir o desvio e o contrabando de substâncias químicas é essencial para impedir a expansão contínua da fabricação ilícita de metanfetaminas dentro e ao redor do Afeganistão”.
Ingredientes químicos alimentam a produção
Waly afirmou que o novo relatório do Unodc visa fornecer à comunidade internacional “informações vitais para enfrentar a crescente ameaça das drogas sintéticas”.
O relatório Entendendo a Fabricação Ilegal de Metanfetaminas no Afeganistão, analisa os diferentes ingredientes usados para produzir a droga.
O documento aponta que no país asiático parte da produção é baseada no uso da planta ephedra. A espécie vegetal cresce abundantemente na região e contém efedrinas, que podem ser extraídas para fazer a droga.
No entanto, medicamentos para resfriado comum e produtos químicos de grau industrial são mais eficientes e econômicos para a fabricação de metanfetamina e, portanto, representam uma ameaça muito maior, alerta o relatório.
Esses produtos químicos são legalmente produzidos e comercializados em grandes quantidades na região e poderiam ser acessíveis aos produtores de metanfetamina.
* Luciano R. Pançardes – Editor-chefe
