TRF2 absolve ex-governador Pezão de acusações da Lava Jato  

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ESTADO/PIRAÍ

Durante julgamento nesta quarta-feira pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), o ex-governador Luiz Fernando Pezão, foi absolvido, por unanimidade, de todas as acusações de corrupção, lavagem de  dinheiro e participação em organização criminosa obtidas no âmbito da Operação Lava Jato. Em entrevista ao A VOZ DA CIDADE, Pezão disse estar aliviado e feliz com a decisão. “A maneira brutal que fui tirado do mandato foi muito ruim. Estou muito aliviado e alegre, sei que não vai reparar tudo que sofri com a prisão, com a condenação, ninguém vai dar o mesmo espaço para falar que sou inocente, mas eu esperava essa decisão da Justiça de inocência”, disse.

O ex-governador Pezão, natural de Piraí, foi condenado a 98 anos, 11 meses e 11 dias de prisão em junho de 2021 por corrupção. A sentença, publicada pelo juiz Marcelo Bretas, atribuía crimes que dizem respeito às operações Calicute, Eficiência e Boca de Lobos, todas desdobramentos da Lava Jato no Rio. Bretas considerou em sua sentença que Pezão, ex-vice-governador de Sérgio Cabral, deu continuidade aos crimes, após assumir o Governo do Estado. Ele foi preso em novembro de 2018 quando ainda estava no cargo. Em dezembro de 2019 deixou o presídio e passou a usar tornozeleira eletrônica.

Bretas foi afastado de suas funções no início desse ano pelo Conselho Nacional de Justiça, sob suspeita de agir em conluio com o Ministério Público Federal e um advogado de defesa que atuou em diversos casos da Lava Jato. Os desembargadores do TRF 2 entenderam que o ex-governador foi prejudicado pela ação ajuizada pelo MPF, que se baseava em uma delação premiada do ex-governador Sérgio Cabral, que teve Pezão como seu vice. Nessa delação, Cabral afirmava que em seu governo, uma empresa de terraplanagem pagou propinas para ser favorecida em licitações. E essa prática teria continuado na gestão de Pezão.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, ordenou o trancamento do inquérito contra Pezão por recebimento de caixa 2 eleitoral pelo menos motivo da atual absolvição, o uso da delação não homologada de Cabral.

A decisão de absolvição ainda pode ser recorrida. Mas Pezão destacou que nesse julgamento o Ministério Público nem usou a palavra. “Podem recorrer, mas estou confiante que nas esferas maiores será ainda pior para eles”, afirmou.

Questionado se pretende voltar para a vida pública disse que ainda não está pensando. “Poderia já ter sido candidato, não tinha nada que impedisse isso, mas eu queria resolver essa questão na Justiça para provar minha inocência.  Estou com sentimento de que agora a justiça foi feita”, destacou, completando que entrará com processos de danos morais contra o Estado.

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