Transplante de órgão diminui durante pandemia do novo coronavírus

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SUL FLUMINENSE

Com a pandemia do novo coronavírus os transplantes de órgão em todo o Brasil caíram consideravelmente, 32%, o que não foi diferente na região Sul Fluminense, e um dos motivos é o fato de indivíduos contaminados com o Sars-cov-2, o vírus que causa a Covid-19, não podem doar pelos riscos que oferecem ao receptor. Segundo o Sistema Nacional de Transplantes (SNT), pessoas que morreram com suspeita da doença também não podem ter nenhum órgão ou tecido doados.

A Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro, alinhada com o Sistema Nacional de Transplantes e o Ministério da Saúde, emitiu uma norma técnica estabelecendo critérios para seleção dos candidatos a doadores de órgãos e tecidos, sendo assim, todos os potenciais doadores, no caso pacientes diagnosticados com morte encefálica, precisam passar por exame para detectar a presença do novo coronavírus. Caso identificado, o possível doador se torna inviável para o transplante.

Segundo a Secretaria de Saúde do Estado, no final de 2019 foram realizadas 304 autorizações para doação de órgãos, o que gerou mais de 800 transplantes auxiliados pelo setor de Organização de Procura de Órgãos (OPO), responsável por realizar buscas ativas nos hospitais com a finalidade de identificar possíveis doadores.

Em Barra Mansa está localizada a OPO que atende 33 cidades do Médio Paraíba e outras cidades do Estado. Ela fica na Santa Casa. De acordo com a enfermeira coordenadora da OPO-BM, Daniela da Silva, as famílias que perderam seus entes queridos até manifestam o desejo que seja feita a doação, porém, uma grande queda é registrada devido à contaminação por coronavírus, o que diminuiu o número de transplantes em cerca de 12% desde março. “As famílias estão contribuindo para a doação de órgão, porém, um grande número de possíveis doadores está sendo diagnosticado com Covid-19”, disse.

PROTOCOLO DE DOAÇÃO DURANTE A PANDEMIA

Existe um protocolo para seguir em caso de doação durante a pandemia. A primeira etapa é identificar o paciente com uma possível Morte Encefálica (ME). O segundo passo é a realização de uma série de testes para confirmar a ME. E agora com a pandemia do coronavírus é realizado o exame Swab para o diagnóstico laboratorial da doença. Após este procedimento, a equipe da OPO realiza a abordagem familiar.

OPO-BM

No Estado do Rio de Janeiro, existem quatro setores OPO, sendo cada uma responsável por uma região. A OPO localizada em Barra Mansa cobre 33 cidades: Volta Redonda, Barra Mansa, Pinheiral, Resende, Quatis, Porto Real, Itatiaia, Angra dos Reis, Paraty, Mangaratiba, Rio Claro, Três Rios, Paraíba do Sul, Areal, Valença, Vassouras, Rio das Flores, Barra do Piraí, Piraí, Itaguaí, Queimados, Nova Iguaçu, Nilópolis, Mesquita, Belford Roxo, Comendador Levy Gasparian, Engenheiro Paulo de Frontin, Japeri, Mendes, Miguel Pereira, Paracambi, Sapucaia e Seropédica.

A equipe cedida na Santa Casa de Barra Mansa, atualmente é composta por um médico coordenador, um enfermeiro coordenador, e quatro enfermeiros plantonistas que cobrem todos os hospitais da região em busca de possíveis doadores.

TREINAMENTO CONTINUA

Mesmo em uma pandemia e com a queda no número de transplantes, A OPO-BM continua oferecendo o treinamento voltado para preparação de profissionais na área de saúde para trabalhar com o protocolo de morte encefálica de forma remota através dos links http://www.transplante.rj.gov.br/Site/Conteudo/  e http://www.transplante.rj.gov.br/Site/Conteudo/Cursos.aspx 

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