Teatro Sesc Rosinha de Valença apresenta o “Auto de João da Cruz”

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VALENÇA

Passadas sete décadas desde que foi escrita por Ariano Suassuna, a peça teatral “Auto de João da Cruz”, chega ao Teatro Sesc Rosinha de Valença. Com montagem inédita da Cia OmondÉ, dirigida pela atriz e diretora Inez Viana, o espetáculo será apresentado na próxima sexta-feira (22/09), às 20h. A entrada é gratuita.

 

Escrito em 1950, o texto está ancorado em elementos frequentes na obra do autor, como os clássicos “O Auto da compadecida” (1955) e “O santo e a porca” (1957). A narrativa recria o clássico “Fausto”, de Goethe, pincelando referências a cordéis populares, para traçar a saga de um sertanejo perdido num excesso de ambições.

 

A peça narra a história de João, jovem ambicioso que, inconformado com a ausência do pai e com a miséria em que vive, resolve sair de casa, deixando tudo para trás, em busca de riquezas. Ao mesmo tempo em que vai perdendo sua humanidade, João vai se distanciando da família e dos amigos e se transformando em um homem frio e perverso. Quando, enfim, recobra a consciência, já é tarde demais para se arrepender dos males que causou.

 

Com direção de Inez Viana, a obra teve sua primeira montagem profissional pela Cia OmondÉ, que ganhou o texto de presente de Dantas Suassuna, filho de Ariano.

 

“Suassuna é eterno, atemporal, nunca sairá de moda. A história dessa peça é sobre a insana ambição humana, que pode levar o homem a se perder de seus valores mais profundos e a cometer os piores crimes. Infelizmente, é um texto extremamente atual”, ressalta a diretora, que manteve uma profícua parceria com o escritor em outros trabalhos nos últimos 16 anos.

 

A trama é apresentada pelos atores André Senna, Carol Pismel, Elisa Barbosa, Iano Salomão, Junior Dantas, Leonardo Bricio, Luis Antonio Fortes e Zé Wendell.

 

A Cia OmondÉ completa 15 anos em 2024 e teve início com outro texto de Suassuna, “As Conchambranças de Quaderna” (1987), obra igualmente inédita à época em que foi levada à cena pela primeira vez (em 2009) — “omondé”, é um termo cunhado pelo escritor. O grupo tem em seu repertório oito peças, todas de autores brasileiros, clássicos e contemporâneos, como Nelson Rodrigues, Grace Passô, Jô Bilac e Alcione Araújo.

 

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