Sul Fluminense tem aumento no número de homicídios dolosos em 2020 em comparação a 2019

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SUL FLUMINENSE

Em pesquisa realizada pelo A VOZ DA CIDADE no Instituto de Segurança Pública (ISP) do Estado do Rio de Janeiro foi computado que, somente nos 11 meses (de janeiro a novembro) de 2020, a região Sul Fluminense já apresenta um aumento em relação ao número de homicídios dolosos em comparação a 2019. Foram 365 ano passado, sendo que no ano anterior, foram 346. Até a publicação desta reportagem, o ISP ainda não havia divulgado os dados referentes ao mês de dezembro, mas Volta Redonda e Angra dos Reis se mantém no topo da lista das que mais ocorreram os crimes. Paraíba do Sul teve a menor taxa já computada.

Volta Redonda está em primeiro lugar, com 66 homicídios dolosos; vindo Angra dos Reis em segundo no ranking, com 60. Apesar das colocações, os dois municípios apresentaram queda, sendo que no ano de 2019, a primeira cidade registrou 82 mortes e a segunda, 89. Rio das Flores segue sem nenhuma morte nos dados do ISP, sendo, novamente, o único município que não computou o crime em questão.

Em 2020, Resende está em terceiro lugar com 47, tendo um aumento de 16 mortes em comparação a 2019; depois vem Barra Mansa, novamente com 40 registros; Barra do Piraí com um aumento de 14 registros, tendo computado 29 homicídios dolosos em 2020 e Paraty com 22, tendo um aumento de 12 casos.

No ano passado Levy Gasparian registrou 16; Miguel Pereira 13; Itatiaia, 12; Porto Real teve 11 casos; Mangaratiba dez; Paracambi nove. Pinheiral e Valença, oito, cada. Vassouras, Piraí e Mendes, cinco, três e dois, respectivamente. E apenas um, cada, Engenheiro Paulo de Frontin, Sapucaia, Rio Claro e Paraíba do Sul. A última cidade, segundo a Polícia Civil, apresentou o menor índice desde que as estatísticas começaram a ser feitas.

MENOR TAXA DE HOMICÍDIOS JÁ VERIFICADA

No ano de 2020 a cidade de Paraíba do Sul teve registrado somente um homicídio. Segundo a equipe da 107ª Delegacia de Polícia (DP), um índice tão baixo que surpreende até mesmo para os parâmetros de uma cidade pequena: o caso ainda foi resolvido em cerca 24 horas. A delegada titular Cláudia Abbud e o inspetor de polícia Oneir Guedes (que lidera o grupo de investigações da unidade), que também são professores no curso de Direito da faculdade Univertix, em Três Rios, falaram sobre o assunto.

“Não tive acesso aos números de períodos mais antigos, mas analisando os dados disponíveis desde que o sistema da Polícia Civil passou a ser informatizado, há cerca 20 anos, podemos afirmar com segurança que essa foi a menor taxa já verificada na cidade”, disse Cláudia. “Paraíba do Sul já foi considerada violenta, uma terra com muitas mortes, porém hoje posso dizer que durante todo o ano de 2020 ocorreu um único homicídio, caso este que foi prontamente solucionado e os autores foram presos”, garantiu.

Ela explica que analisando os números disponíveis, verifica-se que as taxas de assassinatos oscilam ano a ano na cidade, mas alguns períodos as taxas ficam mais altas, como 2010 quando ocorreram 12 mortes ou 2013 quando foram registrados 20 homicídios.

Segundo inspetor Oneir Guedes, o início dos trabalhos da atual equipe não foi fácil. “Chegamos na cidade em um período complicado e em nosso primeiro ano, 2017, foram registrados 11 assassinatos, sendo a grande maioria em virtude de conflitos entre traficantes. Para acabar com aquele cenário de crescente violência, iniciamos um trabalho conjunto com o 38º Batalhão de Polícia Militar (BPM) e desenvolvemos operações policiais frequentes, sempre com a prisão de um grande número de pessoas envolvidas em tráfico de drogas e crimes violentos”, destacou, frisando que esse trabalho integrado obteve tantos resultados que foi premiado pelo Governo do Estado como sendo um modelo de integração entre forças policiais. “Em um período de três anos e meio realizamos 47 operações que resultaram na prisão de 225 pessoas, sem considerar nesse número a apreensão de adolescentes infratores”, disse.

Segundo o Atlas da Violência divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), a atual taxa de homicídios no Brasil é de 27,8 para cada 100 mil habitantes. Considerando que última estimativa do IBGE aponta que Paraíba do Sul tem por volta de 45 mil habitantes, a cidade poderia registrar até 12 homicídios por ano que estaria dentro da média nacional. Ao registrar apenas um homicídio em 2020, o município registrou uma taxa de 2,2 mortes para cada 100 mil habitantes, o que aproxima o município da taxa verificada na Islândia, considerado o país mais seguro do mundo, onde a última taxa de homicídios divulgada foi de 1,8 mortes para cada 100 mil habitantes.

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