Sindicato dos Metalúrgicos realiza campanha entre os trabalhadores para a volta do turno de 8 horas

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VOLTA REDONDA
Para a direção do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense, chegou a hora de decidir sobre o acordo do turno de 8 horas na Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). E, para isso, de acordo com o presidente do sindicato, Edimar Miguel, há necessidade de refletir sobre o que todos os trabalhadores querem para a vida e a família. Lembrou que a pesquisa junto aos trabalhadores vem sendo realizada para que, em breve, haja uma votação para a escolha da volta do turno de 8 horas ou a permanência do turno de 6 horas.
A direção do sindicato faz questão de destacar que a pergunta que vem sendo feita para os funcionários é se vale a pena abrir mão das horas extras, recebendo um salário baixo oferecido pela empresa. “ Ou vamos nos unir e dizer não ao “abono” que a empresa oferece a cada dois anos?’ Indagou o presidente, lembrando que vale a reflexão.
MENORES JORNADAS DE TRABALHO
Edimar destacou ainda que, além do prejuízo, vem o pensamento de que, menores jornadas de trabalho, aumento do número de vagas de emprego. “Empregos esses que vão atender nossos familiares, nossos filhos e amigos. O turno de 6 horas, além de trazer melhorias para a nossa vida, também traz benefícios às empresas, como o aumento da produtividade”, explicou Edimar, lembrando que isso sem falar na geração de renda, que automaticamente cresce, e traz desenvolvimento para a cidade, já que faz o dinheiro circular.
Ainda segundo o presidente, é preciso se atualizar sobre a ideia de semanas de trabalho mais curtas, que está cada vez mais em pauta no mundo. Lembrou que, no ano passado, quase um milhão de metalúrgicos na Alemanha ganharam o direito de trabalhar 28 horas por semana, enquanto o Reino Unido flerta com a ideia de uma jornada de trabalho de quatro dias por semana, sem redução de salários. “Isso significa que a busca pela fixação de limites se explica pelo fato de que, a partir de certa quantidade de horas trabalhadas, o trabalho deixa de ser uma atividade que traz ganhos ao empregador e passa a ser uma fonte de fraqueza e doença”, lembrou.
CONQUISTAS QUE PARECIAM PERDIDAS
O sindicalista relatou ainda que, conquistas que pareciam perdidas, como o turno de 6 horas, podem ser consolidadas e voltar novamente. Disse também o presidente que, o conhecido “acordo do turno de 8 horas” significa nada mais, nada menos, que a perda das horas extras e os benefícios remuneratórios como, adicional mínimo de 50% ou de 100% em domingos e feriados, abono de 1/3 de férias e 13º salário e FGTS. “Na prática, isso faz com que o valor monetário da hora trabalhada a mais seja igualado ao da hora trabalhada a menos, ou seja, a hora extra torna-se, em termos da remuneração, equivalente a hora regular de trabalho”, relatou o sindicalista. .
Entre as informações que estão sendo passadas aos trabalhadores até o dia votação sobre o turno está a de que, considerando que os salários são baixos e insuficientes, o não pagamento das horas extras certamente agrava a situação financeira dos trabalhadores. “Sem falar que perde o tempo de curtir com os amigos, a família, estudar, investir na própria qualificação, descansar ou se divertir já que a extensão e distribuição da jornada de trabalho ficam condicionadas às demandas da empresa. Assim surge o adoecimento e os trágicos acidentes de trabalho”, concluiu.

 

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