Sindicato dos Metalúrgicos diz que assina acordo coletivo em parte, mas fonte da CSN aponta não ter legalidade jurídica

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VOLTA REDONDA

Na noite da última segunda-feira, dia 19, 6.697 metalúrgicos votaram o acordo coletivo 2023-2024 proposto pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). A maioria, 3.736, aprovou.  No dia seguinte, começou um imbróglio que pode prejudicar o pagamento dos trabalhadores que poderia ser neste dia 30. Até o fechamento desta edição, nada de concreto. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense, Edimar Leite disse apenas que o acordo estava assinado, tirando o ponto do abono salarial. Fonte da CSN destaca que isso não condiz e que documento assinado dessa maneira não tem legalidade jurídica, pois foi votado pelos trabalhadores uma proposta como um todo que não pode ser desmembrada.

Em entrevista ao A VOZ DA CIDADE, Edimar Leite destacou que alguns pontos do acordo coletivo enviado para assinatura estavam com várias “alterações e inserções de outros que não estavam”.  O presidente disse que o jurídico da CSN foi notificado e eles foram chamados para uma reunião na noite de terça-feira. “Mostramos essas alterações e eles fizeram as correções referentes ao que foi acordado no ano passado. Fizemos a assinatura do acordo e ele está aprovado e assinado. Ficou pendente o abono salarial porque venceu em abril e era para ter sido pago. A CSN enrolou e não pagou e agora queria que assinássemos uma parte que prejudicaria o trabalhador porque em caso de demissão a pessoa não seria contemplada com o abono”, disse.

Edimar falou de um processo judicial existente sobre esse ponto que o Ministério Público ingressou contra o Sindicato dos Metalúrgicos (outra administração) e a CSN. São duas mil pessoas demitidas que não tiveram o abono e querem ressarcimento. Segundo cálculos são mais de R$ 60 milhões de indenização. “Se assinamos essa cláusula, além de ser um prejuízo ao trabalhador, podemos também sermos alvos de processos futuros”, destacou.

Porém, segundo fonte da CSN, isso faz parte do item “manutenção de todas as outras cláusulas do acordo anterior”, que estava para votação e, inclusive consta no próprio boletim do sindicato divulgado aos trabalhadores.

Questionado sobre esse ponto, Edimar Leite disse que o acordo coletivo nada tem a ver com o abono. Porém, na proposta apresentada pela CSN aprovada pelos trabalhadores menciona o abono ao trabalhador.  No total, o valor a ser pago aos trabalhadores supera R$ 50 milhões no primeiro mês, por causa do abono. Em um ano, é de aproximadamente R$ 150 milhões.

VOTAÇÃO NA SEGUNDA

Durante todo o dia de segunda-feira, 19, aconteceu na Praça Juarez Antunes, em Volta Redonda a votação do acordo coletivo. Foram 3.736 votos favoráveis e 2.947 contrários, seis votos em branco e oito nulos.

A proposta vencedora, segundo os itens econômicos divulgados foi: Reajuste de 4,5% para salários de até R$ 5 mil. A empresa ressalta que o percentual equivale a 117,5% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). O mesmo percentual será aplicado aos salários de técnicos e supervisores se a proposta for aceita. Reajuste de 3% para quem ganha acima de R$ 5 mil, no cartão-alimentação, reajuste de 100% sobre os R$ 500 pagos pelo acordo anterior, ou seja, R$ 1 mil mensais. Crédito extra de R$ 900 no cartão-alimentação do banco de horas, valor do auxílio-creche de R$ 677 (100% do INPC) para os filhos dos trabalhadores de até cinco anos de idade e o abono de 2022 a ser pago neste ano será de 1,53 salário para o nível operacional.

Para alguns itens já serem pagos no dia 30 deste mês pela CSN aos trabalhadores, o acordo coletivo deveria ter sido assinado em sua totalidade até esta quarta-feira. Não foi possível saber qual seria a próxima data de pagamento se o sindicato fizer a assinatura nos próximos dias.

 

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