BARRA MANSA/VALENÇA
O Governo do Estado, através da Secretaria de Infraestrutura e Cidades, determinou na manhã desta sexta-feira, dia 24, a interdição total do trecho da RJ-153, que liga os distritos de Nossa Senhora do Amparo, em Barra Mansa, a Santa Isabel do Rio Preto, em Valença. A decisão foi tomada depois do parecer técnico emergencial divulgado pelo Departamento de Recursos Minerais (DRM), conforme informação dada pelo A VOZ DA CIDADE, que constatou o risco altíssimo de novos deslizamentos de terra, na pista que já havia sofrendo interdições devidos aos problemas causados pelas chuvas.
O secretário estadual de Infraestrutura e Cidades, Uruan Cintra, falou da decisão durante reunião hoje no gabinete do prefeito de Barra Mansa, Rodrigo Drable. Também estiveram presentes os prefeitos de Valença, Fernandinho Graça, de Vassouras, Eurico Júnior e de Quatis, Aluísio D’Elias, além de representantes do DRM e do DER.
Em janeiro deste ano o trecho, que fica na altura da localidade conhecida como Serra da Mutuca, foi parcialmente interditado após parte da estrada ceder e causar o rompimento de manilhas. Em fevereiro houve um novo deslizamento e o local precisou ser novamente interditado, com a orientação de que os motoristas de veículos pesados não passassem por lá. Agora com o parecer técnico emergencial do DRM e a decisão do Governo do Estado, a pista ficará interditada por tempo indeterminado, até que a segurança dos passageiros seja garantida e obras sejam iniciadas.
De acordo com o parecer técnico do DRM, a encosta da montanha da estrada onde ocorreu o deslizamento apresenta de seis a oito metros de altura. Nessa parte há uma manilha para escoamento de água e uma canaleta de drenagem. Segundo o analisado, existem estruturas, tais como trincas, que indicam que existe um movimento ativo que gera um risco altíssimo de novos deslizamentos acontecerem. Diante dessas informações, o departamento indicou a interdição total da via, até que sejam adotadas intervenções de engenharia cabíveis a esse fenômeno visando minimizar o risco em novos eventos.
“Nos reunimos com o DRM, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e com os prefeitos de Valença e Barra Mansa para falar sobre as condições da RJ-153. Com o que foi apresentado chegamos a conclusão de que não há condição das pessoas continuarem trafegando por essa estrada. Nós não podemos deixar de maneira alguma que nossos usuários não tenham segurança ao passar pela pista” falou Uruan Cintra.
Para que isso seja feito, o DRM sugeriu que sejam colocados ‘marcos’ nas montanhas para identificar a alteração de movimentos de terra, para assim monitorar possíveis riscos. “É importante que assim que forem instalados esses marcos pelos órgãos responsáveis, sejam realizadas análises constantes pela Defesa Civil para que tenhamos uma nova forma de monitoramento dos riscos apresentados”, disse o geólogo, Luiz Walasse, que faz parte do corpo técnico de apoio ao DRM.
O prefeito Rodrigo Drable disse que a situação do local é muito preocupante e o maior objetivo seria preservar vidas. Destacou que a interdição de estrada nunca é o ideal, mas se o governo estadual não tomasse essa decisão uma coisa pior poderia acontecer.
ROTAS ALTERNATIVAS
Uma alternativa de rota RJ-153 é a Estrada do Turvo, que liga Porto Real a Passa Vinte. Amanhã máquinas já estarão no local para agilizar a trafegabilidade, pois lá também foram registrados problemas. Até a recuperação dessa estrada as rotas alternativas são as BRs 393 e 116. Para acessar o município de Valença, o distrito de Santa Isabel e o Sul de Minas Gerais, os motoristas devem optar pela Rodovia Presidente Dutra (BR-116), seguindo por Quatis, a RJ-159 ou a BR-393, para acessar a RJ-137.
Obras podem começar nos próximos 45 dias
Para que as obras comecem a ser realizadas na RJ-153, o Departamento de Estradas de Rodagem precisa apresentar um planejamento de ações. Ao A VOZ DA CIDADE, o presidente do DER, Pedro Henrique Ramos, esse planejamento já está sendo realizado desde janeiro. “Depois que o projeto estiver pronto iremos dar isso início ao procedimento para contratar uma empresa terceirizada que irá realizar o serviço. A previsão é que nos próximos 45 dias as obras comecem a ser realizadas. Assim que for iniciada, por ser de caráter emergencial, a empresa terá 180 dias para entregar a reforma”, explicou.
Até que o problema seja resolvido os moradores de Valença serão os que mais sofrerão com a interdição. O prefeito Fernandinho Graça disse que são cerca de seis mil pessoas que terão que fazer um trajeto maior para irem para Barra Mansa ou Volta Redonda, por exemplo. Vinte quilômetros a mais aproximadamente. “Lá é a maior bacia leiteira do município. O distrito de Santa Isabel produz cerca de 20 mil litros de leite por dia. Com essa interdição terão maior dificuldade de escoar. Será que vai ter interesse dos compradores dar essa volta? Senão haverá prejuízo”, disse.
Secretário autoriza abertura de processo para obra emergencial na RJ-159
Presente à reunião, o prefeito de Quatis, Aluísio D’Elias, solicitou ao secretário estadual de Infraestrutura e Cidades, Uruan Cintra, que autorizasse uma obra emergencial na RJ-159, que ficou totalmente interditada com a chuva de quarta-feira, 22. No dia seguinte houve a desobstrução para o tráfego parcial para veículos de passeio. Uma parte da pista na Estrada Quatis x Falcão cedeu na altura da localidade conhecida como “Açude Doce”.
O prefeito disse que o trecho nunca tinha sido afetado, embora tenha um deslizamento antigo próximo ao distrito de Falcão. “Pedi que a obra realizada contemplasse também esse trecho. Há muitos anos a RJ-159 sofre com deslizamentos de barreiras que não são tão grandes, mas colocam em risco as pessoas que passam pelo local. Fizemos essa solicitação ao DER e a secretaria para uma atenção no trecho que é muito útil para quem vai ao Sul de Minas e para o escoamento da produção leiteira”, disse o prefeito.
O presidente do DER, Pedro Henrique Ramos, destacou que o secretário deu a autorização para abertura de procedimento de dispensa de licitação para a obra na RJ. “A partir de agora vamos preparar o projeto, fazer a topografia, sondar. Fazemos o chamamento público e a empresa selecionada já começa 24 horas depois. A elaboração do projeto deve demorar cerca de 30 dias. A empresa que entrar terá 180 dias para finalizar esse contrato emergencial”, informa.
Na avaliação do DRM, não foi constatado até o momento risco de novos deslizamentos no local.
