Sassaricando – Oscar Nora – 1 de fevereiro de 2022

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Foto: Divulgação

Tenho pensado bastante se não está na hora de encerrar minha modesta carreira de narrador de futebol. Com a variedade e quantidade de recursos técnicos existentes hoje em dia, a atividade é quase monótona. Como milhares de outros colegas, sou mero narrador das imagens de TV em canal aberto ou fechado.
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Estar no estádio é outra coisa, ainda que algumas vezes você encontre apertos. Em 1995, com outros colegas do Rio, passamos 10 horas confinados em uma cabine de rádio coletiva no Pacaembu. Mas valeu porque, no gramado, o Botafogo conquistou sobre o Santos o título de campeão brasileiro.
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Bandinha do Castor de Andrade perturbando as emissoras, sempre que o placar estivesse desfavorável ao Bangu; cabine com casa de marimbondo no teto. Ainda bem que esses percalços sempre perderam de goleada para o carinho, a educação e a generosidade de pessoas e instituições, no Brasil e no exterior, no trato com narradores, comentaristas, repórteres e técnicos do radiojornalismo no esporte.
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As restrições de se estar presente nos estádios de futebol podem ser explicadas pela pandemia da Covid. Mas há outros motivos para se imaginar que “tempo bom, não volta mais” é uma realidade. A Fifa, por incrível que pareça, trabalha nessa direção. Alegando que vem investigando todas as possibilidades para melhorar o futebol, a Fifa vem investindo forte na tecnologia.
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Na Copa Árabe que terminou no mês passado, a Fifa instalou um sistema de câmeras no teto do Al Bayt Stadium, capturando os movimentos de todos os jogadores e da bola. O rastreamento permitiu 29 imagens de diferentes ângulos de cada jogador. Com relação aos impedimentos, o VAR que conhecemos se tornou aluno de creche na vida do futebol.
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Com as imagens disponíveis no conjunto da partida, em áreas definidas do gramado, na individualidade de um jogador ou grupo de jogadores a partir de diferentes pontos de observação, a novidade trará percepções inovadoras para os treinadores das equipes. Todos, sem exceção, trocarão as pranchetas por ágeis laptops. Sem dúvida, uma revolução proporcionada pelas ferramentas da modernidade.
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Quando tudo isso estiver ao alcance dos canais de televisão, certamente suas transmissões serão fantásticas e imperdíveis, tornando a ida aos estádios mera especulação. E os games da Fifa, crescerão de procura com a velocidade de um cometa. Hum, embaixo desse angu tem caroço!
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