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Rio Pirapitinga alaga São Januário e acesso a Visconde de Mauá segue interditado em Resende

Por Idel Pinheiro
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RESENDE

As chuvas seguem gerando transtornos nas Agulhas Negras. Moradores da comunidade São Januário, imediações do bairro Jardim do Sol, em Resende, enfrentaram dificuldades na noite deste domingo, dia 4, em virtude das chuvas. O temporal que provocou transtornos em Visconde de Mauá, Capelinha e Serrinha, teve início por volta das 23h30min e elevou o nível do Rio Pirapitinga – afluente do Rio Paraíba do Sul, que corta a região afetada.

Quedas de barreira e árvores interditaram a RJ-163 – Foto: Divulgação

A concentração das águas fez o manancial transbordar e invadir imóveis, pegando moradores de surpresa. Em torno de 30 famílias foram afetadas registrando danos em móveis, eletrodomésticos, utensílios domésticos, roupas e até, em alguns casos, perda de animais de criação durante o alagamento.

O Corpo de Bombeiros foi acionado e socorreu moradores utilizando um barco. Segundo relato de moradores, a situação das águas amenizou durante a madrugada, já na manhã desta segunda-feira, dia 5, alguns deles puderam iniciar a limpeza e contabilizar os danos.

Segundo a Defesa Civil, a comunidade de São Januário está localizada em terreno com topografia irregular, que contribui para a concentração das águas durante temporais fortes e/ou transbordamento do Rio Pirapitinga. Por isso, durante sinistros a localidade é afetada com rápida concentração de volume de águas das chuvas gerando as enchentes. A Defesa Civil informou que está monitorando a situação e prestando apoio aos moradores, junto de membros da Secretaria de Assistência Social de Resende.

A comunidade de São Januário ficou alagada – Foto: Redes Sociais

ACESSO A MAUÁ SEGUE INTERDITADO


Segundo o coordenador da Defesa Civil de Resende, Atanagildo de Oliveira, a localidade de São Januário sofreu as consequências do forte temporal. “Infelizmente os moradores enfrentam essa dificuldade após as chuvas deste domingo. Deslocamos equipe da Defesa Civil para avaliar os imóveis, prestar apoio e verificar a situação dos moradores. Uma equipe da Assistência Social também foi para o local assistir aos moradores prejudicados. A situação em Resende é alarmante porque enfrentamos os problemas na região de Visconde de Mauá, desde o início do fim de semana. A queda de barreiras é o principal problema porque impede o acesso de moradores e turistas naquela região. Estamos em alerta, informo a população para que mantenha contato com a Defesa Civil através do 199. Estamos concentrados em atender todos os chamados, em especial liberar o acesso a Visconde de Mauá e atender a comunidade de São Januário”, informa o coordenador.

As informações mais recentes sobre a região de Visconde de Mauá, confirmadas pela Defesa Civil de Resende, na manhã desta segunda-feira, é que aproximadamente 30 barreiras caíram na RJ-163 em virtude das chuvas. O fluxo de veículos pela RJ-163 está interrompido, alguns veículos permanecem na estrada aguardando a desobstrução que é realizada, gradativamente conforme condições de acesso para máquinas e operários – um mutirão é realizado com integração entre municípios de Resende e Itatiaia, por exemplo. “O acesso a Visconde de Mauá está interditado, inclusive trecho para a Serra do Eme. Ainda temos relato de pessoas retidas na estrada, estamos trabalhando para liberar todo o fluxo. É um trabalho demorado, o entulho das encostas precisa ser levado ao ponto correto de descarte. São em torno de 30 barreiras, o trânsito de máquinas é intenso em distintos pontos da estrada e temos ainda problemas nos acessos a Capelinha e Serrinha. Orientamos aos motoristas que não sejam moradores destas localidades que evitem tentar o acesso, principalmente Visconde de Mauá. Os guardas municipais estão orientando o trânsito e todo nosso esforço para retirar as barreiras é realizado incessantemente num esforço coletivo de todo o governo”, explicou Atanagildo de Oliveira que deve divulgar um balanço do trabalho desenvolvido na região até o fim da tarde desta segunda-feira.

A placa de orientação para o Mirante da Paz desabou junto com o barranco – Foto: Redes Sociais

Com o temporal que obteve índice pluviométrico em torno de 200 milímetros, galhos de árvores caíram e afetaram a fiação da rede de energia e telefone, por exemplo, prejudicando os serviços para várias localidades da zona rural na região de Mauá. As empresas responsáveis seguem no trabalho de manutenção, sem previsão de conclusão até o momento.

MAIS CHUVAS

O drama das chuvas não deve cessar neste início de semana. Segundo a Defesa Civil, a previsão é de novas precipitações no estado do Rio de Janeiro. “A previsão é de mais chuvas, torcemos para que seja de forma moderada e não dificulte ainda mais o trabalho das equipes de reparo em ação”, comenta Atanagildo de Oliveira. Nesta segunda-feira o Centro de Monitoramento Climático Fluminense divulgou alerta sobre possível cheia do Rio Paraíba do Sul, a partir do acúmulo de chuvas nos seus afluentes. “O Rio Paraíba do Sul começa a segunda-feira com risco de transbordamento em todas as cidades no Sul Fluminense. O motivo é o grande aumento do seu nível em virtude da cheia de vários afluentes provocado pelas fortes chuvas que caíram no fim de semana principalmente em Resende e Itatiaia. Alem do Rio Paraíba do Sul, alguns afluentes seguem em alerta máximo de transbordamento é o caso do Rio Barra Mansa, e o Rio Bananal que nasce na cidade de Bananal (SP) e ambos deságuam no Paraíba do Sul, em Barra Mansa, e estão quase extravasando, por enquanto não ha atualizações do nível da represa do Funil”, alerta o informa.

As encostas caídas durante o temporal dificultam o fluxo de veículos na RJ-163 – Foto: Redes Sociais

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