Projeto Uerj no Campo auxilia produtores rurais no sul fluminense

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SUL FLUMINENSE

Um projeto de extensão da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) está levando os estudantes de engenharia da Faculdade de Tecnologia (FAT), do campus de Resende, para auxiliar produtores rurais nos desafios do trabalho agropecuário em propriedades do sul fluminense. Coordenado pelo professor Luiz Carlos Cordeiro, do Departamento de Mecânica e Energia da FAT, o “Uerj no Campo” tem a proposta de combinar a experiência dos trabalhadores rurais com os conhecimentos adquiridos pelos alunos em sala de aula.
Além da consultoria, realização de oficinas e da oferta de instruções para compra de materiais e montagem de dispositivos tecnológicos, Cordeiro e seus alunos também constroem equipamentos no laboratório e nas propriedades visitadas. Dentre as máquinas elaboradas pela equipe estão um coletor solar itinerante, utilizado para aquecimento de água, um pluviômetro manual e outro automatizado com a plataforma de prototipagem eletrônica Arduino, e um totem de energia de baixa potência, equipado com placa fotovoltaica, que permite recarregar eletrônicos como celulares, tablets e notebooks, ou até três lâmpadas de led em situações emergenciais.
No momento, os participantes do projeto desenvolvem um desidratador de alimentos energizado por placa coletora solar, com menor risco de contaminação de alimentos, por não depender da queima de biomassa para geração de calor, como madeira e palha, o que produziria fumaça. Ainda em fase de testes, o dispositivo foi capaz de desidratar banana, fruta abundante da região, tomate normal e cereja, couve e temperos como salsinha e cebolinha.
“A ideia é fazer um desidratador de baixo custo. Em princípio, trabalhando apenas com a energia solar. Mas sabemos que o grande inimigo é a umidade da noite. Por isso, estamos planejando colocar uma lâmpada incandescente dentro da caixa. Um estudante está trabalhando com um microprocessador que vai gerenciar a caixa através de um sensor de leitura da umidade. Nossa proposta é submetê-lo a uma patente. É uma tecnologia original”, explica o engenheiro.
Com a ajuda do Sindicato Rural de Resende, desde 2019, Cordeiro e seus alunos conseguiram estabelecer o contato direto com cerca de 20 produtores da região, que interagem com a equipe através de videoconferências e mensagens pelo WhatsApp, onde ouvem sobre as necessidades dos produtores. Dentre esses contatos, o grupo visitou propriedades em Resende, Porto Real e Itatiaia, onde contribuíram com o levantamento e resolução de problemas.
“O pessoal que vive no campo improvisa, tem ideias e propostas, mas, às vezes, não tem o embasamento técnico. Vai pela tentativa e erro. Então, juntamos essa experiência do dia a dia dos produtores com os conhecimentos adquiridos pelos alunos. E foi muito legal também para os estudantes, porque eles passaram a desenvolver sua expressividade verbal e oratória, assim como habilidades de negociação, empatia, disciplina e gestão”, relata.
Com o trabalho realizado, a equipe conquistou o respeito da cooperativa e dos produtores agropecuários, que convidaram Cordeiro e seus estudantes para falarem sobre a proposta do Uerj no Campo e seus equipamentos durante o evento em comemoração ao Dia do Agricultor, em 28 de julho, que reuniu cerca de 150 trabalhadores da região.

 

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