BARRA MANSA
As atividades religiosas do município podem ser consideradas essenciais. Esse foi o teor de um projeto de lei aprovado durante sessão desta quarta-feira pelos vereadores e que seguirá para sanção ou veto por parte do prefeito Rodrigo Drable (DEM). O projeto é de autoria do vereador Jefferson Mamede (PSC). Segundo a iniciativa, as atividades eclesiásticas das igrejas, dos templos religiosos de qualquer culto e as comunidades missionárias são consideradas políticas públicas, principalmente em períodos de pandemias, catástrofes da natureza, calamidade pública. O projeto teve coautoria de outros quatro vereadores: Bruno Oliveira, Gustavo Gomes (Republicanos), Luciana Alves (DC) e Luiz Furlani (PSDB).
Se a lei for sancionada, a prefeitura poderá estabelecer protocolos para o funcionamento das atividades religiosas. Mas deve ser mantida a possibilidade de atendimento presencial, individual e ou coletivo, em tais locais, devendo os protocolos estabelecer medidas sanitárias a serem tomadas pela entidade responsável pelo local de realização da atividade os protocolos também. Os protocolos também não podem também estabelecer medidas que envolvam a liturgia da prática religiosa.
“A fé religiosa contribui para o equilíbrio da nossa sociedade. Nós, que exercemos as funções eclesiásticas, acompanhamos como tem sido o desdobramento deste momento de isolamento para a sociedade. Registramos o aumento dos caos de outras patologias, como depressão e síndrome do pânico, por conta da ausência dos auxílios eclesiais. Os oficiantes religiosos, padres, pastores não exercem atividade clínica, mas atendem a população de sua comunidade de forma especial, aconselhando, ensinando a palavra de Deus. As igrejas colaboram com a sociedade de forma invisível”, afirmou o vereador, que também é pastor, ao citar a essencialidade das atividades religiosas como políticas públicas para a população.
O projeto foi aprovado apenas com o voto contrário da vereadora Fernanda Carreiro. Segundo ela, a fé pode ser professada de qualquer lugar, principalmente no momento de pandemia. “Essencial é a vida. Já temos decretos municipais que determinam os critérios para realização de atividades religiosas. Em respeito a todos os templos religiosos, afirmo que não é essencial manter os locais abertos durante este período de pandemia, quando temos muitas mortes no país e também no município”, destacou a vereadora.
Vereador Marcell Castro pede conscientização da sessão após ser curado da Covid-19
Vereador ficou 14 dias internado – Foto: Reprodução
O vereador Marcell Castro (Cidadania) ficou 14 dias internado com Covid-19. Presente na sessão de ontem, o vereador destacou que a doença não acomete apenas os considerados membros de um grupo de risco. “É com coração cheio de gratidão a Deus que volto a esta tribuna. Estive 14 dias internado, sendo três deles no CTI, e posso afirmar que foi o pior lugar que pude estar na minha vida, porque existe a pressão psicológico, o medo. Quero então fazer um apelo à população de Barra Mansa. Tenho 32 anos, não tenho diabetes, não tenho hipertensão, não tomo remédio algum, e vivi este agravamento da doença. Estamos todos lutando para sobreviver. Este vírus está atacando pessoas sem qualquer doença pré-existente”, afirmou o vereador.
Marcell pediu que as pessoas se conscientizem sobre a necessidade das medidas protetivas, em especial o uso correto de máscaras. “O momento agora é de dar uma má resposta para o irresponsável que está na rua sem máscara. O vírus não quer saber de partido político, em quem você votou. Ele mata, deixa pessoas internadas”, declarou Marcell.
