Presidente da Câmara de Volta Redonda diz que teme calote no funcionalismo e Samuca rebate

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VOLTA REDONDA

O presidente da Câmara Municipal, Nilton Alves Faria, o Neném, informou que vem buscando explicações sobre a real situação das finanças do município. Segundo ele, há um temor generalizado sobre um possível ‘calote no funcionalismo’ no fim deste ano. De acordo com a nota, a preocupação aumentou após o prefeito Samuca Silva ter avisado que só pagará os salários de dezembro e o décimo terceiro se não ‘houver intercorrências’. Neném também falou sobre a falta de transição e o decreto que dá recesso na reta final do ano. O chefe do Executivo rebateu que cumpre com seus compromissos e que o recesso foi realizado nos três anos anteriores do seu mandato.

Segundo Neném, estão sendo feitas consultas jurídicas para ver como proceder diante de um iminente calote contra os servidores. Ele destacou ainda que a fala de Samuca foi vaga e causou instabilidade. “Os fornecedores nos procuram todos os dias, pois ninguém ou quase ninguém está recebendo. Agora, somos procurados pelos servidores, que estão com medo. Os salários já estão atrasados e parcelados, mas deixar a turma sem dinheiro no fim do ano é uma covardia”, destacou o presidente da Casa.

De acordo com o vereador reeleito, duas notícias confirmadas recentemente pela prefeitura deixaram a situação ainda mais confusa e tensa. A primeira, segundo Neném, é a ausência de um processo de transição. “O Samuca perder nas urnas e sabe disso. Se ele não quer fazer transição com o Neto, que venceu no primeiro turno, vamos montar uma comissão na Câmara e ele faz a transição  conosco. Temos vereadores reeleitos e eleitos que aceitariam essa missão”, disse Neném.

Samuca destacou, através da sua assessoria de imprensa, que o presidente da Câmara falta com a verdade. “Não há uma transição oficial na prefeitura porque a Justiça Eleitoral ainda não se posicionou sobre o resultado das eleições. Hoje não há prefeito eleito e aguardo a decisão eleitoral”, disse, afirmando que o próximo presidente da câmara será eleito, mas sequer foram diplomados os vereadores eleitos. “Em entrevistas, tenho repetido isso, assim que a Justiça se posicionar sobre quem será o prefeito, a transição será feita”, afirmou.

Já sobre o pagamento dos servidores, Samuca disse que desde que assumiu o mandato conseguiu honrar com seus compromissos. O chefe do Executivo ainda afirmou que os repasses ao Legislativo estão em dia, e lembrou a crise financeira que atinge o Brasil e finanças de vários municípios. “Há uma instabilidade em repasses e bloqueios de conta e foi isso que eu disse. Mas tenho certeza que em janeiro o próximo prefeito vai colocar em dia, eu colocaria”, ratificou, lembrando que no final de 2016, deixaram vários contratos terminarem para inviabilizar o início do seu mandato em 2017. “Nem uniforme para as crianças tinham comprado. Nem a dívida mascarada em balanços contábeis inverídicos. Eu, ao contrário, já vou deixar os uniformes nas escolas. Contratos vigentes, orçamento, dívidas, tudo detalhado”, garantiu.

Novo Decreto

Neném ainda falou sobre o decreto que concede recesso aos funcionários públicos entre 16 de dezembro e primeiro de janeiro não foi bem recebido de uma maneira geral. Ele ressaltou que Samuca tem obrigações a serem cumpridas até o dia 31 de dezembro. “Isso não se faz, é uma irresponsabilidade. O funcionário não sabe se vai receber, o fornecedor não sabe quando recebe, as informações de transição não foram passadas. Parece é que estão tentando esconder as coisas”, disse o vereador.

Samuca também rebateu a crítica, destacando que nos últimos três anos do seu mandato, houve um recesso no fim do ano. “E com o aumento de casos de Covid-19, preferimos deixar servidores não essenciais em home-office e manter o recesso nas últimas semanas do ano. A própria Câmara de Vereadores faz isso. O presidente da Câmara crítica o recesso na prefeitura, que todo ano é concedido, mas não fala sobre a Câmara receber mais de R$ 3 milhões por mês e realizar apenas uma sessão legislativa. Ele deveria explicar porque não pautou nas sessões projetos importantes para a cidade, como a Lei que permitiria o parcelamento de dívidas aos munícipes e aumentar a arrecadação da cidade”, enunciou, completando que o presidente da Câmara deve explicar o aumento de valores pagos a cargos comissionados aprovados por ele durante a pandemia, como as Leis 5.722 e 5.745.

“O vereador Neném deve estar me confundindo. Não tenho nada a esconder. Ao contrário, quando um parlamentar de seu grupo político tentou um ato corrupto comigo, eu o denunciei e ele foi preso em flagrante. Lembro ao presidente da Câmara que a eleição já acabou. Me esquece e deixa eu trabalhar”, finalizou Samuca.

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