Prefeitos e deputados da região se manifestam sobre atos ocorridos em Brasília

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SUL FLUMINENSE/BRASÍLIA

Um dia após os atos chamados de terroristas cometidos por bolsonaristas que ocorreram no dia 8 em Brasília, diversas ações foram realizadas tanto na capital federal, quanto nos estados para desmobilizar ou brecar outros possíveis atos. Na tarde de domingo, 8, apoiadores do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal. Cerca de 200 pessoas envolvidas no atentado antidemocrático foram presas. Na região, a maioria de prefeitos se posicionou de forma contrária ao que aconteceu, assim como os deputados eleitos.

Nesta segunda-feira, 9, os chefes dos poderes divulgaram uma nota conjunta. A nota é assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva; pelo presidente do Senado em exercício, Veneziano Vital do Rêgo; pelo presidente da Câmara, Arthur Lira; e pela presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber. “Os poderes da República, defensores da democracia e da Carta Constitucional de 1988, rejeitam os atos terroristas, de vandalismo, criminosos e golpistas que aconteceram na tarde de ontem (domingo) em Brasília. Estamos unidos para que as providências institucionais sejam tomadas, nos termos das leis brasileiras. Conclamamos a sociedade a manter a serenidade, em defesa da paz e da democracia em nossa pátria. O país precisa de normalidade, respeito e trabalho para o progresso e justiça social da nação”, diz a nota.

No domingo mesmo, o presidente Lula decretou intervenção na segurança do Distrito Federal para manter a ordem pública até 31 de janeiro. Essa foi a segunda vez, depois da Constituição de 88, que o decreto foi feito por um presidente. Em 2018 durante o governo Michel Temer, foi emitido o decreto para o Rio de Janeiro devido o avanço do crime organizado.

Na madrugada dessa segunda-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, decidiu pelo afastamento do governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha do cargo por 90 dias. Ele disse que os atos terroristas de domingo só podem ter tido a anuência do governo do DF, uma vez que os preparativos já eram conhecidos. Ele ainda determinou que fossem desmontados todos os acampamentos de bolsonaristas espalhados pelo país. Na região, o acampamento foi desmontado na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman).

No Estado do Rio de Janeiro, o governador Cláudio Castro falou sobre a mobilização para combater qualquer ato antidemocrático. Ele se reuniu com secretários de segurança e chefes dos poderes Legislativo e Judiciário. “Criamos uma força-tarefa e discutimos ações de prevenção e combate a manifestações com atos de vandalismo. Manifestar é um direito de todo cidadão, mas protestos que envolvam qualquer tipo de ação contra o patrimônio e bens público e privado não podem ser aceitos”, destacou. Não foi registrada nenhuma ocorrência no Rio de Janeiro até o fechamento desta edição.

O representante da região no governo de Castro, o secretário de Turismo, o deputado estadual licenciado Gustavo Tutuca, classificou como inadmissíveis as cenas vistas em Brasília. “O Brasil é e continuará sendo um país democrático! Atitudes que ferem este princípio, como as que estamos vendo, precisam ser combatidas com o rigor da lei! Devemos, todos, respeitar a escolha soberana do voto e lutar pelo bem do nosso país. Atitudes antidemocráticas não podem ser toleradas”, apontou.

POSICIONAMENTO DOS PREFEITOS DA REGIÃO

Rodrigo Drable – prefeito de Barra Mansa

Foto: Arquivo

“Ainda pasmo com os episódios vistos ontem na Capital Federal. Sob qualquer argumento de qualquer natureza, o que houve foi um atentado a toda pessoa, não apenas as instituições pois isso ficou evidente, que democraticamente pensa, discute e se dedica a construção de um país melhor para todos”.

 

Irineu Nogueira – prefeito de Itatiaia

Foto: Divulgação

“Os atos de vandalismo que assistimos neste domingo gera preocupação. Sou um defensor da democracia e creio que deve haver investigação e punição de quem cometeu esse desrespeito aos três maiores Poderes do Estado”.

 

 

Alexandre Serfiotis – prefeito de Porto Real

Foto: Arquivo

“Eu sempre serei a favor de toda e qualquer manifestação pacífica e ordeira. O que vimos ontem em Brasília, infelizmente, ultrapassou o limite de manifestação ordeira. Sou contra qualquer ato de vandalismo e ataque às instituições. Fui deputado por dois mandatos e cumpri os deveres e responsabilidades do cargo seguindo a nossa carta Magna. O respeito deve prevalecer! Protestos com depredações, invasões e violência não são toleráveis, isso não é democracia”.

 

Severino Dias – prefeito de Vassouras

Foto: Divulgação

“Em um país democrático, manifestação nunca deve ser confundida com vandalismo. Por isso, repudio veementemente os atos de depredação na nossa Capital Federal ocorridos neste domingo. Essas atitudes mancham a história de luta por direitos no nosso país. Todos os criminosos deverão ser responsabilizados, a fim de assegurar a força do Estado Democrático”.

 

 

Aluíso d’Elias – prefeito de Quatis

Foto: Divulgação

“Atos de manifestação e protesto pacíficos são legítimos no regime democrático, onde os cidadãos podem demonstrar sua indignação e insatisfação com determinada situação ou acontecimentos.  O vandalismo, a depredação de prédios públicos são atos injustificáveis. Nada justifica a violência, devemos reafirmar que somos um país democrático”.

 

 

Ednardo Barbosa – prefeito de Pinheiral

Foto: Divulgação

“Repudio as invasões aos prédios dos três poderes domingo em Brasília. Não há justificava para tamanho ato de vandalismo jamais visto nesse país, uma afronta a democracia. Devemos respeitar as manifestações, mas os manifestantes também devem respeitar o limite constitucional. Espero que tão logo os envolvidos sejam identificados e devidamente punidos”.

 

 

Fernando Jordão – prefeito de Angra dos Reis

Foto: Divulgação

Atos de violência são inaceitáveis em uma democracia. A depredação do patrimônio público é crime e tem que ser punida com rigor.  Manifestações pacíficas devem ser respeitadas, assim como o resultado eleitoral das urnas. Vivemos num Estado Democrático, onde todos os cidadãos têm direitos e deveres.  O momento deve ser de muito trabalho, união e foco na geração de emprego e renda para a população”.

 

Deputados eleitos da região

Os deputados estaduais que foram eleitos pela região Sul Fluminense foram procurados. O único representante federal na próxima legislatura, Luiz Antonio Corrêa também se manifestou. Confira o que responderam:

Jari Oliveira (PSB)

Foto: Divulgação

“Sou defensor das manifestações democráticas, mas terrivelmente contra o uso da violência. Após investigação, espero que os culpados sejam punidos na forma da lei”.

 

 

 

Tande Vieira (Pros)

Foto: Divulgação

“Discordâncias eleitorais ou ideológicas não podem servir de justificativa para agressão a indivíduos, quebra-quebra e destruição de patrimônio público. A violência política só vai gerar mais violência, numa espiral totalmente prejudicial ao país. Os eventos de ontem trarão prejuízos econômicos incalculáveis nos próximos meses. Mesmo com seus defeitos, não há bem maior para a vida em sociedade que a preservação da democracia. Quem invadiu, quebrou ou vandalizou deve responder por seus crimes perante à Justiça”.

 

André Corrêa (PP)

Foto: Redes Sociais

Lamentavelmente líderes maiores da nação, nos três poderes, ao invés de estarem tentando pacificar o país estão botando mais fogo. Isso não vai acabar bem. Hora de cautela, serenidade e sabedoria para fazer pontes e destruir muros. Reino dividido não prospera. A generosidade em primeiro lugar deve ser dos vitoriosos: nosso povo em sua maioria esmagadora é pacífico. Esse discurso da mídia de botar todo mundo no mesmo saco e chamar de golpista e terrorista todos que protestam só põe mais fogo na gasolina”.

 

Célia Jordão (PL)

Foto: Divulgação

“Toda e qualquer manifestação popular em defesa legítima de direitos é parte integrante do Estado Democrático de Direitos. Uma vez ultrapassada a garantia da livre manifestação com demonstrações e atos de vandalismo e desapreço aos poderes constituídos, só nos cabe o repúdio e o apelo à aplicação correta da lei e da justiça”.

 

 

Munir Neto (PSD)

Foto: Divulgação

“Manifestações pacíficas fazem parte da democracia, vandalismo jamais fará. Eu repudio todo e qualquer ato de violência e depredação do patrimônio público do povo brasileiro”.

 

 

 

Luiz Antonio Corrêa (PP) – deputado federal

Foto: Divulgação

“Foi péssimo o que aconteceu em Brasília. A boa política se faz com conversa e diálogo e não com intolerância, briga e vandalismo. Agora cabe as autoridades apurarem para ver quem está por trás disso. Evidente que tem grupos que financiam esses acampamentos e manifestações. A boa notícia é que a democracia brasileira está resistindo aos ataques e tenho muita esperança que isso possa trazer frutos para fortalecer cada vez mais o nosso país”.

 

 

Prefeito Neto participa de reunião da FNP

Neto um dos participantes da região – Foto: Divulgação

Na manhã de hoje, prefeitos e prefeitas de capitais, médias e grandes cidades, participaram de uma reunião da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), de forma online. Eles pedem investigação e punição rigorosa aos participantes, financiadores e incentivadores dos ataques de domingo ao estado democráticos de direito.

A nota reflete a opinião de governantes locais dos municípios com mais de 80 mil habitantes. Da região participou o prefeito de Volta Redonda, Antonio Francisco Neto. Participaram prefeitos de mais de 100 cidades, dentre elas 14 capitais. “Os lamentáveis e deploráveis atentados contra as sedes dos Três Poderes da República, nunca antes registrados no país, atacam não somente os prédios públicos tombados da capital, mas, de forma inadmissível e criminosa, a democracia. Prefeitas e prefeitos exigem investigação e punição rigorosa dos participantes, financiadores e incentivadores, sejam eles detentores, ou não, de mandatos eletivos e seja por ação ou por omissão. Ao repudiar com veemência as depredações e invasões, os governantes locais reafirmam a permanente disposição em atuar e colaborar pela manutenção da ordem nos seus municípios”, diz a nota, completando que os eleitos reafirmam que o resultado eleitoral deve ser respeitado como vontade da nação.

 

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