Polícia investiga enriquecimento ilícito de deputado federal eleito

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TRÊS RIOS/RIO

Dezoito mandados de busca e apreensão e dez mandados de bloqueio de contas bancárias foram cumpridos nesta quarta-feira pela Secretaria de Estado de Polícia Civil (Sepol) dentro da Operação Barão de Entre-Rios, nas cidades do Rio de Janeiro e Três Rios. O principal alvo é o ex-prefeito de Três Rios e atual federal deputado eleito, Vinicius Farah (MDB). Ele ocupou o cargo de presidente do Detran de 2017 a 2018. Os mandados também foram para a mulher dele, Sonia Farah, e a filha Eunice Farah, além de Leonardo Jacob, Celso Jacob Filho, Fernanda Curdi e Leonardo Rezende. O objetivo da ação é investigar o enriquecimento ilícito do deputado, que já havia sido preso em outra operação com Leonardo Jacob, a Furna da Onça, em novembro do ano passado. Eles foram solto poucos dias depois.

Nas investigações, que duraram nove meses, foi verificado que Farah é proprietário de diversas empresas, inclusive de Fast Food. Possui ainda outras empresas que seriam comandadas por “laranjas”, que não estariam em seu nome, mas de familiares e do seu procurador. Ainda segundo a investigação, Celso Jacob Filho, secretário de Esporte e Lazer de Três Rios, é sócio da boate Zoox Club junto com Leonardo Jacob, que é sócio de Farah e o sucedeu na presidência do Detran. O estabelecimento que tem alto custo e baixo rendimento estaria também sendo utilizado para lavagem de dinheiro.

A apuração levantou ainda que Fernanda Pereira Curdi, foi chefe do setor de Licitação da Prefeitura de Três Rios de 2004 a 2016 e posteriormente chefe do setor de compras do Detran, chegando a assumir a presidência. Ela é apontada como encarregada de manipular o processo licitatório para que as empresas comprometidas com o esquema vencessem.

Para cumprir os mandados, os policiais estiveram em Três Rios e em endereços do Rio.

OPERAÇÃO FURNA DA ONÇA

No mês de novembro foi deflagrada a Operação Furna da Onça, pela Polícia Federal. Foram 19 mandados de prisão temporária, três de prisão preventiva e 47 de busca e apreensão. A ação foi um desdobramento da Operação Lava Jato no estado do Rio de Janeiro. O objetivo, baseada na delação premiada de Carlos Miranda (apelidado de Avestruz), nas provas obtidas por meio das colaborações dos doleiros Cláudio Barbosa (também conhecido como Tony) e Vinícius Claret (o Juca Bala) e nas investigações feitas no âmbito da Operação Cadeia Velha, foi investigar a participação de deputados estaduais do Rio de Janeiro em um esquema de corrupçãolavagem de dinheiro e loteamento de cargos públicos e mão de obra terceirizada em órgãos do Governo do Estado do Rio de Janeiro.De acordo com Miranda, um grupo de parlamentares recebia mensalmente uma quantia do grupo político de Sérgio Cabral em troca de apoio parlamentar, quantia que variava de R$ 20 mil a R$ 100 mil. Farah e Jacob chegaram a ser presos,mas foram soltos após o período da temporária acabar.

ENVOLVIDOS

Até a publicação desta nota a assessoria de imprensa de Vinicius Farah não havia respondido. Não foi possível contato com os demais citados.

 

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