Polícia cumpre mandado de busca e apreensão na casa do presidente do BMFC

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BARRA MANSA

Na manhã desta quinta-feira, policiais da Delegacia do Consumidor e do Grupo de Apoio ao Combate à Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil cumpriram mandados de busca e apreensão em imóveis ligados ao presidente do Barra Mansa Futebol Clube, Anderson Martins Florentino, o Andrinho. Segundo informações obtidas pelo A VOZ DA CIDADE, foram três.

Andrinho é investigado por manipulação de resultados no futebol. As investigações começaram em março e foram expostas durante uma reportagem do Esporte Espetacular, na Rede Globo.

Segundo informações da Polícia Civil, um dos mandados foi cumprido em um apartamento que fica ao lado do estádio Leão do Sul (no bairro Colônia Santo Antônio), onde o clube treina. Foram apreendidos R$ 9,6 mil, contudo, R$ 4 mil foram devolvidos após Andrinho comprovar a origem, que seriam de honorários advocatícios (ele também trabalha como advogado trabalhista). No imóvel estavam a mulher do suspeito e três jogadores.

Os outros mandados foram cumpridos no seu escritório, no Centro, e na casa de sua ex-mulher, onde o endereço não foi informado.

Andrinho procurou o A VOZ DA CIDADE e disse que dos R$ 5,6 mil que não conseguiu comprovar a origem, parte é da venda de camisa do Barra Mansa. O advogado disse que os policiais também levaram o celular dele e notas fiscais referentes à compra de materiais para a reforma do Estádio do Leão do Sul, na Colônia Santo Antônio.

Ele frisou que está à disposição da Justiça e negou qualquer tipo de envolvimento em esquema de manipulação de resultados. “Fiquei sabendo desse possível esquema de manipulação através da imprensa. No entanto o Barra Mansa não entrou nisso. Na época, o clube era gerido pela GSports, mas depois assumimos o comando e estamos tocando desde então. O Barra Mansa tanto não entrou nisso que o resultado que está sendo questionado terminou em 2 a 2”, garantiu Andrinho, lembrando que na suposta manipulação de resultados mostrada pela reportagem do Esporte Espetacular o Barra Mansa precisava perder por uma diferença de três gols, o que não aconteceu.

Andrinho disse ainda que é vítima de represálias de desafetos que afastou do clube. “Tenho certeza de que isso é fruto de pessoas que tirei do Barra Mansa. Eles estão há algum tempo tentando desgastar a minha imagem. Os tirei porque estavam se aproveitando do clube, fazendo apropriação indébita do dinheiro da instituição. Tenho vários documentos e provas, e vou levá-las até o Ministério Público Estadual e também à Delegacia do Consumidor”, revelou o presidente do Barra Mansa.

O mandatário do Leão do Sul disse que tem promovido melhorias nas instalações do clube, como a reforma do estádio e a construção de poços artesianos no local. Ele destacou que o Barra Mansa hoje é o terceiro colocado no grupo B da Série B2 – a um ponto do líder, Juventus-RJ, e acredita que em breve o time poderá mandar seus jogos no estádio da Colônia. “Estamos providenciando toda a documentação. Os alvarás da Vigilância Sanitária e da Polícia Militar já estão em andamento. Vai faltar o parecer do Corpo de Bombeiros e um laudo estrutural”, falou, informando que a capacidade do estádio é para 990 pessoas.

O CASO

No dia 26 de março deste ano, os munícipes de Barra Mansa foram surpreendidos durante uma matéria produzida pelo Esporte Espetacular, na Rede Globo, onde o Barra Mansa Futebol Clube apareceu com o nome citado no esquema clandestino de apostas e compras de resultados – uma máfia para favorecer alguns apostadores.

Eles começam lembrando o Campeonato Brasileiro de 2005, quando um escândalo de manipulação de resultados ficou conhecido como Máfia do Apito, obrigando a anulação e remarcação de 11 partidas. Treze anos depois, o volume de apostas se multiplicou, segundo a reportagem, dando exemplo que, no Campeonato Brasileiro, na séria A são R$ 100 milhões, série B R$ 40 milhões, série C R$ 25 milhões e na série D R$ 7 milhões. Esse valor seria por partida.

A Copa do Mundo de 2014 no Brasil teria sido a mais ‘lucrativa’ no esquema. A Federação Internacional de Futebol (Fifa), ainda segundo a reportagem, emboçou R$ 17 bilhões, menos de um terço do valor apostado em todos os jogos das quatro divisões do Campeonato Brasileiro, algo entorno de R$ 60 bilhões. Esquema este que não é regulamentado no País.

Para surpresa do time do Barra Mansa os dirigentes do clube foram citados na reportagem.

 

 

 

 

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