PF deflagra operação Smoke Free no Rio; militares de batalhões da região são alvos da ação

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Rio de Janeiro/Sul Fluminense

Na manhã desta quarta-feira, dia 23, a Polícia Federal e Ministério Público Federal, com apoio da U. S. Homeland Security Investigations (HSI), deflagraram a operação Smoke Free com o fim de desmantelar organização criminosa armada e transnacional especializada em comércio ilegal de cigarros. Militares de dois batalhões do Sul Fluminense são investigados na ação.

Foram expedidos 27 mandados de prisão preventiva. Deles, 15 são contra policiais. A PF não informou quantos são os agentes de cada batalhão, mas as unidades são a do 28° Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Volta Redonda, 33° BPM de Angra dos Reis, na região; e os batalhões de São Cristovam, Duque de Caxias, Queimados e a unidade do Batalhão de Policiamento em Vias Expressas (BPVE). Nenhum deles se manifestou sobre o caso.

Na ação de hoje, 300 policias federais cumprem  os 27 mandados de prisão preventiva e 50 de busca e apreensão, expedidos pela 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. Além dos mandados, ordens de bloqueio, sequestro e apreensão de bens, avaliados em cerca de R$ 300 milhões de reais, foram emitidas. Dentre os bens, estão imóveis, veículos de luxo, criptomoedas, dinheiro em espécie, valores depositados em contas bancárias, entre outros.

“De acordo com a investigação, iniciada em 2020, o grupo criminoso reiteradamente, no período de quase três anos (2019 a 2022), com falsificação ou não emissão de notas fiscais, depositava, transportava e comercializava cigarros oriundos de crime em territórios dominados por outras organizações criminosas (facções, milícias etc), através de acerto entre elas e o grupo ora investigado. Em consequência, efetuava a lavagem dos recursos obtidos ilicitamente e remetia altas cifras ao exterior de forma irregular, entre outros ilícitos cometidos”, disse em nota a PF.

A equipe explicou ainda que além disso, a organização criminosa contava com uma célula de serviço paralelo de segurança, coordenado por policial federal e integrado por policiais militares e bombeiros, que também atuavam para atender aos interesses espúrios do grupo.

“O grupo econômico que suporta a organização criminosa investigada é devedor contumaz da União e possui débito tributário de aproximadamente dois bilhões de reais, segundo informado pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional”, completou a nota.

A Agência de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI) – da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília -, compartilhou informações e colaborou com a Polícia Federal na operação, como parte da cooperação policial internacional de longa data entre autoridades norte-americanas e brasileiras.

Os investigados podem responder pela prática de crimes de sonegação fiscal, duplicata simulada, receptação qualificada, corrupção ativa e passiva, lavagem de capital e evasão de divisas. Se condenados, podem sofrer penas privativas de liberdade que, se somadas, alcançam o patamar de 66 anos de reclusão, sem contar com as causas de aumento de pena.

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