Pesquisa mostra que 53% de entrevistados do Sul Fluminense são a favor da privatização dos Correios

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SUL FLUMINENSE/BRASÍLIA

Foi aprovado na última quinta-feira, dia 5, o Projeto de Lei 591/21, do Poder Executivo, que autoriza a exploração pela iniciativa privada de todos os serviços postais. E para saber a opinião da população da região Sul Fluminense sobre o assunto, o A VOZ DA CIDADE realizou uma pesquisa virtual, que apontou que 53,3% apoiam a iniciativa, contra 46,7% que discordam. Atualmente, a iniciativa privada participa da exploração dos serviços postais por meio de franquias, mas os preços seguem tabelas da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), que detém o monopólio de serviços como carta e telegrama. Entretanto, já existe concorrência privada para a entrega de encomendas, por exemplo.

A proposta estabelece condições para a desestatização da ECT e remete a regulação do setor à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A matéria ainda será enviada ao Senado. Segundo o substitutivo aprovado, do deputado Gil Cutrim (Republicanos-MA), o monopólio para carta e cartão postal, telegrama e correspondência agrupada continuará com a ECT por mais cinco anos, podendo o contrato de concessão estipular prazo superior.

Os internautas comentaram na pesquisa do jornal, justificando a votação. Segundo os depoimentos a favor da privatização, o serviço oferecido atualmente não atende de fato a demanda e não vem sendo feito com qualidade. “O Estado precisa ter poder de concorrência com o setor privado que já é grande no Brasil”, aponta um dos participantes. “O governo tem que cuidar de segurança, saúde e educação, não de empresa de logística Estatal ineficaz e politizada; a qualidade do serviço cada vez pior e a inclusão de novos serviços sem a expansão ou divisão dos atributos só sobrecarrega e piora a qualidade”, destacam outros comentários.

Para aqueles que se dizem a favor, a privatização poderia beneficiar a um pequeno grupo, sucateando o serviço para quem mais precisa. “Os Correios precisam sim melhorar e a queda de desempenho dele não representa um argumento para privatização. Mas é como sempre foi no Brasil: a elite quer,  povo repete, e assim seja, porque é vontade do povo. Os Correios precisam de mais investimento e não de desvio de verbas fruto da corrupção que sempre existiu no Brasil, desde 1.500, inclusive no governo Lula, Dilma, Temer e Bolsonaro”, destacou um dos internautas. “O serviço de entrega de correspondências e encomendas nunca foi fechado, qualquer empresa pode fazer. Querem tirar a estatal porque ela regula o preço para baixo, diminuindo a margem de lucro das empresas privadas; a empresa é lucrativa e prestaria um bom serviço se não fossem más nomeações política”, afirmam outros comentários contra.

Outros comentários a favor  

Serviço caro para pouca eficiência. E cabide de empregos
É um serviço público que não tem bom atendimento, não tem gestão para produtividade

Falta de compromisso com os clientes, não gostam de trabalhar. Se privatizar, vão aprender a trabalhar

A favor pela irresponsabilidade dos correios na entrega de nossas correspondências.
A qualidade do serviço cada vez pior e a inclusão de novos serviços sem a expansão ou divisão dos atributos só sobrecarrega e piora a qualidade.

Outros comentários contra 

Porque  os Correios devem continuar estatal e continuar garantindo o serviço que presta ao povo brasileiro. O correio precisa de investimentos porque a anos sofre desmontes para hoje se justificar privatização.
Privatizações sempre demonstram que o país fracassou, o povo fica desprotegido para sempre nas questões trabalhistas. É mais inteligente investir para modernizar, reestruturar os correios, que ficaram para trás em tecnologia, os benefícios virão a médio prazo.
Os favoráveis à privatização dos Correios dizem que o serviço é ruim e muito insatisfatório. De fato, os Correios tem muito a melhorar. Os Correios passam por um sucateamento há muito tempo, isso porque o liberalismo e o neoliberalismo se instala no Brasil desde que existiu. Mesmo nos governos ditos de esquerda, como Lula e Dilma, os Correios não foram prioridade e nem receberam melhorias. Os governos Lula e Dilma tiveram aspectos liberalistas e ajudaram na “sucateação” dos Correios. A “sucateação” nos governos de direita, especialmente nos governos Temer e Bolsonaro, é ainda maior e mais grave. Como esses últimos são liberalistas e prezam pela instalação do neoliberalismo, é de suma importância colaborar por um sucateamento, indireta ou diretamente. Visto isso, o serviço dos Correios deixa a desejar para a população. Muita mercadoria extraviada, além de mercadoria danificada ou com demora absurda de entrega, desrespeitando o prazo prometido.
Neoliberalismo é coisa de quinta série e adulto decepcionado com a vida porque não tem dinheiro para pagar imposto e fazer “trade” ao mesmo tempo. Existem mais argumentos que demonstram desvantagem na privatização dessa empresa estatal.

 

SOBRE A VENDA 

O texto fixa condições para a desestatização da empresa, como a prestação dos serviços com abrangência nacional, contrato de concessão com modicidade de tarifas para os serviços postais universais e mudança do nome para Correios do Brasil. Além disso, a nova empresa não poderá fechar agências ‘essenciais’ à prestação do serviço postal universal em áreas remotas do País, segundo o disposto no contrato de concessão; e deverá manter serviços de caráter social realizados pela estatal atualmente.

Quanto aos empregados, Cutrim propõe que eles não poderão ser demitidos sem justa causa por 18 meses depois da venda da empresa e deverão contar com plano de demissão voluntária (PDV). A adesão ao PDV poderá ocorrer dentro de 180 dias da desestatização, com indenização igual a 12 meses de salário, manutenção do plano de saúde também por 12 meses e plano de requalificação profissional.

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