Pesquisa da ANP mostra que preço médio da gasolina sobe pela 8ª semana seguida

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Barra Mansa

O preço médio da gasolina subiu pela 8ª semana nos postos de combustíveis do Brasil e permanece acima da marca de R$ 6 por litro, de acordo com levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A cotação média da gasolina comum nas bombas atingiu R$ 6,092 por litro nesta semana, ante R$ 6,076 na semana anterior.

A pesquisa também mostrou alta nos valores do etanol, que chegou a R$ 4,715 por litro, na última semana. O óleo diesel teve leve recuo e foi cotado a R$ 4,707 por litro, pouco abaixo dos R$ 4,709 registrados na semana passada.

Em Barra Mansa a média registrada nos postos de combustíveis está em torno de R$ 6,80 a R$ 7,15. De acordo com o frentista e caixa, Rogério Costa Diniz, as constantes oscilações de valores têm prejudicado o movimento dos estabelecimentos. “As altas tem mexido com o comportamento dos clientes, cada vez que eles chegam é um preço e isso mexe com a frequência no abastecimento, eles reclamam muito, estamos todos descontentes, mas esperançosos de que um dia esses aumentos diminuam de frequência”, analisa.

A doceira Pâmela Mariana, faz delivery de seus produtos e sofre com as consequências dos aumentos. “Trabalho apenas com entregas, no meu bairro faço de bicicleta para economizar. Mas em lugares mais distantes tenho que ir de moto, e isso acaba prejudicando e encarecendo bastante as encomendas, como se já não bastasse o aumento no preço dos materiais para a confecção de bolos e doces”, avalia.

FATORES DE AUMENTO

Em 2021, o combustível se transformou num dos vilões da inflação, responsável por afetar duramente o orçamento das famílias brasileiras – já prejudicadas pela alta dos alimentos e da energia elétrica. Segundo o IBGE, a gasolina acumula no ano uma alta de 31,09%.

Os preços de venda dos combustíveis seguem o valor do petróleo no mercado internacional e a variação cambial. Dessa forma, uma cotação mais elevada da commodity e/ou uma desvalorização do real têm potencial para contribuir com uma alta de preços no Brasil, por exemplo.

Um dos principais pesos para o aumento dos preços da gasolina e do diesel está num fator conjuntural do mercado internacional já bem conhecido: a valorização da ordem de 30% do barril do petróleo, fator que influencia diretamente nos preços dos combustíveis.

Os preços dos derivados no Golfo do México (EUA), mercado de referência para o Brasil (que é importador), estão em alta. A recuperação da demanda no mercado americano a partir do avanço da vacinação contra a covid-19 se reflete na valorização dos combustíveis.

Nessa equação, também é preciso considerar a desvalorização do real em relação ao dólar e o aumento das paradas programadas para manutenção das refinarias no primeiro semestre, o que reduz momentaneamente a oferta de combustíveis. No caso do diesel, vale destacar também que o setor agrícola tem ajudado a puxar o consumo do derivado para cima.

Os impostos também pesam no bolso: a tributação federal (Cide, PIS/Pasep e Cofins) responde por 11,6% e o ICMS cobrado pelos Estados por mais 27,8% do preço final do produto. A distribuição e revenda ficam com 11% e o etanol anidro, misturado à gasolina, responde por 16,3% da composição final do preço do derivado.

No caso do diesel, a fatia da Petrobras corresponde a 52,4% do preço final do produto ao consumidor; a distribuição e revenda respondem por 13,4%, o ICMS por 15,9%; os impostos e taxas federais por 7%; e o biodiesel por 11,3%.

 

Petrobras anuncia alta no preço do diesel

A Petrobras anunciou na última terça-feira, dia 28, que vai elevar o preço do diesel vendido às distribuidoras. Com o reajuste, o preço médio de venda do diesel A passa de R$ 2,81 para R$ 3,06 por litro, refletindo reajuste médio de R$ 0,25 por litro. O reajuste entra em vigor nesta quarta-feira, dia 29.

Segundo a Petrobras, a alta de 8,89% vem após 85 dias de preços estáveis para o combustível – a última alta antes dessa havia sido em 7 de julho passado. A Petrobras não informou reajuste nos preços dos demais combustíveis.

A estatal também informa que, com o reajuste, a parcela que corresponde à Petrobras no preço pago pelos consumidores na bomba passará a ser de R$ 2,70 por litro em média, uma alta de R$ 0,22 em relação ao valor atual.

 

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