Pediatra de Barra Mansa faz alerta ao movimento antivacina e aos pais que não vacinam os filhos

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BARRA MANSA

No início deste ano, a Organização Mundial de Saúde (OMS) incluiu o movimento antivacinação em seu relatório sobre os dez maiores riscos à saúde global. O relatório diz que a resistência às vacinas pode reverter o progresso no combate das doenças. No entanto, mesmo o ato tendo sido estabelecido como um risco, atingir a meta de cobertura vacinal, ainda é um grande desafio.  Para falar sobre o tema, o A VOZ DA CIDADE conversou com a médica pediatra da Santa Casa de Misericórdia de Barra Mansa, Danielle Lopes, que falou sobre as consequências que esse movimento tem causado e lembrou que, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), é “obrigatória a vacinação das crianças”.

Segundo a médica, a população sofreu um retrocesso, pois na década de 80, a cobertura vacinal chegava a 95%, e atualmente não chega nem a 60%. “Nós conseguimos erradicar a poliomielite, já não havia casos. E pelo fato das pessoas deixarem de se vacinar, em 2017 foram registrados 12 casos dessa doença no mundo”, relatou, citando também os casos de sarampo. A doença havia sido considerada erradicada em 2016 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e não registrava casos há mais de um ano, mas esse quadro mudou a partir de 2018.

Apenas no Rio de Janeiro, o número de casos de caxumba cresceu 130% no acumulado janeiro a agosto deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 948 casos. Nos primeiros oito meses de 2019, foram feitos 2.185 registros de caxumba, superando os registros de todo o ano de 2018 (1.973) e de 2017 (1.376). Segundo esclarece o Ministério da Saúde, a única maneira de prevenir a doença, é através da vacinação.

No entanto, mesmo com todos os dados indicando o mal que a falta da vacinação traz, os grupos antivacina continuam crescendo nas redes sociais. Para Danielle, o fato das doenças não causarem um grande número de mortalidade como no passado, pode ser um fator para as pessoas deixarem de tomar cuidado. “A população ficam mais acomodada, e, além disso, existe a fake news. A internet é boa para quem busca se informar, mas também tem muitos grupos que disseminam informações falsas e isso vai se espalhando”, lamentou, afirmando que esse movimento é inaceitável. “Os pais que não vacinam as crianças podem ser denunciados no conselho tutelar, isso é grave”, expôs.

Uma das justificativas dos movimentos antivacinas, é que as vacinas fariam mal para a saúde. Sobre isso, Danielle explica que existem casos que tiveram efeitos colaterais, como por exemplo, reações alérgicas, mas que isso é uma porcentagem mínima perto dos benefícios que a vacinação oferece. A médica ainda alertou que quando uma pessoa não se vacina, ela se torna transmissora do vírus e coloca pessoas ao redor em risco. “A população deve buscar se informar melhor e em fontes confiáveis. As pessoas morrem por causa dessas doenças e elas poderiam está erradicadas, mas não estão por causa da baixa cobertura das vacinas”, concluiu.

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