Pedestres se arriscam em ponte férrea que liga os bairros Vila Nova e Roberto Silveira

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BARRA MANSA

Construída há mais de 100 anos, a ponte férrea que liga os bairros Vila Nova ao Roberto Silveira, que fica na Rua Major José Bento – próxima à entrada da Vila Coringa, em Barra Mansa, há décadas é um trajeto que serve de opção por quem pretende chegar ao outro lado da margem do Rio Paraíba. O local, no entanto, por ser estreito, acaba colocando em risco a vida de pedestres que se arriscam a passar pelos trilhos, já que é grande a possibilidade de serem surpreendidos pela aproximação de um trem.

No fim da tarde de segunda-feira, dia 6, um homem sofreu uma queda, em um dos pilares da ponte, e precisou ser resgatado pelo Corpo de Bombeiros e o Samu. Ele teve uma fratura na perna esquerda, estava bem e estável, segundo informações da Santa Casa. Populares disseram que ele teria se assustado ao ouvir o apito de uma composição. Uma situação que teria como ser evitada e que, segundo a Defesa Civil de Barra Mansa, não deve ser praticada pela população que, deve optar pela ponte Mauá ou Nilo Peçanha, para chegar ao outro lado do rio. “Essa ponte não é para pedestres; ela é de uso exclusivo dos trens. Como é feita de dormentes, ela é vazada, colocando as pessoas em risco de queda no rio ou atropelamento.  Ali não existe local de escape para se esquivar e, com isso, ou o pedestre corre, ou desce um pilar e fica encostado até o trem passar. É um risco que a população deve evitar”, orientou o coordenador da Defesa Civil, João Vitor Ramos.

Desde os três anos de idade morando na entrada do bairro Vila Coringa, um idoso de 78 anos, que preferiu não se identificar, contou ao A VOZ DA CIDADE que na ponte férrea a presença de adolescentes, adultos, idosos e até crianças é muito frequente, tanto no período do dia quanto a noite. Conforme se recorda, ele mesmo já ajudou a salvar uma moça que ficou paralisada sobre a ponte ao escutar o sinal do trem.  “Eu corri lá, segurei ela pela barriga e vim puxando. Nesses anos morando aqui eu já vi muitos acidentes ali. Essa ponte é o seguinte: só pode atravessar quem sabe. Se a pessoa se assustar ou desesperar quando o trem vier, o pior vai acontecer. Tem que manter a calma e ficar na beirada, segurando nos pilares, até ele passar. Eu já passei muito ali, principalmente quando era jovem e ia para o quartel; hoje, se precisar, eu atravesso brincando em cinco minutos”, disse.

A dona de casa Elaine Torres, de 48 anos, também mora na Rua Major José Bento e, na tarde de segunda-feira, ficou apreensiva ao saber que o Corpo de Bombeiros estava no local para tentar salvar uma pessoa que teria caído da ponte. De acordo com ela, mesmo após o acidente, já nesta terça-feira, dia 7, era possível ver diversas pessoas passando pelo local.  “Eu nunca tive coragem de passar ali e sempre falei para os meus filhos, quando eram  adolescentes, para não se arriscarem. Ontem uma pessoa quase morreu, sendo que isso poderia ter sido evitado, e hoje o fluxo de pedestres está normal, o pessoal nem liga”, observou a dona de casa, ao ressaltar que muitos que cruzam a ponte, no entanto, já sabem os horários do trem.

 

 

 

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