Paralisação gera correria em postos de combustíveis em Barra Mansa

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O terceiro dia de paralisação geral dos caminhoneiros começou com correria aos postos de combustíveis. Fato que foi alertado pelo jornal A VOZ DA CIDADE, na edição de ontem.

De acordo com a gerente de um posto de combustível da Santa Clara, Sirlei Carvalho os níveis do estoque preocupam. “O álcool está no fim, a gasolina deve acabar hoje, no máximo amanhã, dependendo da procura. É uma situação ruim, gostaríamos de atender melhor aos nossos clientes, mas está difícil, não há previsão de normalização”, aponta.

Neste posto, o jornal flagrou um ônibus abastecendo. “Não há mais combustível na garagem, por isso estamos abastecendo em posto convencional e não há previsão de reabastecimento”, disse o motorista que preferiu não se identificar.

O gerente Marcos Alessandro Nunes, de um posto de Volta Redonda,diz que nunca viu situação parecida como esta. “Nossa gasolina já acabou e o etanol deve acabar no fim da tarde. As bombas já estão sendo trancadas e os funcionários virão trabalhar para cumprir horário e por questões de segurança. É preocupante”, analisa.

O autônomo Sebastião Alves, abasteceu logo cedo em um posto na Vila Nova. Além do carro, ele levou alguns galões. “É preciso estocar, não se sabe até quando vai durar essa greve, não posso ficar tanto tempo parado”, citou.

O porta voz dos caminhoneiros localizados na Rodovia Lucio Meira, Kim Costa, diz que no local estão liberando a passagem de cargas vivas, oxigenação hospitalar e medicamentos. “São serviços essenciais, estamos abordando de forma pacífica e sem vandalismo. Não estamos impedindo o tráfego pela rodovia. A paralisação é necessária uma vez que não sobra dinheiro para investir nos veículos, a frota brasileira está sucateada. Precisamos de um ato deste tamanho para ter voz, mostrar nossos problemas”, destaca, informando que a população tem ajudado a categoria, ofertando alimentos e dinheiro.

Sindicato vai a Brasília

O presidente Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga do Sul Fluminense (Sinditac), Francisco Wilde viajou para a Brasília nesta quarta-feira para tratar de assuntos da paralisação. “A reunião é entre representantes de sindicatos e a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), na Casa Civil. O primeiro passo já foi dado, o movimento começa a surtir efeito, sairemos vitoriosos”, acredita Wilde.

Os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Valter Casimiro Silveira (Transportes) e Carlos Marun (Secretaria de Governo) vão conversar com os presidentes da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e da Associação Brasileira de Caminhoneiros (Abcam).

Sobre a retirada da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) o sindicalista diz que não fará diferença alguma. “Esse imposto não há representatividade alguma no preço final do combustível. A alíquota é de R$ 0,10 por litro para a gasolina, e R$ 0,05 por litro para o diesel. Não há cobrança para o etanol.  Na prática, o efeito no preço para o consumidor deve ser pequeno. A Cide corresponde a cerca de 2% do preço da gasolina e 1,5% do valor do diesel nas bombas”, destaca.

A redução do imposto foi anunciada na terça-feira pelos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE). Eles chegaram a um acordo com o governo federal para tentar minimizar o impacto do aumento dos combustíveis ao consumidor.

REINVINDICAÇÕES

Os manifestantes reivindicam 90% do frete do CTE da Transportadora para o autônomo, tendo em vista o Projeto de Lei 528/2016; Redução do preço dos combustíveis em geral em 50%; Proibir a cobrança do pedágio do eixo suspenso em todas as rodovias (Estadual e Federal); Fim das restrições da ponte Rio-Niterói e serra de Petrópolis, pois a passagem pelo Arco Metropolitano e Magé aumenta o custo e o risco do transporte pela falta de segurança do Estado; Fim da multa de evasão de balança no valor de R$ 5 mil da ANTT; Combate à corrupção na balança; Que a ANTT cumpra o seu papel de reguladora nos meios de transporte.

Efeito cascata

Falta combustível em vários postos em cidades do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Distrito Federal;

Diminuiu o número de ônibus em circulação no Recife;

Abastecimento de itens hortifrutigranjeiros do Ceasa está comprometido no Ceará e em Sergipe; no Rio, já houve alta dos preços de gêneros alimentícios;

O envio dos tipos de Sedex com dia e hora marcados está suspenso pelos Correios em todo o país.

A Associação Brasileira dos Revendedores de GLP (Asmirg-BR), entidade nacional representativa do setor revenda, alerta para desabastecimento do gás de cozinha em grande parte do Brasil.

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