Pai de criança que teve o corpo encontrado em mala diz que caso vai completar dois anos sem punição

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BARRA DO PIRAÍ

Anderson Quintanilha, de 33 anos, procurou o A VOZ DA CIDADE esta semana para informar que vai completar dois anos que o corpo de sua filha, Julia Laport, de dez anos, foi encontrado em uma mala e que até hoje não houve julgamento dos suspeitos do crime. A ossada da criança foi encontrada no distrito de Ipiabas no dia 21 de janeiro de 2019. Na ocasião, a mãe e o padrasto de Julia foram detidos suspeitos de terem cometido o crime.

“Eu não tenho informações sobre o julgamento e nem mesmo sei se eles estão presos, se estão soltos. Já procurei o Fórum de Barra do Piraí várias vezes e não me dão um retorno. Agora, me falaram que eu vou ter que contratar um advogado para que ele possa acompanhar a situação para mim”, disse Anderson, que não tem condições financeiras de pagar um profissional. “Eu estou resolvendo questões trabalhistas no INSS e estou sem receber. Minha mãe que está segurando as pontas, pois tenho três filhos para criar, de 14, nove e oito anos. Como pai, que lei é essa que não me dá o direito de acompanhar o que aconteceu com a minha filha, o que será feito e o que está sendo feito”, questionou Quintanilha.

O julgamento estava previsto para ocorrer no dia 25 de setembro de 2019, quando foi desmarcado. Anderson, desde então, não teve mais retorno sobre a situação. “O sentimento é de revolta. Vai fazer dois anos e nada? Não me dão uma resposta e eu me sinto incapaz. Cadê a nossa Justiça?”, protestou Anderson Quintanilha, que disponibilizou seu telefone de contato caso algum advogado tenha interesse em ajudar com a situação. O número é (24) 9 9291-3054.

A mãe e o padrasto no dia 15 de abril de 2019 chegaram a participar de uma audiência de instrução e julgamento para produção de provas testemunhais por ocultação do cadáver da criança. A audiência fez parte do processo de número 000037432-2019.8.19.0006 e aconteceu no Fórum de Barra do Piraí, pelo juiz da 2° Vara Criminal, diante do inquérito apresentado pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPERJ).

O A VOZ DA CIDADE fez contato com o Fórum para saber se há uma nova data, mas não obteve retorno até a publicação dessa reportagem.

O CASO

A mãe da criança, Cristiana Laporte, foi presa em janeiro após o corpo da filha ter sido encontrado. O pai, que estava com uma medida protetiva e não podia se aproximar da ex-mulher, junto com familiares, procurou a polícia após desconfiar das desculpas, evitando que a menina fosse vista. A mulher usava como pretexto, segundo ele, que a menina estava debilitada, acamada, devido a uma doença rara que tratava, conhecida como síndrome de West – caracterizada por crises epiléticas e dificuldade de locomoção. Julia teria, segundo as investigações, morrido cerca de seis meses antes de quando o corpo foi encontrado.

 

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