Mãe ficou ferida na abordagem contra barco que levava migrantes; agências reforçaram a necessidade de passagens seguras e regularização dos pedidos de refúgio e asilo; dados apontam que dois em cada três venezuelanos migrantes são mulheres e crianças
NOVA IORQUE/ TRINIDAD E TOBAGO
Quatro agências das Nações Unidas lamentaram a morte de um bebê venezuelano durante operação da Guarda Costeira de Trinidad e Tobago. As autoridades do país buscavam interceptar um barco com migrantes que partiu da Venezuela.
A nota conjunta foi emitida pelo escritório de Diretos Humanos, a Organização Internacional para Migrações (OIM), a Agência da ONU para Refugiados (Acnur) e o Fundo da ONU para Infância (Unicef).
Migrações
A mãe do bebê ficou ferida na operação e levada a um centro de saúde local.
As agências destacaram que, na falta de passagem seguras, refugiados e migrantes venezuelanos são forçados a se arriscar em trajetos perigosos, tanto por mar quanto por terra.
Para o representante conjunto do Acnur e OIM no país, Eduardo Stein, esse incidente mostra o risco enfrentado por pessoas em movimento durante trajetos perigosas. Ele diz que ninguém deveria “perder a vida em busca de segurança, proteção e novas oportunidades”.
Para Stein, essas tragédias só serão evitadas com caminhos mais seguros para refugiados e migrantes, e com sistemas que garantam a entrada segura e regularizada a refugiados e migrantes.
Crianças
As agências lembram que os Estados-membros da Convenção sobre os Direitos da Criança devem garantir os direitos das crianças em seu território, independentemente de sua nacionalidade ou status.
A diretora regional do Unicef para América Latina, Jean Gough, afirmou que nenhuma criança migrante deve morrer, seja viajando com seus pais ou sozinha. Ela lembrou que ninguém colocaria a vida de seus filhos em risco se tivesse outra opção.
Jean Gough destaca que dois em cada três venezuelanos em movimento são mulheres e crianças e afirma que o caso é um lembrete de que eles são ainda mais vulneráveis.
Plataforma
A ONU pede aos governos que estabeleçam mecanismos que ajudem a proteger o direito de migrantes e refugiados, incluindo o acesso à regularização e pedidos de asilo.
Existem mais de 6 milhões de migrantes e refugiados venezuelanos pelo mundo. A maioria em países da América Latina e Caribe.
De acordo com a Plataforma Regional de Coordenação Interinstitucional para Refugiados e Migrantes da Venezuela, trabalho conjunto do Acnur e OIM no país, em janeiro de 2022, havia aproximadamente 28,5 mil refugiados e migrantes venezuelanos em Trinidad e Tobago.
* Luciano R. Pançardes – Editor Chefe