Observatório Internacional de Emissões de Metano (Imeo) é lançado para combater mudanças climáticas

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NOVA IORQUE

Os esforços globais para conter as emissões de metano e combater as mudanças climáticas ganharam um impulso significativo com o lançamento do Observatório Internacional de Emissões de Metano (Imeo), uma iniciativa do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).

O metano, um gás potente no efeito estufa, contribui para um quarto do aquecimento climático atual, tornando sua redução uma prioridade urgente. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (Ipcc) estabeleceu a meta de reduzir as emissões de metano em pelo menos 30% até 2030 para alcançar os objetivos do Acordo de Paris.

Uma das principais ferramentas do Imeo é o Sistema de Alerta e Resposta ao Metano (Mars), coordenando observações remotas de satélites de agências espaciais de renome, como a europeia, italiana, alemã e a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (Nasa). O objetivo é identificar grandes fontes de emissão de metano em todo o mundo.

Manfredi Caltagirone, chefe do Imeo, ressalta que o Mars desempenha um papel crucial na missão de reduzir as emissões, além de proporcionar maior transparência. “Este sistema permitirá compartilhar dados com aqueles que podem agir para reduzir as emissões no terreno”, afirmou Caltagirone.

Uma inovação notável do Mars é a disponibilização pública dos dados, prevista para o final deste ano, entre 45 e 75 dias após a detecção das emissões. Caltagirone enfatiza que esse período de sigilo é essencial para garantir a precisão das informações compartilhadas.

O Imeo também pretende engajar empresas e governos em discussões construtivas sobre a redução das emissões de metano no setor de energia. A expectativa é que a ameaça de exposição pública motive um aumento na responsabilidade e transparência por parte das entidades envolvidas.

O projeto se vale do uso de satélites avançados, incluindo o Sentinel 5P, da Agência Espacial Europeia, que fornece dados diários globais. A partir dessas informações, mapas são desenvolvidos a cada três semanas, identificando concentrações significativas de metano. Satélites de imageamento de fontes pontuais são então direcionados para esses alvos, fornecendo detalhes precisos sobre as fontes de emissão.

O Observatório Internacional de Emissões de Metano representa um passo notável em direção ao enfrentamento das mudanças climáticas e à promoção de um ambiente mais saudável para as gerações futuras. Com suas abordagens inovadoras e colaborativas, espera-se que o Imeo desempenhe um papel crucial na busca por um futuro mais sustentável.

* Luciano R. Pançardes – Editor chefe

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