Novos bombardeios e deslocamentos sobrecarregam acampamentos em Gaza

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ISRAEL/GAZA

A ação humanitária para abastecer a Faixa de Gaza se torna cada vez mais difícil em meio a relatos da continuação de bombardeios pesados de militares israelenses e dos intensos confrontos “na maioria das áreas” onde se encontram combatentes do grupo Hamas.

Funcionários do setor apontam as áreas do norte e do sul como as mais atingidas pelos confrontos. Forças terrestres israelenses teriam sido impelidas para áreas centrais de Gaza e grupos armados palestinos lançaram mísseis contra Israel.
Segurança 

De acordo com a Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, a situação levanta inquietação com relação a segurança dos civis que por várias vezes foram obrigados a se mover.

Entre sábado, dia 23 e terça-feira, dia 25, estima-se que 858 pessoas foram mortas na Faixa de Gaza. O total de vítimas fatais palestinas subiu para 20.915 desde 7 de outubro. Cerca de 70% são mulheres e crianças e pelo menos 54.918 habitantes ficaram feridos.

O Escritório da ONU para Assistência Humanitária, Ocha, também informou que 164 soldados israelenses morreram e outros 874 ficaram feridos durante as operações terrestres realizadas em Gaza.

O balanço é dos mais de 80 dias após o início dos bombardeios das Forças de Defesa de Israel, em resposta aos ataques do Hamas ao sul de Israel, que causaram cerca de 1,2 mil mortes do lado israelense e 240 reféns.

Bombardeios aéreos, terrestres e marítimos

O diretor de Assuntos da Unrwa em Gaza, Tom White, disse que a província de Rafah, no Sul, está agora “estourando pelas costuras”. Um vídeo em sua rede social mostra uma longa fila de carros repleta de colchões amarrados e outros bens.

O Ocha destaca que as forças de Israel teriam realizado bombardeios aéreos, terrestres e marítimos “pesados” nos últimos três dias tendo como alvo “maior parte da Faixa de Gaza, especificamente na Área Central”.

No período foram usados “mais de 50 ataques” em acampamentos de refugiados como Al Bureij, An Nuseirat e Al Maghazicom. Dezenas de pessoas morreram e foi impedido o trabalho das equipas auxílio devido às estradas destruídas que ligam os acampamentos.

De acordo com os relatos de moradores e autoridades, muitas pessoas estão desaparecidas, presumivelmente enterradas sob os escombros, e várias outras “ainda aguardam resgate ou recuperação.”

Pessoas abrigadas em acampamentos de tendas

Após uma nova ordem de evacuação emitida pelas Forças de Defesa de Israel na área central de Gaza, a Unrwa chamou a atenção para “a terrível situação que afeta as pessoas abrigadas em acampamentos de tendas no sul.”

A diretora de Comunicação da vencia, Juliette Touma, cerca de 400 pessoas partilham um banheiro o que causa preocupações pelo potencial propagação de doenças associadas à falta de necessidades básicas, incluindo água, saneamento e alimentos.

Os trabalhadores humanitários da ONU reiteram que devido à fome, habitantes de Gaza pararam camiões de ajuda para descarregar alimentos ressaltando que se torna impossível satisfazer as necessidades das populações no sul.

Estima-se que a densidade populacional na área da Faixa de Gaza seja de 12 mil pessoas por quilômetro quadrado.

*- Luciano R. Pançardes – Editor-chefe

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