Nissan paralisa atividades por conta da falta de semicondutores

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RESENDE

O Complexo Industrial da Nissan em Resende paralisou as atividades até o próximo dia 6 de setembro, por conta da falta de semicondutores. A informação foi confirmada através de nota oficial enviada pela assessoria de imprensa que diz: “Como todo o setor automotivo global, o Complexo Industrial da Nissan em Resende também está sendo afetado pela falta de componentes importantes, como semicondutores. Por conta disso, e para manter a cadência e a qualidade da produção, a Nissan decidiu parar a produção na fábrica até seis de setembro. O foco principal da Nissan continua sendo manter o mais consistente possível o atendimento às demandas de nossos clientes e da nossa rede”.

Além da Nissan, nos últimos meses, montadoras como Volkswagen, GM, Honda e Volvo suspenderam suas produções em suas fábricas de todo o mundo. Um dos motivos é a falta de componentes, em especial semicondutores. O problema também afeta empresas de outros setores, como Samsung e Sony.

O que são semicondutores?

Os semicondutores são uma classe de materiais capazes de conduzir correntes elétricas. Eles são matéria-prima para a produção de chips usados nos mais diversos aparelhos eletrônicos, como smartphones, videogames e computadores.

Nos últimos anos, sua utilização nos veículos também cresceu. Atualmente, um modelo SUV de médio porte, tem cerca de 300 chips, segundo o fabricante. E a demanda vai crescer com a popularização dos veículos elétricos e autônomos. Outro motivo é que a tecnologia  5G também exigirá uma maior disponibilidade desse tipo de componente.

Efeito Covid-19  e demais fatores

A crise dos semicondutores começou no ano passado, com a pandemia de Covid-19 e o fechamento de fábricas e a desaceleração da produção. Muitas montadoras suspenderam encomendas dos semicondutores utilizados nos veículos. Quando a indústria automobilística aumentou o ritmo de produção, a demanda pelos componentes já estava muito alta.

Além disso, nos meses seguintes, o avanço do home office e da educação à distância impulsionou a venda de aparelhos eletrônicos, como computadores, celulares e TVs. A produção de semicondutores foi, então, direcionada a esses mercados.

Não bastassem estes fatores, outros vieram a eles se somar, inclusive climáticos. Nos EUA, uma fábrica suspendeu as atividades devido ao frio extremo em 2020 e, em Taiwan, foi necessário reduzir a fabricação por conta de uma forte seca (o processo de produção exige grandes quantidades de água). Duas fábricas de grande porte no Japão, uma em outubro de 2020 e outra em março de 2021, interromperam a produção por conta de incêndios.

Mais recentemente a falta de semicondutores passou a afetar também os fabricantes de smartphones e outros produtos eletrônicos Em um relatório divulgado em janeiro, a agência de classificação de risco Fitch Ratings citou expectativas de que os problemas de fornecimento continuem por alguns meses e se dissipem no segundo semestre deste ano.

 

 

 

 

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