Nissan anuncia corte de 398 colaboradores na fábrica de Resende

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RESENDE

A montadora japonesa Nissan vai promover a demissão de trabalhadores em virtude da crise provocada na economia global e a queda nas vendas de veículos com a pandemia do coronavírus (Covid-19). O prazo de paralisação preventiva contra a Covid-19 no qual os funcionários ficaram em casa durante dois meses sobe a Medida Provisória do governo federal terminou no dia 19.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense, diversos trabalhadores estão recebendo em suas residências um comunicado da direção da empresa confirmando o seu desligamento. O sindicato adverte que o corte abrangeria em torno de 30% dos trabalhadores dos setores administrativo, de produção e de manutenção. “Nesta segunda-feira, pela manhã, soubemos que há trabalhadores recebendo este comunicado de desligamento. Somos contra as demissões e vamos defender os funcionários. Nossa primeira providência é buscar uma reunião com a direção da Nissan, tentar congelar/reverter isso tudo antes da homologação, que devem ocorrer no sindicato”, observa Renato Soares, vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense. “O sindicato é uma defesa dos trabalhadores, vamos propor para a empresa pensar no social, no seu colaborador, e que entre em negociação conosco evitando essa situação”, argumenta.

O trabalho de toda a equipe será retomado na quarta-feira, dia 24

CORTE DEVIDO À PANDEMIA

A reportagem do A VOZ DA CIDADE buscou informações sobre as demissões com a Nissan do Brasil. A assessoria de imprensa da montadora confirmou que de fato haverá cortes no Complexo Industrial de Resende, porém, em menor quantidade de colaboradores perante o projetado pelo Sindicato dos Metalúrgicos. A empresa justifica os desligamentos em função da forte redução do mercado e previsão de queda em função da pandemia de coronavírus. O total de trabalhadores envolvidos será de 398 pessoas.

A empresa observa, ainda, que o período parado sem trabalho terminou na sexta-feira, dia 19, e algumas pessoas já voltaram nesta segunda-feira, dia 22, para a fábrica. A produção, com toda a equipe, está prevista para a quarta-feira, dia 24. Frisa também que todos que foram desligados, além de receber as compensações previstas por lei, vão receber todos os benefícios extras da empresa.

Segundo a posição oficial enviada ao A VOZ DA CIDADE, a montadora busca se adequar à nova situação do mercado automotivo nacional. “A Nissan vem buscando adequar o seu negócio à nova situação do mercado automotivo no Brasil em decorrência dos reflexos da pandemia de Covid-19 e, em função da manutenção do cenário atual de forte retração, a empresa precisou adotar novas medidas para garantir a sustentabilidade da sua operação no país. Uma delas é o ajuste da cadência de produção no Complexo Industrial de Resende e, com isso, a interrupção de um turno. Uma parte da equipe será alocada em outro turno, mas, infelizmente, não será possível integrar todos os postos de trabalho. A Nissan reforça que continua comprometida com a sociedade brasileira e espera que seja possível uma rápida recuperação no futuro próximo”, informa.

A Nissan do Brasil produz no Complexo Industrial de Resende os veículos Nissan March, Nissan Kicks e o Nissan Versa. A fabricante japonesa investiu R$ 2,6 bilhões na construção de seu Complexo Industrial em Resende. A unidade foi inaugurada em abril de 2014 com a capacidade de produzir 200 mil carros e 200 mil motores por ano. Segundo a Associação Nacional de Fabricantes do Setor Automotivo (Anfavea) é tendência que o setor automotivo sofra as consequências pela pandemia, pois as vendas de veículos devem recuar 40% no país este ano, por causa do coronavírus.

 

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