Museu Multitemático de Barra Mansa mostra seu acervo à Fundação Cultura

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BARRA MANSA
Um rico acervo com obras pré-colombiana, artes oriental e africana, moedas, selos, porcelanas, cerâmicas entre outros milhares de itens está no município. Por enquanto poucas pessoas conhecem o Museu Multitemático, instalado no bairro Santa Rosa pelo médico e ex-vereador Francis Bullos.
O Museu Multitemático de Barra Mansa ainda não está aberto à visitação pública. A ideia de Francis Bullos é consolidá-lo como ponto turístico para quem aprecia história, arte e cultura da cidade, do Brasil e do mundo.
Francis explicou que diversas coleções, o MMT está abrigado numa estrutura construída de forma similar à um castelo medieval. “Como não há possibilidade de tudo estar exposto ao mesmo tempo, sempre substituímos as obras. Por isso o nome de Museu Multitemático”, explicou.
Mais de 30 mil obras catalogadas compõe a Biblioteca. Em paredes de vidro que ficam ao lado do Museu é possível encontrar jornais antigos que marcaram a história, como o anúncio do voo de Santos Dumont, a morte de Dom Pedro e diversos jornais de outros países, em vários idiomas. São mais de 800 mídias em áudio e vídeo. Durante a visita, foi apresentado o áudio de um disco de vinil com discursos dos ex-presidentes João Goulart, Getúlio Vargas e ainda a transmissão do primeiro homem a pisar na lua.
O presidente da FCBM, Marcelo Bravo, disse que vivenciou uma verdadeira aula de história, cultura e arte no Museu. “Quero fazer um destaque sobre a sensibilidade de um barra-mansense em reunir uma coleção de objetos ricos e valiosíssimos para a história e a memória da cidade, do Brasil, e também da humanidade. Uma moeda dá época da crucificação de Jesus Cristo, as máscaras africanas, uma coleção de cerâmica brasileira, arte popular, mas também obras de artistas consagrados como Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti e até Romero Brito. Dá gosto de ver e ouvir todas as histórias”, disse o presidente.
Fátima Lima disse que o Museu é uma riqueza para o município. “O local é fascinante e oferece meios para um aprendizado mais profundo aos nossos jovens. Também é uma preciosidade para os professores, principalmente das áreas de história, geografia e literatura”, destacou.
Com o mês de novembro dedicado à consciência negra, durante a visita, Francis Bullos aproveitou para contar que se emociona toda vez que faz a leitura dos documentos que comprovam a compra e venda de escravos em Barra Mansa. “Com o nome e idade da ‘mercadoria’ transacionada, o museu conta com os documentos que comprovam a compra e venda de escravos na cidade, cujos impostos, conforme a documentação, foram recolhidos aos cofres municipais”, disse, completando que a partir desses documentos escreveu a obra Caminhos de Sangue. “Eram escravos que vinham do Nordeste para suprir lavouras do Sudeste. Escrevi em minha coluna da Voz da Cidade, Vidas Contadas, a saga do comércio nefando, quando faziam seres humanos virem a pé de Alagoas até aqui. Tive o privilégio de vê-lo inserido em tese de doutorado da Universidade Federal de Pernambuco”, concluiu.

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