Moradores do Pátio da Estação reclamam de falta de acessibilidade e descaso pelos responsáveis

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VOLTA REDONDA

O A VOZ DA CIDADE recebeu a denúncia de moradores do Pátio da Estação localizado na BR-393, no bairro Santa Cecília, em frente à Rodoviária Francisco Torres, em Volta Redonda. De acordo com os moradores, o único acesso às 22 moradias é através de uma passarela com dezenas de degraus e mais de quatro metros de altura, o que além de dificultar a acessibilidade ao local, impede a chegada de serviços essenciais como o caminhão de coleta de lixo, bombeiros e ambulância, dentre outros serviços. Segundo eles, apesar das constantes reclamações, nenhuma iniciativa foi tomada. O local é um imbróglio, pois é área remanescente da antiga RFFSA, mas agora, segundo informações do órgão responsável do governo federal, sobre acessibilidade e manutenção a responsabilidade é do Poder Público.

Alcione Rangel, de 59 anos é moradora do Pátio da Estação há 20 anos, junto com a mãe de 84 anos que está acamada. Segundo ela, a principal solicitação seria por uma passarela descente que facilite a movimentação. “Não temos liberdade para ir e vir, ficamos impedidos de ter acesso até mesmo aos serviços essenciais como, bombeiro ou ambulância. No caso da minha mãe, não temos como atravessar a passarela com ela e nem tem como o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) entrar, o que prejudica ainda mais sua qualidade de vida”, disse.

Local é um imbróglio, remanescente da antiga RFFSA – foto – divulgação

Denise da Silva, de 58 anos é moradora do local há 40 anos e também já sofreu na pele não poder receber atendimento pela dificuldade de acesso. De acordo com ela, o marido faleceu no local e com muito custo contratou um serviço de funerária para transportar o cadáver pela passarela. “Você tem noção do que é ficar horas com um cadáver dentro de casa porque não tinha como acessar? Ninguém faz nada. já fizeram reunião com engenheiro, autoridades de Justiça, e nada. Estamos abandonados, esquecidos”, lamentou acrescentando que a coleta de lixo e manutenção da iluminação e capina, são algumas das históricas reclamações.

Apesar dos problemas, os moradores afirmaram que caso não recebam uma proposta dos responsáveis, não têm a intenção de sair do Pátio da Estação devido à localidade e segurança.

Recolhimento de lixo manutenção da iluminação e capina, são dificuldades enfrentadas – foto – Fábio Guimas

QUEM É O RESPONSÁVEL?

O Pátio da Estação pertencia à antiga extinta Rede Ferroviária Federal (RFFSA), sendo agora responsabilidade da Secretaria do Patrimônio da União (SPU), do Ministério da Economia. O jornal A VOZ DA CIDADE, entrou em contato com o coordenador substituto da Secretaria do Patrimônio da União no Rio de Janeiro (cujo titular é Paulo da Silva Medeiros), Adilson Linhares. Ele informou que as demandas em relação à acessibilidade, coleta de lixo, manutenção da iluminação e capina é de responsabilidade da prefeitura municipal ou ao Estado. “Os imóveis da carteira imobiliária da extinta Rede Ferroviária Federal, passaram a ser administrados pela Secretaria do Patrimônio da União, do antigo Ministério do Planejamento atual Ministério da Economia. A secretaria, só cuida da parte de regularização dos contratos firmados entre os particulares e a rede referente ao imóvel. Todas as demais questões são ligadas ao município ou ao Estado”, relatou.

Sobre o assunto, a Prefeitura de Volta Redonda informou em nota que a passarela que dá acesso às residências foi reformada há menos de um ano e está em perfeitas condições. “O local em questão fica dentro de propriedade privada, por conta disso, não é possível construir um novo acesso”, disse. A Secretaria Municipal de Infraestrutura se propôs a buscar diálogo com a empresa e com os moradores para mediar uma solução.

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