Moradores do bairro Siderlândia pedem socorro após alagamento e situação de calamidade

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BARRA MANSA

O jornal A VOZ DA CIDADE esteve na manhã de hoje na Rua Gabriel Gonçalves de Brito, no bairro Siderlândia, em Barra Mansa, para apurar sobre o pedido de socorro dos moradores que estão sofrendo na pele as consequências da chuva. Uma tubulação que é responsável pelo transporte de esgoto sanitário rompeu-se. Com o acumulo de água, a loja localizada acima da manilha de latão cedeu, fazendo com que abrisse uma cratera e  parte do imóvel desabasse. Com os destroços, o local onde a água corre entupiu e as residências que ficam atrás da loja, estão inundadas com a água parada de esgoto e possivelmente contaminada. A Defesa Civil interditou o estabelecimento e as casas na última quinta-feira, dia 10, porém os oito moradores se recusaram a sair por não terem para onde ir. Sendo os habitantes adultos, idosos e crianças com idade entre dois e sete anos.

Rosa Helena Novaes, de 52 anos, é proprietária da loja que cedeu e contou que o imóvel já havia começado a mostrar sinais de uma possível queda, há um ano, e por isso não estava ocupada. Para ter acesso às casas, os moradores estão precisando passar pela água, que sem chuva, está chegando aproximadamente a um metro. Além disso, quando chove, o nível da água parada alcança as tomadas das casas podendo causar uma descarga elétrica em quem passa pelo trajeto, com isso, os moradores estão desligando as luzes durante a chuva.

José Bernardino de Carvalho, de 74 anos, é um dos moradores que está com a casa alagada e conta que reza todos os dias para não chover. “A água vem da fazenda e passa pelo loteamento. O problema foi na rede de esgoto. Como vamos fazer? Já é muito difícil nos manter. Estamos rezando para não chover. Eu não tenho como largar minha casa, é tudo o que eu tenho, então só saio daqui morto”, lamentou e comentou que ele mesmo estava entrando na água para tentar desentupir a tubulação.

Adilson Martins, de 47 anos, mora no local com a esposa, há três anos e informa que perderam muito com o acontecimento. Além disso, contou que tem moradores com crianças em casa. “Minha esposa e eu perdemos nossas coisas que estavam embaixo, as plantas delas também foram todas afetadas. Entrou água em tudo. Além disso, nossa vizinha tem quatro filhos com idade entre dois a sete anos, ela também precisa passar para a água e ficamos preocupados com a nossa saúde né?”, comentou.

PREVISÃO DO TEMPO

Os moradores contam que estão com medo das chuvas que podem ocorrer nos próximos dias. O Monitoramento Climático Fluminense informou que o Estado do Rio de Janeiro está em alerta para mais chuva forte e volumosa até pelo menos sábado, dia 12. O corredor de umidade que já estava atuando sobre parte do Estado nos últimos dois dias foi classificado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) como uma Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), que é responsável por períodos de enchentes na região sudeste, por provocar chuvas fortes que por muitas vezes são persistentes acumulando grandes volumes, causando deslizamentos de terra e transbordamento de rios. Sendo assim até sábado, a mesma pode provocar diversos episódios de chuva em várias cidades de todas as regiões Fluminenses.

“Isso é bem preocupante, principalmente para as cidades do Sul Fluminense, Grande Rio e região Serrana, em algumas localidades dessas regiões a chuva já ultrapassou os 100m em pouco mais de 24 horas, o solo já está encharcado e vários rios estão cheios, entre eles o principal do estado, que é o rio Paraíba do Sul. A população deve ficar em alerta nesses próximos dias, principalmente quem mora em área de risco”, informou o monitoramento.

RESPOSTA

O A VOZ DA CIDADE entrou em contato com a prefeitura para saber qual e quando alguma iniciativa será tomada para preservar a vida desses moradores, e foi informada através de uma nota que o local já foi vistoriado e interditado pela Defesa Civil e trata-se de uma construção irregular em terreno particular, localizado em cima de uma galeria de águas pluviais. “O Executivo destaca que a Lei Federal 12.727/2012 proíbe a construção em cima de galerias. Em relação a tubulação, o município está estudando possibilidades de auxiliar essa família”, disse a nota.

Em relação as famílias, a mesma informou que a Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos, através do Cras Morada Verde, esteve em visita nessas casas e constatou que as residências são alugadas. Foram verificadas as condições e disponibilizado cadastramento no CadUnico. As famílias receberam a doação de quatro cestas básicas, além de um kit maior de limpeza. Eles ainda receberão alguns móveis que foram doados a Pasta.

A prefeitura enviou uma atualização da nota informando que a Defesa Civil realizou uma nova vistoria na tarde desta sexta-feira. “As famílias estão alojadas em casas de parentes, pois as residências, que são alugadas, continuam interditadas, sem qualquer possibilidade de receber os moradores no momento”, concluiu a nota.

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