Anestesista investigado por abuso sexual passará por audiência de custódia

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RIO/SUL FLUMINENSE
A Polícia Civil colheu uma gaze usada pelo médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, de 32 anos, para se limpar após ser flagrado em vídeo por suposto abuso sexual contra uma mulher grávida, em trabalho de parto, no Hospital da Mulher de Vilar dos Teles, na Baixada Fluminense. Formado em uma universidade de Volta Redonda, o caso segue em investigação e novos relatos surgiram após repercussão do fato. Ele foi preso ontem após enfermeiras registrarem o crime. Elas colocaram escondido um celular em um armário e filmaram o homem. Hoje, previsto para às 15 horas, ele passará por audiência de custódia.

Está previsto também para hoje,  ouvir e colher depoimentos de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem que participaram da cirurgia da vítima que foi filmada e de todos que estiveram na sala de operação. Além do caso registrado na filmagem, ele também será investigado em outros cinco casos de possíveis estupros.
A equipe de enfermagem recolheu e entregou para a Polícia Civil o material que teria sido usado pelo médico para se limpar após colocar o pênis na boca da vítima, que estava sob forte dosagem de medicamentos. Nele, colhido no lixo por enfermeiras e apresentado à Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam), a perícia irá analisar o material biológico.
Após a repercussão do caso, outras pessoas se manifestaram com a polícia sobre situações estranhas ocorridas em mulheres que passaram por acompanhamento do médico no local. A mãe de uma paciente, que prestou depoimento, comentou que estranhou o fato da filha ter voltado com o rosto sujo da mesa de cirurgia. Ela disse que havia uma substância branca, mas que acreditou se tratar de algum procedimento médico. As funcionárias do hospital comentaram o fato de muitas mulheres não terem força para segurar os filhos após os partos devido ao excesso de medicação.
Giovani se formou em 2017 no Centro Universitário de Volta Redonda (Unifoa), que se manifestou sobre o caso. “Temos como missão promover a formação humana, cientifico-técnológica e profissional, fundamentada na ética e norteada pela responsabilidade social. […] Repudiamos veementemente a prática exercida por qualquer uma das pessoas que tenham feito ou fazem parte do corpo social desta instituição, de qualquer ato que configure crime, a ser devidamente apurado e punido, de acordo com a legislação em vigor”, disse em nota, lamentando, a Unifoa.
O CASO
Giovanni foi preso na madrugada de ontem, dia 11, na Baixada Fluminense suspeito de estupro contra uma mulher grávida. A prisão ocorreu por meio da Polícia Civil, no Hospital da Mulher de Vilar dos Teles, tendo o abuso sexual sido registrado por meio de filmagem, de cerca de dez minutos, quando a vítima estava em trabalho de parto. Funcionárias da unidade médica há algum tempo já estavam estranhando o comportamento do médico e conseguiram registrar o crime.
O Conselho Regional de Medicina no Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) abriu processo administrativo para a expulsão do médico; e a Fundação Saúde do Estado do Rio de Janeiro e a Secretaria do Estado de Saúde repudiaram o fato, informando que será aberta uma sindicância para as medidas administrativas necessárias.
Ontem, a defesa do médico chegou a alegar que ainda não tinha acesso na íntegra aos depoimentos e elementos de provas que foram produzidos durante a lavratura do auto de prisão em flagrante. Hoje, foi informado que o advogado deixou o caso, não sendo comunicado até o momento quem acompanhará o investigado. Em nota, a equipe disse que não há interesse na contratação do serviço e que “deseja sorte na defesa do seu futuro patrono”.
Giovanni já atuou em 10 hospitais públicos e privados. O caso segue sob investigação para apurar se houve outras vítimas de abusos por parte dele.

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