Manifesto de grupo de caminhoneiros dura poucas horas

0

SUL FLUMINENSE

Diante de uma crise econômica que atinge todo o país, grupos de caminhoneiros de várias partes do Brasil fecharam na noite de quarta-feira, dia 8, rodovias federais de pelo menos 15 estados. A ação teve reflexo também em uma das cidades da região Sul Fluminense, em Barra Mansa, mas que no início da madrugada já tinha sido dispersada. Até o fechamento desta edição, os protestos aconteciam em 13 estados, mas sem nenhum registro de interdição de pista. Até o fechamento desta edição no Estado do Rio de Janeiro não havia nenhuma rodovia com manifesto.

A ação de pararem em acostamentos e fechar rodovias é em apoio ao governo do presidente Jair Bolsonaro e contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), até mesmo incitados pelo ato de 7 de setembro. Bolsonaro, na noite de quarta-feira, dia 8, chegou a gravar um áudio direcionado ao grupo, pedindo que o ato fosse dispersado, pois a ação atrapalharia a economia. Ontem ele se reuniu com representantes do grupo de caminhoneiros que se dizem autônomos.

Em Barra Mansa, os caminhoneiros realizaram uma manifestação pacífica no Km 276, no Posto Flumidiesel. A interdição na maior parte do tempo foi parcial, deixando a faixa esquerda livre, com poucos momentos de retenção total. “O congestionamento foi pequeno, não passando de três quilômetros, devido ao fluxo reduzido por conta do horário. Por volta de 1 hora de ontem (quinta-feira) os manifestantes se dispersaram por conta própria”, frisou.

Pela manhã de ontem, o A VOZ DA CIDADE entrou em contato com a CCR NovaDutra, que confirmou que nas primeiras horas da manhã o fluxo na região seguia normal e sem retenções motivadas por caminhoneiros. “A PRF esteve em todos os locais identificados e trabalhou pela garantia do livre fluxo”, informou o Ministério da Infraestrutura, em nota.

Em nota, a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) manifestou “total repúdio” às paralisações. “Trata-se de movimento de natureza política e dissociado até mesmo das bandeiras e reivindicações da própria categoria, tanto que não tem o apoio da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos”, diz a entidade. O texto leva a assinatura do presidente da NTC&Logística, Francisco Pelucio.

A entidade, que congrega cerca de quatro mil empresas de transporte, disse ainda estar preocupada com os efeitos que bloqueio nas rodovias poderão causar, especialmente em relação ao abastecimento dos setores de produção e comércio.

O presidente do Sindicato dos Transportadores de Cargas de Volta Redonda (Sinditac-VR), Francisco Wilde, disse que não são caminhoneiros os responsáveis pelo manifesto, mas que existem apoiadores que são da categoria. Ele destacou que o Sindicat-VR nada tem a ver com essa ação. “O problema todo é que esses atos nada têm a ver com as nossas necessidades que são o preço da tabela do frete e a alta do diesel. E isso já estamos conversando em Brasília. Orientamos os caminhoneiros a não participarem desses atos porque não é desse jeito que se organiza um manifesto, tem todo um cuidado que precisa ser tomado para não trazer risco para ninguém”, disse Wilde.

REUNIÃO COM REPRESENTANTES

Na tarde de ontem, um grupo de caminhoneiros se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro. Eles teriam dito que somente desmobilizariam as paralisações se a pauta anti-STF avançasse. Francisco Dalmora Burgardt – Chicão caminhoneiro” e Cleomar José Immich, foram os que se identificaram. Eles falaram à imprensa ao lado de deputados bolsonaristas no Palácio do Planalto.

Eles chegaram a condicionar a retirada dos caminhões das estradas a uma reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco para tratar da atuação do Supremo.

Os manifestantes informaram que a pauta de reivindicação envolvia liberdade de expressão e negou que ela incluísse o preço dos combustíveis ou o valor do frete, principais queixas dos sindicatos que atuam pela categoria.

Deixe um Comentário