Inflação acelera para 0,96% em julho, maior para o mês desde 2002

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SUL FLUMINENSE

Em recém divulgação, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) anuncia que em julho de 2020, a taxa mensal foi do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 0,36%.

Em julho de 2020, a taxa foi de 0,44%. A inflação acelerou para 0,96% em julho com reajustes dos preços da energia elétrica, registrando o maior resultado para o mês desde 2002 (1,19%). Com isso, o indicador acumula alta de 4,76% no ano e de 8,99% nos últimos 12 meses, acima do acumulado nos 12 meses imediatamente anteriores (8,35%).

O INPC também acelerou para 1,02% em julho, ficando acima do resultado de junho (0,60%). No ano, o indicador acumula alta de 5,01% e, em 12 meses, de 9,85%, acima dos 9,22% acumulados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram alta em julho. A maior variação (3,10%) e o maior impacto (0,48 p.p.) vieram da habitação com a alta da energia elétrica (7,88%), que acelerou em relação ao mês anterior (1,95%) e registrou o maior impacto individual no índice (0,35 p.p.). Os produtos alimentícios subiram 0,66% em julho, ficando acima do resultado de junho (0,47%). Já os não alimentícios tiveram alta de 1,13%, enquanto em junho haviam registrado 0,64%.

Além dos reajustes nos preços das tarifas em algumas áreas de abrangência do índice, houve o reajuste de 52% no valor adicional da bandeira tarifária vermelha patamar 2 em todo o país. Antes o acréscimo nessa bandeira era de, aproximadamente, R$ 6,24 a cada 100kWh consumidos e, a partir de julho, esse acréscimo passou a ser de cerca de R$ 9,49.

Os preços dos combustíveis (1,24%) também aceleraram em relação a junho (0,87%). Em particular, a gasolina teve alta de 1,55%, enquanto havia subido 0,69% no mês anterior, contribuindo com o terceiro impacto individual (0,09 p.p.) no índice do mês, após as passagens aéreas.

O resultado de alimentos e bebidas (0,60% e 0,13 p.p.) também ficou acima do registrado em junho (0,43%). A alimentação no domicílio passou de 0,33% para 0,78% em julho, principalmente por conta das altas do tomate (18,65%), do frango em pedaços (4,28%), do leite longa vida (3,71%) e das carnes (0,77%). No lado das quedas, destacam-se a cebola (-13,51%) batata-inglesa (-12,03%), e o arroz (-2,35%).

Sempre vilão os combustíveis são itens que não podem ser facilmente dispensados na vida do brasileiro. De acordo com o gerente de um posto de combustíveis que preferiu não se identificar, a reclamação é certa. “Infelizmente muitos trabalham com delivery, motorista de aplicativo, ou ainda como autônomos, são motoristas que precisam de seus veículos para ir e vir do trabalho. Enfim, uma grande parcela da população precisa de um veículo no dia a dia. No estado do Rio a tributação é inacreditável, se paga muito em impostos o que aumenta o valor final do combustível. Muitos reclamam, apertam o orçamento daqui e dali e assim vamos sobrevivendo”, cita o gerente.

Se para quem está na rua trabalhando, para quem está de casa também não é diferente. “A luz está cada vez mais cara, a minha conta que girava em torno dos R$ 90, hoje está em R$ 150. Moro sozinha, estou em home office, não tenho TV, tento ao máximo utilizar apenas a luz natural durante o dia. Como explicar tanto aumento, já que o consumo diminuiu?”, indaga a secretária Luciana Rodrigues.

Desaceleração e queda

Por outro lado, a alimentação fora do domicílio (0,14%) desacelerou em relação a junho (0,66%), influenciada pelo lanche (0,16%) e a refeição (0,04%), cujos preços haviam subido 0,24% e 0,85% no mês anterior, respectivamente.

Somente o grupo saúde e cuidados pessoais (-0,65%) teve queda no período, com a redução dos preços dos planos de saúde (-1,36% e -0,05 p.p.). Em julho, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) autorizou um reajuste negativo de -8,19% em função da diminuição da utilização de serviços de saúde suplementar durante a pandemia.

 

 

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