Greve dos Correios prossegue e deve ser intensificada

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SUL FLUMINENSE

A greve dos trabalhadores dos Correios prossegue por tempo indeterminado, completando oito dias nesta terça-feira, dia 25. Definida em assembleia na noite do dia 17, a mobilização teve início à zero hora do dia 18, contra a retirada de direitos do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) da categoria. Em mais uma assembleia virtual participativa da categoria, no dia 22, os trabalhadores da base do Rio de Janeiro definiram pela continuidade da greve e devem acatar determinação para intensificar o movimento. Entre os votantes, 575 ecetistas aprovaram a continuidade da mobilização.

Os trabalhadores advertem que na negociação da campanha salarial de 2019, a direção da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos quis tirar vários direitos da categoria. “Os trabalhadores resistiram e o Tribunal Superior do Trabalho (TST) julgou e manteve os direitos conquistados ao longo de décadas de negociações, a maioria como compensação aos baixos salários. Inconformada, a direção da empresa apelou ao Supremo Tribunal Federal (STF), que concedeu liminar a ela (antecipação dos efeitos do pedido antes do julgamento)”, afirma a Federação Interestadual dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect).

No dia 21, o STF suspendeu de forma definitiva o acordo coletivo dos trabalhadores dos Correios, inicialmente previsto para durar até 2021. Os sindicatos afirmam que de fato 70 cláusulas com direitos foram retiradas, de um total de 79. “Com a liminar, os Correios desrespeitam a decisão do TST de 2019, que definiu que os direitos constantes no Acordo Coletivo da categoria valem até 2021, e está reduzindo os benefícios e a remuneração dos trabalhadores em plena pandemia”, reclama o Findect.

Segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) entre as perdas constam o vale-alimentação, vale-cultura, licença-maternidade de 180 dias, auxílio-creche, indenização de morte, auxílio para filhos com necessidades especiais, pagamento de adicional noturno, horas extras. “Quanto à continuidade da greve, a direção da Fentect e os sindicatos decidiram pela manutenção e ampliação do movimento. Por isso, ficou decidido que essa semana sindicatos e trabalhadores devem buscar ampliar o número de trabalhadores ecetistas na greve, além de intensificar a realizações de piquetes de convencimento e atos de mobilização”, afirma a entidade. Segundo a legislação, em caso de adesão geral, é preciso manter o efetivo mínimo de 30% de trabalhadores ativos.

A Fentect ratifica que cerca de 70% do efetivo em todo o Brasil encontra-se em greve, principalmente setores operacionais, o que significa aproximadamente 70 mil trabalhadores. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios Telégrafos e Similares do Rio de Janeiro (Sintect-RJ), a mobilização no Sul Fluminense tem adesão no Centro de Distribuição Domiciliar (CDD) de Resende, Barra Mansa, Barra do Piraí e Volta Redonda, além do Centro de Entrega de Encomenda (CEE) de Volta Redonda.

SERVIÇOS ATIVOS

Por sua vez, a direção da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT)  ressalta que os Correios realizaram mutirão nos dias 22 e 23, com a entrega de mais de 1,2 milhão de cartas e encomendas em todo o país. A ação, que contou com o reforço de empregados da área administrativa e de veículos extras, entre outras iniciativas do plano de continuidade da empresa, também foi responsável pela triagem de 4,7 milhões de objetos postais. “O ritmo das entregas prossegue durante a semana, de forma a manter a qualidade operacional e minimizar o impacto aos clientes, durante a paralisação parcial dos empregados. Em todo o Brasil, a rede de atendimento segue aberta e os serviços, inclusive o Sedex e o PAC, continuam disponíveis. As postagens com hora marcada permanecem temporariamente suspensas – medida em vigor desde o anúncio da pandemia”, destaca a ECT.

A empresa afirma que os Correios têm preservado empregos, salários e todos os direitos previstos na CLT, bem como outros benefícios dos empregados e criticou que a greve durante a pandemia traz prejuízos financeiros não só aos Correios, mas a inúmeros empreendedores brasileiros, além de afetar a imagem da instituição e de seus empregados perante a sociedade.

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