RESENDE
Policiais da 89ª Delegacia de Polícia (DP) apreenderam, nesta segunda-feira, 6, uma estudante de 16 anos, mãe do recém-nascido encontrado morto, na quarta-feira, dia 1, no quintal de uma residência abandonada, no bairro Vila Araújo. A menor é suspeita de ter matado o filho do sexo masculino que foi encontrado nas margens do Rio Paraíba do Sul ainda com o cordão umbilical. O bebê morreu por traumatismo craniano, conforme apontou a necropsia do Instituto Médico Legal (IML). Ela teria jogado a criança do segundo andar de onde mora.
De acordo com o delegado titular, Michel Floroschk, a menor, foi localizada após ter sido hospitalizada em uma unidade de saúde da cidade. “A adolescente foi apreendida após a coleta de provas técnicas e irrefutáveis, inclusive com a sua confissão dos fatos, devidamente assistida por um defensor. No depoimento, ela contou que jogou a criança da varanda de seu quarto achando que já estivesse morto ao nascer”, disse Floroschk, acrescentando que a jovem está apreendida na unidade de saúde onde se encontra internada após ter sofrido uma infecção contraída pelo parto sem assistência e assepsia e, após ter alta, será conduzida para uma unidade do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), no Rio de Janeiro.
Michel Florosck também informou que as provas colhidas demonstram que a adolescente agiu conscientemente, não apresentando nenhum tipo de depressão pós-parto. “Também, pode-se notar que a menor eliminou a vida do seu filho recém-nascido, arremessando-o da sacada do segundo andar, logo após o parto. Vale destacar que ela não estava sob a influência do estado puerperal (depressão pós-parto)”, disse o delegado, destacando que a menor vai responder pelo ato infracional análogo ao crime de homicídio doloso qualificado, sem a impossibilidade de reação da vítima. “A apreensão da adolescente visa também resguardar sua própria vida, já que após os fatos toda a família vem sofrendo ameaças de linchamento, seja por populares e marginais”, informou.
O delegado comentou que o laudo de necropsia do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a criança sofreu traumatismo crânio encefálico.
PERÍCIA
A Polícia Civil realizou perícia na casa da adolescente. Lá, os peritos encontraram uma tesoura, que segundo a menor teria sido utilizada para cortar o cordão umbilical da criança. Também foram realizados exames com luminol – um produto químico especial capaz de fazer aparecer traços de sangue até então invisíveis a olho nu, é um dos equipamentos mais utilizados pelos investigadores para revelar cenas ocultas de um crime. “O exame detectou diversas manchas de sangue no banheiro”, disse um policial.
DEPOIMENTO
Segundo a Polícia Civil, a estudante prestou depoimento na unidade hospitalar. Ela contou que teve o bebê na noite de terça-feira, dia 30, por volta das 19h30min. “A menor contou que fez o parto sozinha no banheiro da casa, após sentir uma forte cólica. Cortou o cordão umbilical com uma tesoura. Como a criança não chorava ou se mexia, pensou que o bebê estivesse morto e em seguida, o jogou da varanda do segundo andar de seu quarto”, disse o delegado. A menor teria contado que os pais não sabiam de sua gravidez e nem do parto.
Na sexta-feira, dia 3, após ter febre, a menor foi levada para um hospital particular quando acabou contando para a mãe o que teria acontecido com ela e o bebê. A adolescente foi encaminhada para uma maternidade onde está internada.
1 comentário
Que tipo de pais esta criatura tem? Eles não perceberam que ela estava grávida? Tem mais informação para ser descoberta. E medida socioeducativa vão impedir ela de fazer o mesmo de novo? O código penal deve mudar, assim como baixar a maior idade para 14 anos. Ela teve conciencia da ação, foi maldosa o suficiente para não entregar o menino para quem pudesse e quisesse criar, dar amor e carinho. Uma assassina fria merece ficar muito, muito tempo na cadeia.