Desemprego registra evolução de 27,6% durante a pandemia

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SUL FLUMINENSE

A população desocupada no país, que era de 10,1 milhões em maio, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) iniciou a série Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid (PNAD Covid19) atingiu o total de 12,9 milhões de pessoas desocupadas. A análise mensal referente a agosto indicou o aumento de 5,5% perante o mês anterior e de 27,6% no período. A taxa desocupação aumentou em 0,5 pontos percentuais de julho para agosto, ficando em 13,6%.

A pandemia tem provocado o desemprego no Sul Fluminense, sobretudo no setor de comércio e indústria. Diversas empresas de pequeno a grande porte, dispensam trabalhadores alegando ajustes devido à crise financeira imposta pelo coronavírus. O industriário Rodrigo Batista, 32, foi desligado de uma fábrica de veículos. “Alegaram redução nas vendas de veículos no mercado e previsão de queda em função da pandemia. Em julho fui demitido e desde então espero nova oportunidade em outras fábricas”, comenta o morador de Resende.

Na análise de gênero, a taxa de desocupação entre as mulheres foi de 16,2%, maior que a dos homens (11,7%). Por cor ou raça, no Brasil e em todas as grandes regiões a taxa era maior entre as pessoas de cor preta ou parda (15,4%) do que para brancos (11,5%). Por grupos de idade, os mais jovens apresentaram taxas de desocupação maiores sendo de 23,3% para aqueles de 14 a 29 anos de idade e, por nível de escolaridade, aqueles com nível superior completo ou pós-graduação tiveram taxas de 6,8%. A representante comercial Amanda Soares, 29, perdeu o emprego em junho e lamenta a evolução do desemprego constatado pela PNAD Covid19. “Perdi o emprego em junho, falaram que a pandemia já estava reduzindo no pais, mas pelos dados da pesquisa do IBGE está longe do fim. Espero que a até o fim desse ano eu possa voltar ao mercado”, comenta.

A PNAD Covid19 analisa os impactos da pandemia na sociedade, setores de saúde e trabalho – Fábio Guimas

Em relação à força de trabalho ou população ativa, eram 95,1 milhões em agosto, aumento de 1,4% em relação a julho. Já os que estavam fora do contingente da força de trabalho foram 75,2 milhões de pessoas em agosto, o que corresponde a uma redução de 1,6% em relação ao mês anterior.

Sobre o nível de ocupação, que representa o percentual de brasileiros em idade de trabalhar que estão efetivamente ocupados houve aumento de 47,9% em julho para 48,2% em agosto. A PNAD Covid19 estimou ainda que a população ocupada do país foi de 84,4 milhões de pessoas, com aumento de 0,8% em relação a julho, mas ainda acumulando redução de 2,7% em relação a maio.

INFORMALIDADE E HORAS TRABALHADAS

O contingente de trabalhadores considerados informais ficou em 27,9 milhões de pessoas em agosto. Com isso, a taxa de informalidade foi de 33,9%. Um reflexo do avanço no processo de retomada gradual das atividades foi o segundo aumento consecutivo, tanto no âmbito nacional quanto em todas as grandes regiões, do número de horas efetivamente trabalhadas para as pessoas ocupadas. O número médio de horas habituais foi de 40,1 horas por semana e as que de fato foram trabalhadas na semana de referência foi, em média, de 34,1 horas.

AUXÍLIO EM SITUAÇÃO EMERGENCIAL

Em agosto, o percentual de domicílios onde pelo menos um dos moradores recebeu algum auxílio para combater os efeitos da pandemia foi de 43,9% no país. O valor médio do benefício recebido pela população foi de R$ 901 por domicílio. Entre os tipos de auxílio abordados pela pesquisa estão o emergencial, destinado a trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados, e a complementação do Governo Federal pelo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda. “Esse índice ficou estável em praticamente todos os estados. O total de domicílios que receberam auxílio teve um aumento grande de maio para junho e, de junho para julho, praticamente não cresceu, ficando estável em agosto”, diz a coordenadora da pesquisa, Maria Lucia Vieira.

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