Deputada Célia Jordão discute os desafios femininos no mercado de trabalho

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Segundo uma pesquisa realizada pela Catho, em 2021, as mulheres que ocupavam cargos de liderança recebiam, em média, um salário 19% mais baixo do que os homens nas mesmas posições. A análise revelou ainda que apenas 39,5% dos cargos de liderança eram ocupados por mulheres. Autora da Lei que incluiu o Março Violeta, mês de combate à discriminação da mulher no mercado de trabalho, no calendário oficial do Estado do Rio de Janeiro, a deputada estadual Célia Jordão (PL) reuniu, nesta sexta-feira (18/03), mulheres de diferentes segmentos na Alerj para discutir os principais desafios femininos na busca pela igualdade dentro e fora do ambiente profissional.

“O Março Violeta traz para a sociedade não somente a discussão sobre a violência que a mulher enfrenta diariamente e está revelada em dados estatísticos, mas também a violência velada no seu ambiente de trabalho, quando ela se sente oprimida, não consegue alcançar os mesmos salários que os homens ou assumir cargos superiores. O debate de hoje foi muito importante para abordar essas questões. Quanto mais discutirmos soluções, mais constribuiremos para combater qualquer tipo de discriminação, agressão, abuso físico, psicológico ou patrimonial contra elas no mercado de trabalho”, ressaltou a deputada.

Convidada do evento, a psicóloga clínica, sexóloga e doutoranda em Ciências, Tecnologia e Inclusão, Sônia Mendes, falou sobre a ‘violência simbólica’ a que a mulher é submetida no ambiente de trabalho: “Qualquer tipo de violência não gera somente dano físico. Quantas vezes, nós, mulheres, num ambiente profissional predominantemente masculino, não somos tratadas com palavras no diminutivo e que remetem à fragilidade? Somos submetidas a uma violência simbólica. Precisamos reagir. Isso é muito importante para conquistar a igualdade”, ressaltou a psicóloga.

Para abordar os números da violência praticada contra a mulher no Estado do Rio de Janeiro, o evento contou com a presença da delegada Marcela Ortiz, presidente do Instituto de Segurança Pública (ISP-RJ), órgão responsável pela elaboração do relatório anual Dossiê Mulher 2021. Marcela falou sobre feminicídio e suas consequências sociais: “A violência contra a mulher é uma escada cujo último grau é o feminicídio. Por isso é importante interrompermos esse ciclo nos primeiro degraus, observando atentamente os dados dessa violência e formulando políticas que modifiquem a realidade.  Em 2020, 78 mulheres foram vítimas de feminicídio no Estado, crime praticado exclusivamente pelo fato de serem mulheres. Desse total, 52% eram mães, em 20% dos casos os crimes foram praticados na presença dos filhos, e 74% deles ocorreram dentro de casa. A violência contra a mulher gera consequências desastrosas para inúmeras famílias”, lembrou a delegada.

A subsecretária estadual de Políticas para Mulheres do Rio de Janeiro, Gloria Heloiza Lima da Silva, falou sobre a conquista da igualdade a partir da noção da própria capacidade. “Mulheres ainda ganham menos do que homens em cargos de liderança. Precisamos romper a barreira do autoconhecimento e termos a consciência de quem somos. Mulheres ou homens, todos nós somos seres humanos, com habilidades e competências para ocuparmos todos os espaços. Isso é empoderamento: se reconhecer como ser humano”, ressaltou.

Diretora do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher do Rio de Janeiro, Helena Piragibe falou sobre a importância do trabalho para a conquista da igualdade. “Uma das formas da mulher interromper o ciclo de violência a que está submetida é através do trabalho. Com o trabalho, ela conquista a liberdade financeira, embora ainda estejamos na luta pela igualdade no mercado de trabalho.”, ressaltou Helena.

A analista do Sebrae-RJ, Renata Roqui de Moraes, falou sobre a importância da atitude empreendedora da mulher para gerar novos negócios e dos editais criados pelo Sebrae para incentivar o empreendedorismo no Estado. Segundo ela, em 2021, existiam, no Brasil, 26 milhões de mulheres empreendedoras, sendo 2 milhões somente no Rio de Janeiro.

Representando o Detran Mulher, Maria de Fatima Barros listou todas as soluções criadas pelo órgão para acolher e proteger as mulheres, como o formulário disponível no site do Detran para envio de denúncias de agressão; o Ouvidoria do Detran Mulher, canal para receber denúncias de mulheres que se sentiram importunadas no momento do atendimento ou prestação do serviço no Detran-RJ; e o Espaço Lilás, local criado na sede do Detran, centro do Rio, para que as mulheres sejam atendidas com exclusividade em suas necessidades.

 

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