Delegado conta que mãe confessou ter ocultado o corpo da filha em mala, em Barra do Piraí

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BARRA DO PIRAÍ

Em entrevista ao jornal A VOZ DA CIDADE no final da manhã de hoje, o delegado titular da 88ª Delegacia de Polícia (DP) de Barra do Piraí, Wellington Pereira Vieira, deu detalhes sobre o depoimento de Cristiana de Oliveira Laport, de 28 anos, presa no final da tarde de ontem, após o encontro de uma ossada de uma criança dentro de uma mala, na tarde de segunda-feira, dia 21, em Ipiabas. Segundo a autoridade, ela confessou que ocultou o corpo da filha, Júlia Laport, de 11 anos, e que era mesmo a criança que se encontrava na bolsa. Ela foi presa com o namorado, Carlos Ramon Manuel, de 20, ambos suspeitos do crime.

“Ela assumiu o crime de ocultação”, disse a autoridade policial, que questionado se a mesma confirmou se o corpo, que ainda passará por exame de DNA e se encontra no Instituto Médico Legal (IML) é mesmo o da filha, ela respondeu em depoimento que: “Sim!”.

O delegado explicou que quando foi questionada sobre os motivos da morte, a mãe disse que a filha morreu de causa natural. “Ela alega que a criança morreu e ficou com medo do ex-marido e pai da criança e acabou ocultando o cadáver”, disse Wellington Pereira.

Questionado sobre a participação do padrasto, o delegado contou que ele é suspeito de participado na ocultação do cadáver e, também, do suposto homicídio.

A mãe teria informado que a criança amanheceu morta em julho e que ela e o namorado teriam abandonado o corpo em uma mala em um terreno.

O delegado não acredita na versão contada e colherá novamente o depoimento da mulher, assim como o do padrasto.

Os exames sobre a causa da morte e de DNA ficarão prontos entre 30 e 60 dias. O fato está sendo analisado pela Polícia Cientifica.

Os dois fugiram para São Gonçalo, no Rio de Janeiro, por medo de linchamento, mas acabaram se entregando. Foi decretada a prisão temporária dos dois por 30 dias e eles se encontram detidos na 88ª DP.

Segundo familiares da criança, ela tinha Síndrome de West, considerada uma doença rara, caracterizada por crises epiléticas, com fala e movimentos comprometidos.

O CASO

Agentes da Delegacia de Polícia de Barra do Piraí tomaram conhecimento do desaparecimento da criança no último sábado, dia 18, quando o pai e tia da menina estiveram na delegacia para registro do desaparecimento da mesma.

A tia, de parte materna, teria ido passar o Natal em Barra do Piraí e desconfiou das desculpas, que, segundo ela, a mãe deu para que a mesma não visse a criança. “Após a desconfiança, eles ligaram as datas e perceberam que já tinha meses que a mulher supostamente inventava desculpas sobre a criança para que a mesma não fosse encontrada”, disse um Policial Civil. “Isso gerou desconforto e eles começaram a suspeitar que alguma coisa estava errada e acionaram os agentes da 88ª DP, que saíram em diligências e encontraram a ossada dentro de uma mala próximo ao endereço do padrasto”, explicou um inspetor. Na imagem da própria polícia, é possível ver que a mala estava suja de terra, o que aparenta ter sido desenterrada há pouco tempo, já que, se estivesse há mais dias no local, teria chamado atenção pelo forte cheiro.

A Polícia Civil informou ainda que o pai não via a filha desde julho, já que a mãe havia entrado com uma medida protetiva contra ele.

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