Delegado confirma prisão de terceiro suspeito da morte de PM

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BARRA MANSA

O delegado Ronaldo Aparecido de Brito, da 90ª Delegacia de Barra Mansa, confirmou na tarde de hoje para a equipe do A VOZ DA CIDADE a prisão do terceiro suspeito pelo envolvimento da morte do cabo Eleonardo da Silva Felix, de 31 anos, morto na madrugada de segunda-feira, dia 13. Segundo Ronaldo, o homem foi identificado Lucas Ferreira da Silva, conhecido como Gambá, por enquanto, suspeito.

Na noite de terça-feira, dia 14, outros dois suspeitos da morte foram presos.

Ronaldo informou que abriu um inquérito policial instaurado por portaria, para apurar o crime de latrocínio, previsto no artigo 157, §3º, do Código Penal. No documento enviado pelo delegado, ele passa mais informações sobre o caso e sobre as investigações. Brito também explica como chegou, com participação da Polícia Militar, até os suspeitos.

APURAÇÃO DA POLÍCIA CIVIL

Ronaldo explica que, segundo a investigação, no dia 12, domingo, por volta das 20 horas, sete homens armados, todos com pistolas 9mm, invadiram um posto de gasolina na Avenida Presidente Kennedy, no bairro Ano Bom. “Ficamos sabendo que lá eles renderam cinco pessoas. Eles sabiam da existência de dois cofres no local, de onde subtraíram cerca de R$ 30 mil, bem como subtraíram o aparelho de gravação das imagens do circuito de câmeras”, contou o delegado.

Ainda segundo o policial, enquanto os autores ainda se encontravam no local, o Policial Militar Eleonardo da Silva Felix chegou, o qual, ao perceber o crime, também foi notado pelos autores. “Eles efetuaram diversos disparos contra o mesmo, acertando-o e o derrubando ao solo, ocasião em que um dos autores se aproximou e desferiu um tiro na cabeça do policial, subtraindo em seguida sua arma de fogo. Ato contínuo, os sete autores fugiram do local, tomando rumo ignorado”, narrou Brito, dizendo que logo foi informado dos fatos e deu início de imediato às investigações do latrocínio.

Nas proximidades do posto de gasolina, na empresa Pátio Rodando Legal, câmeras do sistema de vigilância captaram imagens de quatro de sete dos autores. Essas imagens, segundo o delegado, foram divulgadas em vários grupos de Wahtsapp, o que originou uma série de recebimento de informações.

PRISÃO DO ‘ZOREIRA’

Por conta dessas informações, Brito explica que os policiais militares souberam que os autores seriam Elessandro Moreira Lima, vulgo ‘Zoreira’, Maxson Weslei Soares de Oliveira, vulgo ‘Peca’, e Gladston Barbosa Pedroso, vulgo ‘Tatape’, todos do bairro Açude, em Volta Redonda. “Em diligências pelo bairro, eles localizaram o ‘Zoreira’, mostrando as imagens dos autores que aparecem passando em frente ao Pátio Rodando Legal. Inicialmente, Elessandro negou que fosse a pessoa das imagens, porém, pelas características físicas, acabou confessando ser ele quem estava nas imagens”, expôs o delegado.

Ronaldo conta que o suspeito foi encaminhado até a delegacia, acompanhado de um advogado e tendo resguardado todos os seus direitos constitucionais, entre eles o de permanecer calado. “Ele resolveu colaborar com as investigações e relatou detalhes sobre sua participação na ação criminosa, bem como a participação de cada um dos comparsas”, disse a autoridade, frisando que o suspeito informou ainda que tem quatro filhos, 14, 13, 10 e nove anos.

GAMBÁ

Nas imagens da câmera, segundo Brito, aparece Lucas Ferreira da Silva, vulgo ‘Gambá’. “Zoreira confirmou a participação dele (Gambá) no assalto, o acompanhando na ação”, ressaltou Brito.

Gambá foi detido no final da manhã de hoje e está na 90ª Delegacia. O delegado ainda não passou mais informações sobre esta prisão. Lucas estava sendo interrogado até o fechamento desta edição.

A VERSÃO DO PRESO

Zoreira contou ao delegado em depoimento que no sábado, dia 11, foi convidado pelo seu amigo Gladston, o ‘Tatape’ para praticar roubo a um posto em Barra Mansa, dizendo que conseguiriam com a ação um valor de R$ 35 mil, ou mais. “No domingo, eles saíram na Ponte Alta, em Volta Redonda, segundo o Zoreira, e seguiram pela Beira Rio, rumo ao Ano Bom. Ele contou que recebeu uma arma de ‘Tatape’ e que o carro foi estacionado em um terreno baldio próximo ao posto e que quatro homens já aguardavam a pé, todos com pistolas”, narrou o delegado. “Esses quatro homens que estavam na calçada, segundo o Zoreira, ele reconhecia dois: era o Lucas ‘Gambá’ e Ricardo ‘Tim Tim’. Ele contou também que não conhecia os outros participantes, mas os reconheceu na ação”, completou o civil.

O homem ainda teria dito em depoimento, que foi caminhando então junto com Lucas até o posto e que Tim Tim e Negão foram pela mesma calçada que eles e que os demais, renderam as pessoas que estavam no estabelecimento. “Ele explicou que dois dos acusados subiram por uma escada e entraram em uma janela no andar superior, onde ainda existia uma casa, que teve a porta arrombada, onde tinha um senhor, que foi obrigado a dar a chave do cofre após ser agredido”, pronunciou Ronaldo, dizendo que neste momento, o acusado contou que ouviu gritos de que a polícia estava por lá, sendo o cabo Eleonardo, que teria chagado de moto. “Elessandro nos confessou que deu o primeiro tiro da janela, acertando a perna do policial. E depois, ‘Tim Tim’ apareceu fazendo mais disparos contra a vítima. Ele não sabe se os bandidos que estavam na parte de baixo também dispararam, mas contou que ‘Tim Tim’, ao descer, efetuou vários disparos contra o PM caído no chão o chamando de filho da p…”, referiu Ronaldo, explicando a confissão de ‘Zoreira’. Na sequência, o homem contou para o delegado que ‘Peca’ chegou e deu um tiro na cabeça do PM, pegando ainda a sua arma. “Segundo ele (Zoreira), ele voltou a pé para casa – que seria no Açude. ‘Peca’ e ‘Tatape’ voltaram no carro que foram para o posto e que os demais, fugiram em um Fusca, não tendo conhecimento para onde foram. Ele nos contou ainda que receberia R$ 5 mil pela participação no assalto, mas que não chegou a receber”, falou.

O delegado questionou quem teria passado informações sobre os detalhes do posto para ‘Tatape’, mas o mesmo disse que não sabia, garantindo que Gladston estava acertando o crime com ‘Peca’. “Ele disse que está muito arrependido. Que não sabe a localização dos comparsas e quem ficou com o dinheiro; questionado sobre o crime do Centro Universitário de Barra Mansa, dia 1°, onde Caio César Alves Camargo, de 22 anos, veio a óbito, o interrogado disse que desconhecia o fato e os autores”, informou Ronaldo.

TIM TIM LOCALIZADO

Ricardo Santos de Oliveira, vulgo ‘Tim Tim’, também foi localizado na terça-feira, dia 14, e conduzido para a delegacia, onde foi ouvido com seu advogado e negou qualquer tipo de participação no crime.

RECONHECIMENTO

Os dois, ‘Zoreira’ e ‘Tim Tim’, foram submetidos a reconhecimento pessoal perante as demais vítimas e, de acordo com o delegado, foram reconhecidos pelas mesmas.

Quanto aos outros nomes citados, o delegado disse ainda que o reconhecimento de todos já foi formalizado. “Assim agindo, cometeram o crime previsto no Artigo 157, §3º, do Código Penal (latrocínio). A custódia provisória dos indiciados é imprescindível para as investigações; dois dos sete coautores ainda não estão identificados. É necessário ouvir os indiciados, buscando delinear a atitude que cada um deles teve na ação criminosa. As testemunhas e vítimas correm sérios riscos de vida, tendo em vista que os autores não medirão esforços para eliminar qualquer possibilidade de prisão e condenação”, finalizou Ronaldo Aparecido de Brito.

AJUDA

Até a publicação desta nota, não havia informação de novas prisões, mas o delegado pede a ajuda da população para localizar os demais participantes no crime. Qualquer informação a respeito do crime pode ser dada nos telefones (24) 3328-4863 ou 3328.9576.

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