Corredor turístico de Ipiabas visa fomentar turismo local

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BARRA DO PIRAÍ

Quem está a passeio ou de passagem pelo distrito de Ipiabas, logo tem a atenção voltada para o Boeing 727, que está inserido no ‘corredor turístico’ do local. Dentro dele, a prefeitura, através da Secretaria de Turismo e Cultura, pretende implementar o equipamento de realidade virtual, hoje com o nome de metaverso. A ideia é levar os turistas a viajar por cartões postais de todo o mundo, bem como conhecer as belezas naturais e atrativos do distrito barrense. No interior, ainda será possível que outras iniciativas – com características modernas – também sejam acrescentadas.

De acordo com o secretário de turismo e cultura, Rafael Couto, compõe o corredor turístico, além do avião metaverso, o trem de gelo, Maria Fumaça, estação, casa dos sonhos e charretes elétricas. “A prefeitura vai entregar todas as atrações a uma concessão privada. Teremos dias gratuitos para escolas, moradores. Claro, o projeto conta com alguma oposição, mas estamos fazendo uma campanha de conscientização. Além disso, já temos uma parceria com o Sebrae onde vamos capacitar os artesão, empresários e empreendedores em geral para atender melhor os turistas e consequentemente, gerar renda e fomentar a cultura local. Queremos Ipiabas reconhecida como um grande polo turístico”, destaca o secretário.

Com a criação do corredor, Rafael destaca que a ideia é fazer um parque a céu aberto com várias atrações. “A praça fica à disposição da prefeitura que vai fomentar eventos culturais, gastronômicos, tudo dentro de uma grande programação anual”, comenta, informando que a previsão de entrega de tudo isso é para março de 2023.

Foto: Gabriel Borges

Foto: Gabriel Borges

 

 

 

 

 

METAVERSO

O projeto mais inovador é o avião metaverso. O secretário destaca que a ideia, é colocar a tecnologia manter poltronas e simular voos. “Estamos conversando com empresas especializadas e estudando possibilidades. Queremos colocar simuladores de voo, tecnologias 3, 4 e 6D, mas tudo isso ainda está em estudo”, cita.

A parte externa já entrou em reta final, o artista urbano Marlon Muk é o responsável pela grafitagem do boing. Segundo ele, estão sendo aplicadas as cores de base para, em seguida, entrar com a técnica do grafite, por meio da tinta spray. Muk explicou como é feito esse procedimento estético, por meio da técnica chamada de ‘air lance’, que seria um compressor. “Para que entendam, a cor de base é aplicada em determinada parte do avião. Por exemplo, tem um local onde será enfatizado o cultivo do café em Barra do Piraí, em uma área extensa. Daí, preenchemos com uma tinta verde base; em seguida, entramos com a luz e sombra, dando profundidade. Usamos a tinta com equipamento de ‘air lance’, que é um compressor para realizar o desenho com spray por cima”, explica Muk.

Entre aprovação e desaprovação

Gerar emprego, aumentar vendas no comércio e no turismo legal, esses são nos pontos abordados por uma empreendedora que não quis se identificar. “A princípio ficamos receosos em relação ao projeto, pois acreditamos que o distrito poderia sofrer outros tipos de melhorias. Mas com o passar do tempo elas foram acontecendo, a rua onde moro, não é asfaltada e nesta semana começaram as obras. Já tivemos a reforma da escola e do posto. Percebemos que os turistas passam, tiram fotos, querem saber sobre hospedagens, roteiros, aumentando também o consumo do que é produzido no distrito. Já está tendo uma movimentação diferente. É preciso abrir a cabeça para o novo”, analisa.

A empreendedora Tatiana Capato começa a colher os frutos na nova rota turística. “Moro em Ipiabas há 20 anos, sou confeiteira e sempre trabalhei em casa. Mas com toda essa movimentação de avião, de turismo, resolvi arriscar e há 15 dias abri uma doceria física e já tive aumento nas vendas.  Muitas pessoas aqui nunca tiveram a oportunidade de voar, ou de estar perto de um avião, o projeto nos ajuda até nisso. As crianças estão numa empolgação só”, avalia.

A advogada Katia Cristina Miki da Silva entrou com uma petição antes do projeto começar contrária o avião metaverso. Até conseguiu uma liminar, mas a prefeitura recorreu ao Tribunal de Justiça e conseguiu reverter. O processo ainda corre na Vara Cível de Barra do Piraí. O teor da representação questionando o equipamento seria porque viola a legislação municipal, o orçamento e o plano diretor, além de não ter sido discutido com a sociedade e, principalmente porque não houve estudo de viabilidade. “Acabou de sair o edital. Não direciona o empresário para o investimento em tecnologia metaversa. Foi tudo feito com muito improviso e não sabemos se teremos retorno. Fora que descaracteriza totalmente o local. Pode gerar curiosidade no início, mas depois não sei se manterá o movimento. Tenho certeza que o prefeito quer que Ipiabas melhore, mas as opções não estão sendo feitas de maneira coerente e com base sustentável. Fico torcendo para que tudo dê certo”, aponta, lembrando que é membro do Conselho de Turismo.

Foto: Gabriel Borges

 

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