Compras on-line têm a preferência de 91% dos internautas

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SUL FLUMINENSE

O comércio on-line, que já vinha em ampla expansão nos últimos anos, ganhou ainda mais força com a pandemia da Covid-19. Com o fechamento das lojas físicas e a orientação para que a maioria das pessoas ficassem em casa a fim de reduzir a taxa de contágio do vírus, as compras on-line explodiram. De acordo com pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offer Wise Pesquisas, 91% dos internautas brasileiros realizaram alguma compra pela internet nos últimos 12 meses, um crescimento de 5 pontos percentuais em comparação com 2019.

De acordo com os entrevistados, o dispositivo mais utilizado nas compras pela internet é o celular smartphone (87%), que apresentou um avanço de 20 pontos percentuais em relação ao estudo realizado em 2019, sobretudo entre as mulheres (90%) e entre os mais jovens, com idades entre 18 e 34 anos (93%).

Os notebooks estão em segundo lugar no ranking de uso nas compras on-line (40%). Quem perde espaço são os computadores de mesa, com queda de 11 pontos percentuais comparados a 2019 (de 39% para 28%). “O varejo brasileiro já vinha se adaptando a essa nova realidade do consumo on-line, mas a pandemia da Covid-19 representou uma verdadeira revolução no setor. Até mesmo aquele pequeno comércio teve que se adequar e passou a vender por meio das redes sociais e WhatsApp. Enquanto isso, as grandes lojas investiram em sites mais rápidos e em aplicativos”, destaca o presidente da CNDL, José César da Costa. Abaixo, a lista dos dispositivos mais utilizados para as compras em ambiente virtual:

Em Resende, a universitária Rafaela Maciel, 38, trocou o smartphone recentemente, optando pela pesquisa virtual e compra pela internet. “Eu acho a melhor forma pra pesquisar preço e esperar promoção, inclusive o frete grátis ou retirada em loja. Pelo site os preços costumam ser mais baratos do que nas lojas físicas e achei o aparelho que procurava tanto na cor, modelo e também condições de pagamento. Usei o cartão de crédito, parcelando em 12 vezes”, comenta.

O ticket médio da última compra on-line indicado no levantamento revela queda de R$ 307,76 em 2020, para R$ 265,63. Por outro lado, a frequência média de compras realizadas nos últimos 12 meses aumentou de sete para 8,5 vezes. O cartão de crédito continua sendo a forma de pagamento mais utilizado nas compras pela internet (62%). Boleto bancário ainda aparece em segundo lugar, mas apresentou queda de 15 pontos percentuais em relação ao estudo realizado em 2019 (de 48% para 33%). Nesta medição foram incluídas ainda duas novas formas de pagamento que não estavam no estudo de 2019: o cartão de débito, que aparece em terceiro lugar com 27%, e o PIX em quarto, com 23%.

A internet permite a agilidade e comodidade de analisar de forma ampla e consistente, itens e preços, segundo os consumidores. “A internet torna tudo mais fácil sim, a única dica que procuro seguir é obter informações do site de vendas. Desconfio sempre de ofertas extravagantes e vantagens exageradas. Particularmente, consulto sites tradicionais e que, geralmente, tem as melhores condições de preço e entrega”, comenta o técnico de instalação elétrica de Itatiaia, Laudi Ortamendi, 29 que em compras recentes adquiriu par de tênis, smartphone e projeta a aquisição de uma Smart TV.

DELIVERY DE COMIDA EM ALTA

De acordo com o levantamento, houve aumento também no número de categorias de produtos e serviços que passaram a ser mais frequentemente adquiridos pela internet. Das 23 categorias estudadas, 12 apresentaram crescimento significativo comparadas ao estudo de 2019.

Com as medidas de restrição de funcionamento de bares e restaurantes, a “comida por delivery” foi a categoria que mais cresceu, quase dobrando em relação aos números de 2019 (de 30% para 55%). Outro hábito que cresceu substancialmente durante a pandemia foi o de realizar a compra de supermercado pela internet, saindo de 9% para 30%. Essa modalidade, inclusive, foi explorada durante o Dia Livre de Impostos em algumas cidades da região com a oferta de comida através da venda por aplicativo e entrega delivery. “É uma tendência que acredito que será mantida mesmo com o fim da pandemia. O consumidor aprendeu a confiar em escolher seu lanche, sua bebida, até suas compras de supermercado utilizando aplicativos recebendo tudo em casa. O cliente que vem no nosso estabelecimento leva o flyer de ofertas com o telefone para contato e pedido delivery. É uma forma de fidelização importante”, comenta Celso Pereira, 32, que trabalha com fast-food.

SITE OU APLICATIVO?

Os sites ainda são o canal on-line mais usado pelo consumidor para a compra na grande maioria dos segmentos investigados, sobretudo no caso dos eletrônicos e informática (50%), eletrodomésticos (50%), livros (43%), artigos para casa e decoração (41%), moda/vestuário (40%) e produtos de beleza / cosméticos / perfumes (39%). A exceção são os alimentos, já que 35% costumam comprar pelos aplicativos, enquanto 18% citam os sites.

“Os aplicativos cresceram como canal de consumo de diversos itens pesquisados, principalmente no segmento de entrega de alimentos. O consumidor está cada dia mais habituado a acompanhar as ofertas e condições de entrega como frete grátis e programas de fidelidade, muito comuns nesse tipo de e-commerce”, destaca o presidente da CNDL.

FRETE GRÁTIS E PREÇO BAIXO SÃO FATORES DETERMINANTES NA ESCOLHA DA LOJA ON-LINE

A pesquisa mostra que o consumidor está atento a promoções e melhores condições de compra. De acordo com o levantamento, a loja oferecer a opção de frete grátis é o fator mais citado para a escolha de uma loja on-line, com 45% das menções. Preços baixos (44%) e promoções (39%) fecham os fatores mais relevantes para a escolha. Caiu a importância da opção de se retirar na loja (14%, queda de 7 pontos percentuais), provavelmente por causa das restrições de mobilidade geradas pela pandemia. “O consumidor está cada vez mais atento às melhores condições de compra e o varejista precisa investir nesse tipo de estratégia. Frete grátis é sempre um fator de grande importância na hora de se efetivar a compra, assim como promoções e a reputação da loja”, afirma José César da Costa.

Para minimizar os riscos de uma compra à distância e reforçar os argumentos racionais que envolvem a tomada de decisão. De acordo com a pesquisa, quando os compradores on-line pesquisam por produtos e serviços, esperam encontrar tantos depoimentos e avaliações de outros clientes (48%) quanto a ficha técnica do produto (48%).

Há uma preocupação legítima por parte dos consumidores a respeito de possíveis golpes e fraudes eletrônicas, bem como com a integridade dos dados pessoais e de pagamento armazenados nos cadastros das lojas, e até mesmo a própria entrega do produto em boas condições.

Segundo a pesquisa, o internauta brasileiro, de uma forma geral, se sente seguro ao comprar pela internet. A nota média numa escala de 1 a 10 para a segurança nas compras on-line é de 8,0 em 2021.

Esta sensação de segurança vem acompanhada de uma série de precauções e cuidados, tomadas por 99% dos entrevistados, que citam principalmente comprar em canais conhecidos ou indicados (52%), selecionar meios de pagamento que confia para pagar as compras (35%) e evitar cadastrar os dados do cartão de crédito para compras futuras (35%).

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