Cidade goiana confirma primeiro óbito provocado pela variante Ômicron

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APARECIDA DE GOIANIA

Nesta quinta-feira, 6 de janeiro, a Secretaria de Saúde confirmou o primeiro óbito em decorrência da variante ômicron por meio de sequenciamento genômico. O registro é o primeiro do Brasil.

Trata-se de um homem de 68 anos, portador de doença pulmonar obstrutiva crônica e hipertensão arterial. Ele estava internado em unidade hospitalar. O paciente, que estava vacinado com as três doses da vacina contra a Covid-19, era contactante de um caso que a pasta já havia confirmado como infecção pela variante.

A confirmação do primeiro óbito ocorre exatamente dez dias após a declaração de transmissão comunitária na cidade. A detecção foi possível graças ao Programa Municipal de Sequenciamento Genômico que tem feito a análise de amostras positivas de RT-PCR coletadas no município para mapear a informação genética e identificar as variantes do SARS-CoV-2 (novo coronavírus) em circulação.

Até o momento, 2.386 sequenciamentos já foram realizados na cidade, que já confirmou 55 casos de Ômicron. A prevalência da variante alcançou a casa dos 93,5%.

Vigilância constante

O prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha, lamentou a confirmação do primeiro óbito e chamou a atenção da população para as medidas de prevenção. “Determinei a ampliação do Programa de Vigilância Genômica para que possamos acompanhar o avanço de qualquer nova variante e hoje, com tristeza, recebi a notícia da primeira vítima fatal da ômicron”, declarou.

O prefeito lembra que nos dois últimos anos “perdemos parentes e amigos e a dor é imensa. Por isso, uma informação de óbito por covid-19 sempre vem com muita consternação”. Contudo, segundo o gestor, as mais de 825 mil doses de vacinas aplicadas colocam Aparecida em uma situação diferente de combate ao vírus. “Estamos mais fortes e preparados, mas precisamos manter a atenção e as medidas de prevenção”, destacou.

O secretário de Saúde, Alessandro Magalhães, explica que a vacinação é muito importante porque reduz as chances de complicações e óbitos, mas que deve estar acompanhada do uso da máscara, da correta higiene das mãos e do distanciamento social sempre que possível. “Nós perdemos um paciente vacinado, mas que tinha problemas crônicos de saúde, que são importantes fatores de risco da covid-19. Infelizmente, ele não resistiu. Uma vida perdida em meio a milhares salvas pela imunização”, afirmou.

Avanço da ômicron

Alessandro Magalhães ressalta que o avanço da variante Ômicron já foi percebido em todas as partes do mundo e que aqui não será diferente: “Na semana epidemiológica 48, de 2021, a prevalência da variante delta era 100%. Já na semana 52, última do ano, alcançamos 93,5%. Esse dado confirma a rapidez da disseminação da ômicron, identificada pela primeira vez na África do Sul. Mas, ainda é muito recente para que possamos analisar dados como letalidade e taxas de agravamento”, afirmou.

O gestor destacou que Aparecida segue monitorando cuidadosamente a situação, atenta a quaisquer alterações no cenário da pandemia: “Nossa estratégia permanece aquela indicada pela OMS: testar, monitorar, cuidar e vacinar”.

“Quem procura, acha”

De acordo com a superintendente de Vigilância em Saúde da cidade de Aparecida de Goiânia, Daniela Ribeiro os primeiros casos foram identificados ainda em dezembro de 2021. “Em 12 de dezembro, após investigação epidemiológica, identificamos os primeiros casos suspeitos de contaminação pela ômicron e solicitamos o sequenciamento de suas amostras. A confirmação foi um alerta para todo o estado de Goiás”, disse a superintendente, destacando que após o referido dia a pasta seguiu buscando informações sobre os possíveis contatos que as pessoas tiveram. “Desde então, rastreamos os contatos dessas pacientes e ampliamos o sequenciamento. Em 27 de dezembro confirmamos a transmissão comunitária e agora o primeiro óbito. O que deixa claro: quem procura, acha! Se temos confirmações é porque testamos, investigamos e sequenciamos”, afirma Daniela.

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