Caso Marco Esch: Justiça absolve produtor cultural de Resende de acusação de cárcere privado

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RESENDE

No dia 23 de março do ano passado a polícia prendeu o produtor cultural Marco Esch, de Resende, em Niterói. Ele e o também produtor e Everton Lamartine Matte, eram acusados de manter mulheres em cárcere privado. Elas teriam denunciado que foram atraídas para trabalhos como modelo e atriz, mas não recebiam pagamento. Nesta quinta-feira, 12, Esch que nesse período ficou calado após ficar preso por sete meses, veio a público para informar que o caso já foi julgado e ele e outras pessoas mencionadas no processo foram considerados inocentes.

Na nota enviada à imprensa, Esch cita que a “farsa foi descoberta e a verdade apareceu”. O caso foi julgado no dia 19 de dezembro pela juíza Daniela Barbosa Assumpção de Souza, da 1ª Vara Criminal de Niterói.

O produtor cultural diz que atuava como diretor e ator em um filme que estava sendo gravado. “O Brasil já teve vários casos de golpes e injustiças tremendas de criminosos e policiais contra cidadãos de bem, mas este caso, certamente, é uma das maiores atrocidades contra inocentes já ocorridos em nosso país. A armação de três mulheres com mentiras covardes e muita maldade contra o grupo de produção do filme, associada à operação desastrosa e arbitrária de alguns policiais da Polícia Civil, me ocasionou sete meses de prisão, o que quase destruiu minha família, meu nome, honra e moral”, lembra.

Ele ainda citou que sofreu violência psicológica e injustiça pela operação da Polícia Civil de Campo Grande.

A primeira audiência ocorreu no mês de outubro, dia 20, quando os representantes legais da operação, da 35º DP não compareceram. Uma das testemunhas de acusação teria voltado atrás. As outras duas vítimas depuseram. “Além de se contradizerem, claramente mentirem em todas as acusações, evidenciaram para a juíza, clara articulação de falsa denunciação de crime, que ordenou a imediata liberdade aos que estavam presos e agendou a segunda audiência para o dia 21 de novembro”, lembrou Esch.

Nessa audiência a juíza, segundo o produtor cultural, teria encaminhado uma denúncia para a Corregedoria do Estado para investigação da operação. Houve depoimento de uma testemunha que ficou a favor dos acusados, contando que uma das vítimas teria tentando convencê-lo de depor contra Esch e o outro citado. Ele cita ainda que outras duas pessoas foram enquadradas como suspeitas, que não tinha sido divulgado anteriormente. Marco contou que a juíza nessa audiência já tinha dado inocência a eles. “Finalizada a audiência em Niterói, voltei para Resende e aguardei o resultado final para me posicionar de forma verdadeira, coerente e transparente, como sempre fiz na minha vida. Agora, com o caso solucionado, tenho tentado com ajuda de amigos e parentes, restaurar as emoções, traumas, dores, vida financeira etc., tanto minha quanto da minha família, pois foram meses sofrendo na prisão e minha casa sofrendo mais ainda”, afirma.

A sentença tem 32 páginas. Ele destaca algumas frases da juíza. “As únicas provas constantes dos autos referem-se aos depoimentos das vítimas, que na forma analisada, apresentaram declarações contraditórias, fantasiosas e por vezes inverídicas” “… diante da precariedade da prova oral produzida em Juízo, a palavra das vítimas resultou isolada, não sendo minimamente suficiente para ensejar a condenação do Acusado Everton pelos crimes”. A juíza diz que as vítimas não atribuíram conduta criminosa e que há indícios de conduta irregular de agentes da 35ª DP.

Aponta ainda que os relatos das supostas vítimas são contraditórios, com versão fantasiosa e dissociada da realidade.

Os citados foram absolvidos de todos os crimes que lhes foram imputados. Sobre as possíveis vítimas, as duas mulheres, cita crime de denunciação caluniosa.

“Agradeço a cada um que orou por mim”, disse o produtor cultural, que em agradecimento a Deus pela sua absolvição, lançou, nas plataformas digitais, a música, “Não desista”. “Diante de tudo que eu falava com Deus e Ele comigo, combinamos que a primeira coisa que eu faria após sair da cadeia, seria lançar a música Não Desista, pois reflete tudo que eu passei e, certamente, ajudará milhares de outras pessoas que passam por lutas iguais ou maiores que as minhas. Assim o fiz. A sentença de liberdade saiu no dia 19, mesmo dia do lançamento oficial da música nas plataformas digitais. Agora com a música lançada, espero que ela abençoe milhares de vidas”, complementou. A música pode ser acessada no link https://www.youtube.com/watch?v=iOdmrKA59jU”,

MATTE CONTA PRISÃO EM LIVRO

Everton Lamartine Matte, em nota também enviada nesta quinta-feira, dia 12, falou sobre o desfecho do processo criminal. Ele disse que foi vítima de um golpe e, baseado na decisão judicial, relatou que teve um prejuízo de R$ 4 milhões com sua produtora. “Felizmente a justiça acaba de declarar que foi uma farsa, mas, os prejuízos ficaram. A juíza pede investigação das mulheres no Ministério Público e, na Corregedoria, dos policiais da 35º DP. Minha empresa Maat Produtora e Distribuidora de Cinema, com a colaboração de vários outros produtores e empresas, estava produzindo o filme ‘Casos Inesperados’. Uma produção inovadora só filmada por drones e, cujos drones, eram também personagens, tinham gênero, humor… Até pré-contrato de exportação para a China e América Latina já havia. Este projeto foi prejudicado por uma quadrilha”, disse.

Matte ainda informa que tudo o que passou, desde o momento do flagrante até o tempo que ficou preso foi relatado em um livro intitulado “O preço da (In)Justiça”. “Toda esta sequência de horrores foi descrita num livro com a supervisão de um escritor e narrativa de dezenas de pessoas que justa e injustamente estavam presas comigo durante meus sete meses de cativeiro. São muitos relatos sobre toda vida carcerária do nosso estado que resultaram na obra de fatos reais”, disse o produtor.

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