Caso Henrique Sapo: Justiça determina que suspeito do homicídio de morador de Barra Mansa irá ao Tribunal do Júri

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BARRA MANSA
A Justiça determinou recentemente que o suspeito da morte do barra-mansense Henrique Ramos de Oliveira, conhecido como Sapo, na época com 24 anos, seja julgado pelo Tribunal do Júri, em data a ser definida. O caso ocorreu há cerca de seis anos e teve grande repercussão na época, já que Henrique foi sequestrado, torturado e morto cidade de São Miguel dos Milagres, Alagoas.
O A VOZ DA CIDADE conversou com a mãe de Henrique, Vera Ramos de Oliveira, que comemorou a decisão da Justiça. “Nós, familiares e amigos do Henrique, estamos muito felizes com a decisão unânime dos desembargadores do TJAL, na qual, reconhecendo a barbaridade do crime e entendendo que a mancha da injustiça não poderia jamais cair sobre a Justiça do Estado de Alagoas, determinaram que o réu vá a julgamento”, desabafou Vera.
Ela disse ainda que infelizmente os trâmites da Justiça são muito morosos. “Eu penso que a celeridade de um processo de homicídio teria que ser revista, pois para os familiares, além da dor da perda – que é eterna – essa angústia, essa demora são muito cruéis”, completou a mãe, frisando que é dado aos criminosos de crimes hediondos, incontáveis chances de defesa. “Enquanto os criminosos não dão às suas vítimas nenhuma chance”, ponderou a mãe de Henrique.
Vera também reforçou que a demora em se ver um julgamento ocorrendo, tem também como fator extremamente negativo o fato da possibilidade de o crime cair no esquecimento. “Da vítima cair no esquecimento daqueles que não são de nosso convívio mais estreito, mas que na época se comoveram e se indignaram com o crime. Na época recebemos mensagens de pessoas que sequer conhecíamos. Em virtude da repercussão nacional que teve o crime e em virtude de todos terem informação de que pessoa espetacular e do bem era o Henrique”, disse, finalizando que: “Então, apesar de toda dor da ausência física, do sorriso, do bom humor, do abraço , do coração de ouro, da alma de menino, fica a gratidão de estar vendo até o momento a justiça sendo feita”, concluiu a mãe.
DEFESA
O advogado da família de Henrique, Victor Gontijo Vieira, explicou que a decisão do Tribunal de Justiça de Alagoas decorre dos inúmeros indícios do envolvimento do acusado na prática delitiva. “O denunciado acabou sendo impronunciado em primeira instância, pois o magistrado entendeu não haver provas suficientes para que ele fosse submetido ao Tribunal do Júri. Após a interposição de apelação coordenada pelo nosso escritório, o Tribunal de Justiça reverteu, por unanimidade, a decisão de impronúncia”.
Victor completou que neste período “a defesa do acusado apresentou embargos de declaração, os quais foram rejeitados também por unanimidade. Atualmente, disse o assistente da acusação, “os advogados de defesa interpuseram recurso especial em face da decisão de pronúncia e o acusado permanece respondendo ao processo em liberdade, comentando que “o denunciado chegou a permanecer por um longo período preso preventivamente”.

O CASO
Henrique Ramos foi morar em São Miguel dos Milagres, Alagoas, segundo a família, para investir no ramo da gastronomia. Entretanto, oito meses depois, foi sequestrado onde estava morando. Na ocasião, ele estava com um amigo, que também foi agredido e depois liberado.
Durante as investigações, a Polícia Civil local teve acesso as câmeras de segurança de um posto de combustível, que registraram Henrique sendo levado por três homens para um matagal.
O rapaz foi submetido a horas de tortura, até que foi assassinado e seu corpo encontrado três dias depois.
Dentro ainda das investigações, o homicídio foi classificado como crime de ódio pelo fato do jovem estar se relacionando com a filha do acusado, que não aceitava a relação.

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