Canoísta Caio Ribeiro fala sobre conquistas e preparação

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RESENDE

Destaque nas Paralimpíadas Rio 2016, o canoísta Caio Ribeiro visitou ontem o Complexo Industrial da Nissan, em Resende. O atleta, dono de metade das medalhas brasileiras no Mundial de Canoagem deste ano, conheceu o Complexo Industrial da montadora que o patrocina e conversou com a equipe de reportagem do A VOZ DA CIDADE sobre suas conquistas e preparação para a próxima Paralimpíadas, que acontece em Tóquio, no Japão, em 2020.

Durante sua visita, Caio conheceu a linha de produção do Nissan Kicks, crossover global que é feito em Resende desde abril deste ano. Ele destacou a importância do patrocínio para poder participar das competições. “É um orgulho fazer parte do Time Nissan. Sempre no final das competições as maiorias dos patrocinadores param de apoiar tais atletas, e param de desenvolver trabalhos que foram bem desenvolvidos, e no paralímpico é ainda mais difícil, por conta de um preconceito existente. E a iniciativa da Nissan nos motiva a continuar buscando cada vez mais resultados, sinto muito orgulho de representar o Brasil”, avalia o atleta.

Para participar da Rio 2016, o atleta teve que mudar de categoria saindo da canoa, no qual é bicampeão mundial, migrando para o caiaque, onde conquistou a primeira medalha, de bronze, para o Brasil na modalidade.

Caio se prepara para viajar a Tóquio. No dia 2 de novembro ele irá à capital japonesa como o primeiro atleta estrangeiro a fazer aclimatação na cidade-sede das Olimpíadas de 2020. “Vou me encontrar com      Pedro Sena, técnico de canoagem da seleção japonesa, para ficar três meses em treinamento e ambientação”, descreve o atleta. A preparação para os jogos paralímpicos será intensa, já que lá terá as duas modalidades, e ele quer ouro em ambas.

O Time Nissan começou em 2012, quando a empresa resolveu patrocinar o jogos 2016 e incluiu alguns atletas brasileiros, mostrar o lado humano dos atletas, 30 atletas inicialmente, nas mais diversas modalidades e diversidade de estados, O projeto é a soma de individualidades que formaram uma grande família. Atualmente o time é formado por 12 atletas”, explica a coordenadora do Time Nissan, Gwenaelle Maitre.

De acordo com a coordenadora, Caio fez parte dos dois ciclos. “Se não tivesse apoio de patrocinadores pessoais o Brasil perderia grandes atletas, grande parte dos atletas são patrocinados por iniciativas privadas, do governo foi anunciado que cortaria 85% do bolsa atleta,  o país precisa se reinventar nessa área para continuar fazendo história”, destaca.

HISTÓRIA

Caio Ribeiro sempre foi um apaixonado pelo esporte. Ele é sobrinho de João Luiz Ribeiro, primeiro brasileiro a representar o país em uma edição da Olimpíada (Moscou 1980) na ginástica artística, e primo de Fernando Margarida, tricampeão mundial de jiu-jítsu. O carioca praticou futebol, chegando a jogar no São Cristóvão, atletismo, basquete, judô, entre outras modalidades, mas se encontrou na canoagem velocidade.

No dia 3 de julho 2011, ele teve de amputar a perna esquerda após um acidente moto no bairro da Tijuca, na Zona Norte da cidade. Quatro meses depois do acidente, conheceu a canoagem e encontrou no esporte outro sentido para sua vida.

Caio Ribeiro foi bicampeão mundial no V1 LTA, a canoa polinésia (ou Va’a), sua especialidade, que ficou fora dos jogos no Brasil. Dessa forma, o carioca precisou se adaptar à nova embarcação. Na Paralimpíada, apenas provas curtas, de 200m, foram disputadas na Lagoa Rodrigo de Freitas. Ao todo, foram três classes funcionais: KL1, KL2 e KL3.

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