Busca por testes da dengue na rede privada cresce nas últimas semanas

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BARRA MANSA

Além dos diagnósticos para dengue que estão sendo feitos na rede pública de saúde, muitos pacientes com sintomas da doença também estão optando  por testes rápidos e exames realizados em laboratórios particulares. Nas últimas semanas, em Barra Mansa, devido ao aumento dos números de casos, alguns desses locais chegaram a  registrar um aumento de 30% até 70% na realização dos exames, que podem custar entre R$ 35 a R$ 52.

De acordo com a supervisora administrativa, Priscila Espindola de Oliveira, que trabalha em um laboratório que tem quatro filiais em Barra Mansa, sendo um deles no Hospital Santa Maria, no Ano Bom, somente entre janeiro e fevereiro a soma de exames de dengue realizados em todos eles foi 1.937, sendo que, desse total, 429 foram positivos.  Se comparados com os meses de novembro e dezembro, do ano passado, a procura pelos testes teve um aumento de 70%, conforme ela ressalta.

“Nós observamos um aumento muito grande, tanto de testes feitos pelo próprio hospital, quanto dos laboratórios externos. Acredito que a tendência, nos próximos meses, ainda deve ser grande, porque estamos num período de muitas chuvas e que sabemos que colabora com o aumento dos casos de dengue”, ressaltou Priscila.

Outro que confirma o aumento na procura pelos exames é o recepcionista de um laboratório localizado na Rua São Sebastião, Gustavo Santiago. De acordo com ele, os mais procurados são os testes rápidos, que têm resultado em uma hora, assim como os IGG, que revelam se o paciente já teve contato com o vírus e o IGM, que detecta uma contaminação recente.

“A procura aumentou cerca de 30%, neste mês. Os mais procurados são  os testes rápidos, que  custam R$ 30 e  depois os IGG e IGM,  de R$ 50. Nós temos feito testes de dengue em pessoas de todas as idades, de recém nascidos a idosos. Fizemos em um bebê de quatro meses e que deu positivo para a doença, conforme o próprio pediatra já havia adiantado que seria”, enfatizou Santiago.

Vacina em falta na rede particular

A Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVAC) destacou recentemente a alta na procura tanto por informações quanto pela aplicação de doses da vacina Qdenga, contra a dengue, no setor privado de imunização.  A vacina disponível na rede particular desde março de 2023, oferece uma proteção contra o vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. De acordo com a farmacêutica Fabiele da Silva, que trabalha em uma rede de farmácias da região, a procura pela Qdenga teve um grande aumento desde janeiro, no entanto, no momento, todo o estoque do imunizante está zerado.

“Em dezembro, quando foram sinalizados o aumento dos casos de dengue, as pessoas vinham para fazer o orçamento. Em janeiro, quando os casos aumentaram, nós zeramos o nosso estoque e em fevereiro já não tinha mais vacina porque o fabricante, que é o mesmo que atende ao Sistema único de Saúde (SUS), está priorizando a produção para rede pública. Hoje, podemos dizer que uma média de cinco a seis pessoas, por dia, entra na farmácia à procura da vacina, que custa entre R$ 300 a R$ 350, a primeira dose”, disse Fabiele.

A farmacêutica explicou ainda que a previsão é que novas doses cheguem até abril, quando vence o prazo para quem tomou a primeira dose tomar a segunda. Segundo ela, o fabricante se comprometeu com esses clientes, que precisam completar o esquema vacinal (duas doses). Na rede particular podem se vacinar pessoas entre quatro e 60 anos. Já na rede pública, por enquanto, apenas quem tem de dez a 14 anos e reside em cidades com mais de 100 mil habitantes, com uma alta transmissão da dengue.

No Estado do Rio, a vacina na rede pública foi liberada, inicialmente para sete cidades: capital, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Magé, Mesquita, São João de Meriti e Queimados.

Já são seis mortes por dengue confirmadas pela Secretaria de Estado de Saúde. Aconteceram em Cachoeiras de Macacu (uma), Rio de Janeiro (duas), Itatiaia (uma), Mangaratiba (uma) e Barra do Piraí (uma). Segundo a última divulgação, no Estado são 59.162 casos prováveis da doença esse ano. Em 2023, foram 51.454 notificações. Cerca de 60% dos casos foram na região metropolitana e quase 15% no Médio Paraíba.

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