Brasil consegue ampliar transfusões de sangue, mas coleta diminui

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PAIS/SUL FLUMIENSE

As bolsas de sangue coletadas no Brasil caíram 2,5% nos últimos quatro anos, apesar das transfusões de sangue terem aumentado 4,8% no mesmo período. Os dados do Ministério da Saúde refletem que mais pessoas estão tendo acesso ao serviço de alta complexidade em saúde no país, contudo, mesmo com menor doação de sangue. Em comemoração ao dia Mundial do Doador de Sangue, dia 14 de junho, o Ministério da Saúde lança uma campanha para convocar doadores regulares e novos durante a pandemia da Covid-19. Para receber os doadores regulares e os novos doadores, os hemocentros reforçaram suas medidas de higiene e distanciamento social garantindo que a doação ocorra de forma segura.

“Todos os hemocentros do país estão preparados para receber os doadores com segurança e sem aglomeração. É muito importante que as pessoas não deixem de doar. Quando a pessoa escolhe aquele dia para doar sangue, ela está contribuindo para saúde de alta complexidade do país”, destacou o secretário da Atenção Especializa em Saúde (Saes), Luiz Otávio Franco Duarte.

Em 2019, foram coletadas no Sistema Único de Saúde (SUS) cerca de 3,2 milhões de bolsas de sangue contra aproximadamente 3,35 milhões de bolsas em 2016. As transfusões de sangue no país aumentaram de 2016 para 2019, passando de 2,8 milhões para 2,95 milhões de transfusões realizadas. O Brasil trabalha com margens de segurança para atender com prontidão a aumentos bruscos da demanda ou quedas inesperadas das doações, como em casos de pandemias como a vivida com a Covid-19. Porém, a redução desta distância entre uso e disponibilidade de sangue é um alerta de que precisamos cuidar de nossos bancos de sangue para não corrermos o risco de falta.

PANDEMIA DA COVID-19

Em decorrência da pandemia da Covid-19, em apenas seis meses, o Ministério da Saúde transferiu 1,6 mil bolsas de sangue entre os estados brasileiros. Isso mostra que a pasta está visualizando de uma forma nacional a Hemorrede. “Essa mobilização auxilia os estados que necessitam de maiores cuidados por estarem mais afetados pela pandemia, como São Paulo e Fortaleza. Com isso, o Brasil deixa de perder hemocomponentes que, eventualmente tem em maior quantidade em um determinado estado e passa para outro que está necessitando mais”, explicou o coordenador de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, Rodolfo Duarte

ESTOQUE BAIXO

Em Barra Mansa, de acordo com o coordenado do Hemonúcleo barra-mansense, que fica anexo a Santa Casa de Misericórdia, Sérgio Murilo Conti, o estoque do local está baixo e precisando de doadores. Visando atrair doações, a partir do próximo dia 15 acontece o ‘Arraiá do Sangue Bom’. Na ocasião, quem for doar, será presenteado com quitutes típicos de festa junina. “O arraiá é uma grande tradição do hemonúcleo justamente para atrair doadores durante os meses mais frios do ano, quando as doações já caem. Outro fator deste ano é a pandemia, não estamos conseguindo manter a média diária de 20 doações”, citou ele informando que o arraiá segue até o dia três de julho.

Em Volta Redonda, a coordenadora do banco de Sangue, que fica no Hospital São João Batista, Rosimere Herdy Guedes Cardoso, destacou que a conscientização da população sobre a importância da doação é o melhor caminho para se atrair novos doadores. “A melhor solução é continuar na divulgação de que não existe um substituto para o sangue e os pacientes continuam necessitando das transfusões. A doação de sangue é um gesto humanitário de solidariedade, cidadania e amor ao próximo. Desta forma, é essencial manter um estoque nos bancos para atender a demanda recorrente e isso só é possível através de doações regulares. Uma única doação de sangue dura poucos minutos e é suficiente para salvar vida”, lembrou a coordenadora.

QUEM PODE DOAR SANGUE

Em 2012, o Ministério da Saúde reduziu a idade mínima de 18 para 16 anos (com autorização do responsável) e ampliou a idade máxima de 67 para 69 anos. O doador deve pesar no mínimo 50 quilos e estar em bom estado de saúde geral. Outras recomendações necessárias são: estar descansado, não ter ingerido bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores à doação e não estar de jejum. A frequência máxima de doações é de quatro doações anuais para o homem e de três doações anuais para a mulher. O intervalo mínimo deve ser de 2 meses para os homens e de 3 meses para as mulheres;

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