Barra-mansense vence competição internacional de Engenharia de Sistemas Espaciais

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BARRA MANSA

O barra-mansense de 29 anos, Italo Rodrigues, morador do bairro Colônia Santo Antônio, relatou ao A VOZ DA CIDADE a experiência de participar do Future Skill Camp 2020, competição focada no desenvolvimento de habilidades para jovens profissionais. O grupo que ele orientou, composto por mais dois integrantes, Artur Slongo e Lorenzzo Mantovani, ganhou a competição, representado a categoria de Engenharia de Sistemas Espaciais. A disputa, que foi realizada de forma online neste ano, aconteceu entre os dias 3 e 10 de agosto e a premiação ocorreu no último dia 9 de setembro. O evento é realizado pela WorldSkills e Godovikov Polytechnic College in Moscow.

De acordo com Italo, que é Doutorando em Engenharia e Tecnologia Espaciais, a premiação não é algo material. “Eles te dão o reconhecimento de ter atingido determinadas habilidades, algo que agrega no currículo. É mais uma espécie de certificação profissional”, destacou, relatando que seu grupo foi classificado com o melhor desempenho. “Por conta da situação da Covid-19, a competição foi online, o que permitiu que participássemos. Acredito que se fosse presencialmente, não teríamos participado, porque a competição era na Rússia, e não teríamos condições para ir”, disse.

Ainda de acordo com o jovem, além do conhecimento técnico, a competição possibilitou por em prática outras coisas de suma importância. “Trabalhamos com prazos curtos e o desempenho em equipe. Tínhamos apenas 8 horas para entregar cada atividade, tivemos que lidar com delegação de tarefa. Foi algo que com certeza agregou muito”, expôs.

“A minha vontade é ser pesquisador ou professor de universidade, então participar dessa competição e ganhar foi algo de grande satisfação, porque também tive a oportunidade de orientar a equipe. Quando a gente tá inserido no meio acadêmico, no doutorado, por exemplo, você vai se especializando tanto, que acaba excluindo outras áreas. Ter a oportunidade de por em práticas coisas que eu não usava mais, me fez sentir realizado”, finalizou.

Equipe vencedora – Foto Divulgação

Sobre a competição

A competição estava relacionada a um projeto específico de um pequeno satélite com uma missão de sensoriamento remoto. Dentro deste escopo, foram abordadas e avaliadas áreas como: desenvolvimento do modelo 3D do satélite, considerando a posição correta dos equipamentos e a cablagem;  simulação numérica da propagação de órbita do satélite, considerando a geometria da órbita e massa dos equipamentos; balanço de energia elétrica, considerando o consumo de cada equipamento e estimando a profundidade de descarga da bateria; desenvolvimento de algoritmos descrevendo a operação do satélite em órbita, assim como o comportamento dos subsistemas; implementação dos algoritmos em linguagem C; correta operação de uma câmera (carga útil), que deveria ser ligada em coordenadas específicas do globo terrestre; ajuste de parâmetros do sistema de controle do satélite, garantindo sua estabilidade em órbita; estimativa do custo da missão espacial.

Além do Brasil, o evento teve participação de equipes competidoras da China, Colômbia, Equador, Gana, Índia, Irlanda, Cazaquistão e Rússia. Além desta modalidade, o Future Skill Camp promoveu competições voltadas para Aprendizado de Máquina e Ciência de Dados, Soldagem Robótica, Operação de Drones, Manufatura aditiva, entre outras.

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